Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854, em Dublin, na Irlanda. Mais tarde, ele se mudou para Londres e se tornou um dos escritores mais famosos da língua inglesa. Logo, destacou-se com suas peças de teatro. No entanto, foi com a obra “O retrato de Dorian Gray” que ganhou fama mundial.
Em 30 de novembro deste ano, completam-se 124 anos da morte de Oscar Wilde. Hoje, celebramos sua vida e sua arte, prestando tributo a um escritor que alcançou algo extraordinário. Wilde não só conquistou o reconhecimento por sua genialidade, mas também se firmou como um autor clássico, cuja relevância atravessa gerações.
A arte de Oscar Wilde
O autor escreveu poemas, contos, peças de teatro e um romance. Dessa forma, suas obras costumam associar-se ao esteticismo, um movimento artístico que valoriza o belo, em oposição às estéticas realista e naturalista. Além disso, suas produções defendem o hedonismo como a única forma de buscar o prazer e alcançar a felicidade plena.
Pode-se afirmar, ainda, que Wilde se tornou praticamente sinônimo do termo “witty”, utilizado pelos britânicos para designar o humor sarcástico, irreverente, felino, escandaloso e, às vezes, vulgar, mas sempre sagaz e inteligente.
Ele publicou seu primeiro livro, “Poemas”, em 1881. Além disso, no ano seguinte, fez uma excursão aos Estados Unidos, onde deu palestras. Entre 1887 e 1889, foi editor da revista de moda feminina The Woman’s World. Posteriormente, abandonou esse trabalho para se dedicar à escrita de seu único e famoso romance, “O retrato de Dorian Gray”.
O retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde inicia o prefácio da obra com a frase: “O artista é o criador das coisas belas”. Em seguida, aborda sobre a arte e o artista. Relacionando, assim, imediatamente ao romance, que está centrado em uma obra de arte, isto é, “O retrato de Dorian Gray”.
Em 1891, quando foi publicado em sua versão final, o livro foi recebido com escândalo, e provocou um intenso debate sobre o papel da arte em relação à moralidade. Alguns anos mais tarde, foi usado contra o próprio autor em processos judiciais, como evidência de que ele possuía “uma certa tendência” a homossexualidade.
O tema central da história conta sobre Dorian, que leva uma vida dupla, mantendo uma aparência de virtude enquanto se entrega ao hedonismo mais extremo. Com apelo atemporal e universal, a trama tem a presença de elementos fantásticos e de grandes reflexões filosóficas, além do senso de humor sagaz e do sarcasmo implacável característicos de Wilde.
A vida de Oscar Wilde
O autor casou-se com a escritora Constance Lloyd em 1884, com quem teve dois filhos. Embora, publicamente, tivesse cumprido as exigências heteronormativas muito mais exigentes na época, sua vida pessoal revelou um relacionamento amoroso com o jornalista Robert Ross.
Além dele, em 1891, Wilde conheceu o lorde Alfred Douglas, conhecido pelo apelido de Bosie, com quem iniciou um relacionamento amoroso. Porém, a relação não avançou devido à insatisfação da família de Douglas com a intimidade dos dois.
Diante disso, o autor decidiu processar o pai de Alfred Douglas por difamação. Durante o julgamento, a vida sexual de Wilde foi exposta, e o escritor foi preso e julgado devido à sua homossexualidade, considerada crime na época. Em 1895, foi condenado a dois anos de trabalhos forçados e enviado para a prisão de Reading.
Após sair da prisão, escreveu o poema “A balada do cárcere de Reading”, assinado apenas com a indicação do local onde ficava sua cela: C.3.3. Dessa forma, os leitores desconheciam que o poema era de Wilde. Nos últimos anos de vida, pobre e usando o nome falso de Sebastian Melmoth, morreu na presença de seu amigo Robert Ross.
Um beijo pode arruinar uma vida
Na obra “Uma Mulher Sem Importância”(1983), Oscar Wilde escreveu que “Um beijo pode arruinar uma vida humana”. Curiosamente, tal sentença pode ser assimilada com um momento após a morte do autor.
Nesse caso, um beijo também pode arruinar a qualidade de um túmulo. Isso porque o túmulo do artista, por muito tempo, foi marcado com beijos com batom deixados por admiradores – que durante anos têm desfigurado e até corroído o memorial no cemitério Père Lachaise, em Paris.
Em 2011, restauraram o túmulo de Oscar Wilde para protegê-lo dos devotos. Além de realizar uma limpeza radical e “desengorduramento” da tumba, também instalaram uma barreira de vidro para evitar que os beijadores causassem mais danos. Merlin Holland, neto de Wilde, explicou que o batom se tornou um “problema sério”, pois a gordura penetra na pedra. “Cada limpeza desgastava um pouco mais da pedra”, afirmou.
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