A cantora norte-americana Lizzo está sendo processada por três ex-dançarinas de sua equipe por uma série de acusações gravíssimas. No dia 1º de agosto, Crystal Williams, Arianna Davis e Noelle Rodriguez apresentaram uma extensa queixa ao Tribunal Superior de Los Angeles.
O processo, que conta com 37 páginas, possui cláusulas contra a cantora, sua empresa e a capitã da equipe dança. As denúncias envolvem ambiente de trabalho hostil, assédio religioso, discriminação racial, assédio e cárcere privado.
Discriminação religiosa e assédio
De acordo com o processo, a capitã da equipe de dança, Shirlene Quigley, é extremamente religiosa e tentava constantemente tentar converter as pessoas nos ensaios e pregar sobre assuntos como sexo e pecado. Uma das dançarinas relatou que Quigley se tornou obcecada com sua virgindade e deixava todos desconfortáveis ao trazer à tona diversos assuntos de teor explicitamente sexual constantemente, como suas próprias fantasias.
Após os shows, Lizzo convidava sua equipe para boates e festas e, em uma ocasião em Amsterdã, a cantora pressionou Arianna Davis a tocar nos seios de uma dançarina do clube, mesmo ela não querendo. Ela também teria encorajado a equipe a “comer bananas saindo das vaginas das artistas”. Elas contam que era de conhecimento implícito que membros da equipe que participavam dessas atividades eram beneficiados e ganhavam tratamento preferencial.
“As requerentes ficaram horrorizadas com a pouca consideração que Lizzo demonstrou pela autonomia corporal de seus funcionários e daqueles ao seu redor”
Racismo e gordofobia
As autoras do processo dizem que a maior parte dos gestores e produtores da equipe eram brancos e tratavam os dançarinos negros de maneira discriminatória e diferente dos demais. Elas afirmam que eram chamadas de preguiçosas, pouco profissionais e tinham suas atitudes questionadas. Além disso, as acusadoras ainda comentam no processo que a equipe também possuiam atitudes e comentários gordofóbicos quando algum membro ganhava peso.
Ambiente de trabalho hostil e abusivo
Outro ponto do processo foi uma “nova audição excruciante” e sem permissão para fazer pausas a qual os dançarinos foram submetidos. Lizzo decidiu que todos deveriam ter que refazer suas audições e corriam o risco de serem demitidos. Arianna Davis conta que precisava ir ao banheiro e acabou urinando em si mesma.
Ao tentar conversar com Lizzo sobre a situação, Rodriguez relata que a cantora respondeu de forma agressiva e ameaçadora, enquanto estalava os dedos e cerrava os punhos. A dançarina acredita que haveria agressão caso não houvesse interferência de outro membro.
Em determinada ocasião, Davis gravou um ensaio para que ela pudesse assistir depois como referência. Então, ao descobrirem, a dançarina alega que a gerência a trancou em uma sala, pegou seu telefone e a obrigaram a apagar o arquivo. De acordo com o processo, o motivo da gravação seria uma doença que às vezes a deixa desorientada em situações estressantes.
Processo judicial
Com isso, as acusadoras estão buscando com o processo uma indenização por danos emocionais, salários não pagos, perda de ganhos e honorários advocatícios. A quantia em dólares não foi especificada.
Até o momento, as partes acusadas não deram um retorno judicial. Diversas celebridades já se pronunciaram sobre a polêmica nas redes sociais e novas denúncias estão surgindo conforme o caso repercute.