Diretor de Pobres Criaturas, Yorgos Lanthimos se inspirou em livro de fantasia excêntrico para criar filme de ficção científica que estreia na quinta-feira, 01. Assim, os cinemas brasileiros receberam o aguardado Pobres Criaturas, a mais recente criação de Yorgos Lanthimos.
O filme conta com 11 indicações à maior premiação da indústria, o Oscar, e já acumulou estatuetas do Globo de Ouro. A inspiração por trás da ficção científica excêntrica é fruto das páginas da obra homônima do escritor Alasdair Gray.
Lanthimos revelou que ficou fascinado pelo romance, que foi publicado em 1992. O diretor até chegou a conhecer o escritor há alguns anos para adquirir os direitos da obra. Contudo, a adaptação cinematográfica, marcada por sua liberdade criativa, cenas explícitas, direção de arte surrealista e uma trama muito peculiar, demorou para sair dos contratos.
Infelizmente, Gray faleceu antes de ter a oportunidade de assistir à adaptação de seu livro, que contou com algumas modificações do diretor. Em conversa com o portal The National, ele contou que tomou a liberdade de alterar a localização em que o filme se passa. Além disso, o diretor também revelou que elegeu um elenco americano por questões práticas.
Diretor de Pobres Criaturas apontou diferenças:
Todavia, Yorgos brincou que o escritor não gostaria das alterações, por ser um escocês fervoroso. Gray, inclusive, costumava mesclar detalhes autobiográficos com retratos políticos de seu país em suas obras. Mas muitos outros detalhes permanecem os mesmos. Assim como o livro de veterano, o filme conta a história de Bella Baxter, interpretada por Emma Stone.
Na trama, a jovem passa por um experimento realizado pelo Dr. Godwin Baxter, vivido por Willem Dafoe, que a transforma em um Frankenstein. É que o cientista coloca o cérebro de um bebê em seu corpo. Em outras palavras, ela volta à vida como uma criança no corpo de uma mulher. Mas, Bella tem alguns diferenciais, como um apetite sexual insaciável e dilemas sobre sua existência.
Conheça mais sobre o Alasdair Gray:
Nascido em 1934 em Glasgow, na Escócia, Alasdair Gray começou sua carreira abordando mudanças importantes no país, mas, ao longo do tempo, deu lugar à fantasia. Em uma entrevista ao podcast Grey Space antes de seu falecimento, o escritor compartilhou sua paixão por aventuras e contos de fadas começou durante sua infância.
Já na vida adulta, Gray, que também desenvolveu seu perfil artístico e fazia as ilustrações dos próprios livros, ficou encantado com o lado melodramático e sentimental de obras como romances clássicos. Por essa razão, o escritor tentou incorporar essas perspectivas em suas páginas, buscando uma mistura excêntrica de elementos da realidade e ficção.