Osgood Perkins, o diretor do recém lançado Longlegs, teve inspiração de berço, sendo filho de Anthony Perkins, o assassino, Norman Bates, do filme Psicose
Oz Perkins, ou Osgood Robert Perkins II é um ator, roteirista e diretor americano, nascido em 2 de fevereiro de 1974, em Nova York. Ele é filho do famoso ator Anthony Perkins e da fotógrafa e atriz Berry Berenson, além de neto do ator de teatro Osgood Perkins. Oz também é irmão mais velho de Elvis Perkins.
Atuação sempre foi algo comum para a família Perkins, principalmente crescendo em uma casa, onde os pais também trabalham com cinema. No entanto, Osgood não pensava muito em ser ator, apesar de ter seu primeiro trabalho ao lado do pai, em Psicose II, onde deu vida, ao pequeno Norman Bates. Ele tinha apenas, 6 anos, quando viveu a infância do famoso assassino, interpretado pelo pai.
Mesmo com os filmes de terror, como trabalho do pai, Perkins, não seguiu o “legado” do pai, no início de sua carreira, porém, o gênero seria, no futuro, uma forma do diretor curar suas próprias feridas.
Relação com a família e o gênero de terror
O filme “Psicose” do diretor Alfred Hitchcock, lançado em 1960, foi um sucesso e hoje é um clássico do gênero. O personagem principal, o serial killer, Norman Bates, virou um ícone da cultura pop, e foi um papel marcante, de Anthony Perkins, pai do diretor. Com quem dividiu o personagem na sequência “Psicose II”, entretanto, já afirmou em entrevistas que o filme, não era algo grande para ele, na infância e adolescência.
“Não tive tempo de conhecê-lo. “Psicose” era história antiga para mim. No tempo que compartilhamos, ele estava relegado a filmes muitos ruins. Eu me perguntava: o que é toda essa porcaria? Então, tinha sentimentos conflitantes com o terror e o que meu pai fazia, embora aquela brincadeira quase pornográfica que ele dirigiu em ‘Psicose III’ também tenha me inspirado.” afirmou em entrevista ao jornal ‘El Pais’.
Outro fator que pode ter influenciado o distanciamento do tema, foram os traumas vividos, já que em 1992, o ator Anthony Perkins faleceu em decorrência da AIDS.
Isso trouxe a tona, a sexualidade do pai, a mãe de Oz, Berry Berenson contou que o ator era homossexual. Essa descoberta mostrou para Osgood que a vida da família era uma mentira.
Além da morte do pai e descobrir pela mãe que eles escondiam um segredo dele e do irmão, em 2001, ele sofreu a perda da mãe, que estava em um dos aviões nos atentados de 11 de setembro. Esses fatos acabaram influenciando a forma que o diretor conta suas histórias, algo que fica implícito, em Longlegs.
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Carreira do diretor Osgood Perkins
Desde seu trabalho em Psicose II, Oz se destacou em diversos papéis, incluindo o adorável “Dorky David” em “Legalmente Loira” (2001) e o enigmático Jonathan em “Secretária” (2002). Além de suas atuações no cinema, ele também fez participações em séries de TV como “Alias” e “The Twilight Zone“. Seu talento multifacetado e herança artística o tornaram uma figura respeitada tanto na atuação quanto na direção e criação de roteiros.
Em seu trabalho como cineasta, Perkins é mais conhecido por seu trabalho em filmes de terror. Ele escreveu e dirigiu filmes como A Enviada do Mal (2015), O Último Capítulo (2016) e Longlegs (2024). Ainda dirigiu a adaptação de terror e fantasia sombria Maria e João: O Conto das Bruxas (2020).
E ainda participou como um dos vários comentaristas no segundo episódio da minissérie de documentários Shudder, Queer for Fear: The History of Queer Horror (2022), discutindo principalmente as consequências do papel de seu pai como Norman Bates em Psicose e suas sequências.
Um jeito único de faze cinema
Muito se fala na imprensa sobre a influência da carreira de Anthony Perkins no trabalho do filho, principalmente, quando iniciou com filmes de terror. Mesmo assim, é possível ver a diferença entre a forma que o diretor enxerga o cinema de terror. Em entrevista para o Hollywood repórter comentou sobre o trabalho do pai e sua visão sobre filmes de terror.
“Meu pai foi, por um lado, uma verdadeira luz brilhante no espaço do gênero, tendo criado um dos personagens mais constantes do cinema, sem falar nos filmes de terror ou nos filmes policiais e filmes de assassinos. Então havia um orgulho intenso e radiante em torno disso, misturado com essa coisa muito desconfortável que estava acontecendo”, disse.
“Por um lado, quero me identificar ou me redimir com meu pai, seguindo o mesmo caminho e representando o bom nome no gênero em questão, mas, ao mesmo tempo, tenho uma espécie de aversão a isso”, explica Perkins. “Eu não diria que sou alguém que gosta ou desgosta de filmes de terror. Eu não vejo os novos. Não tenho interesse.” completou
Por isso, os temas dos filmes de Oz são mais pessoais, e acabam por se destacar dos filmes atuais, trabalhando mais o psicológico e o desconhecido. Assim criando o próprio estilo, se unindo a nomes como Jordan Peele. Enfim, Perkins encontrou nos filmes de terror uma maneira de se conectar com sua família.
Em seu filme “O Último Capítulo” (2016), ele dedicou ao pai. O filme conta a história de uma enfermeira que tenta compreender o passado da senhora de quem cuida. O pai de Osgood também aparece em um trecho de Sublime tentação, com uma canção que tem a voz dele.
Entretanto, em Longlegs, o diretor encontrou uma forma de lidar com sua relação com a mãe. Abordando as mentiras contadas para poupar os filhos de algumas verdades.
Por fim, além da estreia de Longlegs, o diretor, já tem outros projetos, The Monkey (2025), e Keeper sem data de estreia.
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