A Fundação Cultural do Pará inaugurou a primeira Quilomboteca do Brasil, instalada no Quilombo do América, em Bragança. Assim, com mais de 200 anos de história, o território teve sua legalização reconhecida em 2015 pela Fundação Cultural Palmares.

Para fortalecer a nova biblioteca, a Fundação, entregou 800 livros de autores paraenses, reafirmando o compromisso de levar cultura e conhecimento a todos os cantos do Pará. A cerimônia de inauguração aconteceu na sede da Associação Remanescente Quilombo do América (Arquia) e emocionou a comunidade local.

Antes de mais nada, durante a entrega, Roseti Araújo, presidente da Arquia, destacou a importância do incentivo à leitura para as futuras lideranças quilombolas. “Leitura é conhecimento e fortalecimento. Só através da educação formaremos novas lideranças para o nosso povo”, afirmou Roseti com emoção.

Comunidade e a Quilomboteca

Hoje, a comunidade quilombola, formada por 505 pessoas, celebra a chegada de um espaço que promete transformar vidas através dos livros. Diante disso, o diretor Administrativo e Financeiro da Fundação, Ygor Kahwage, enfatizou a importância da iniciativa para democratizar o acesso à cultura. “É gratificante entregar 800 livros e fortalecer uma ação tão bela como essa”, ressaltou Kahwage diante da comunidade reunida.

Além da inauguração, a Fundação encerrou a Oficina de Leitura e Escrita Quilombola, realizada entre os dias 21 e 25 de abril. A oficina percorreu três territórios: Quilombo do América, Quilombo do Torres e Quilombo da Pontinha, estes últimos situados em Tracuateua. Com o projeto “Tem Leitura no Quilombo”, a Fundação busca não apenas estimular a leitura, mas também fortalecer a identidade cultural quilombola.

A ação integra o programa “FCP por Todo Pará”, que espalha arte, cultura e valorização das raízes paraenses em diversas regiões do estado. Assim, cada livro entregue carrega a esperança de um futuro mais forte, consciente e livre para as comunidades quilombolas do Pará.

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