O poeta cabo-verdiano José Luís Tavares, autor de obras como “Cidade do Nome Mais Antigo” e “Como um Segredo na Boca do Universo”, sugeriu uma alteração ao protocolo Prêmio Camões. O maior prêmio literário da língua portuguesa.
Tavares, defendeu numa entrevista na cidade da Praia que os vencedores africanos de países com maior expressão literária, como Cabo Verde, Angola e Moçambique, deveriam, portanto, propor a alteração do protocolo original do Prêmio Camões.
O poeta lembrou que Brasil e Portugal determinam o protocolo original. Tendo a premiação alternadamente entro os dois países que estabeleceram o prêmio em 1988. E convidam os países africanos a participar do júri em caráter excepcional, sem determinação de força.
O autor reforçou ainda que, se o protocolo for modificado e os países africanos conseguirem participar ativamente, terão outra palavra a dizer no Prêmio Camões, no valor de 100 mil euros. Instituído pelos governos de Portugal e do Brasil.
Além disso, destacou que os escritores desses países também poderiam receber o prêmio em seus respectivos territórios, o que dignificaria, em certa medida, tanto o escritor quanto a literatura de seus países.
Há mais de 30 anos, o Prêmio Camões homenageia autores e obras literárias. Concedendo-o a mais de 13 autores brasileiros, como Chico Buarque, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Antônio Candido, entre muitos outros. O último vencedor do prêmio foi o escritor Português João Barrento.
José Luiz Tavares
José Luiz Tavares é um poeta cabo-verdiano nascido em Chão Bom, concelho do Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde, em 10 de junho de 1967.
Ele estudou literatura e filosofia e tem colaborado com jornais e revistas de Cabo Verde, Portugal e Brasil.
Seu primeiro livro publicado, Paraíso Apagado por um Trovão, recebeu o Prémio Mário António de Poesia 2004. Atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian à melhor obra de autor africano de língua portuguesa e de Timor-Leste publicada no triénio 2001-2003.