O tempo voa e nós podemos provar: o icônico álbum “Ray of Light”, de Madonna, está fazendo aniversário nesta quinta-feira (22). O disco chegou ao Japão há exatos 26 anos e, pouco mais de uma semana depois, no dia 3 de março de 1998, dominou os Estados Unidos.
“Ray of Light” é o sétimo – e talvez mais ousado – álbum de estúdio da estrela, sendo considerado um dos discos mais emblemáticos da cultura pop. E tudo isso porque, ao contrário dos trabalhos anteriores de Madonna, o hinário explora uma faceta mais espiritual e intimista da cantora.
“Deve-se notar que a voz de Madonna nesse disco é diferente de tudo o que já ouvimos dela em qualquer álbum anterior. ‘Ray of Light’ é mais dramático, mais teatral”, apontou a Rolling Stone. A revista elegeu o trabalho como um dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.
Relembre as 13 faixas do disco:
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Novas perspectivas
As nítidas mudanças em relação ao projeto anterior de Madonna, “Bedtime Stories” (1994), foram moldadas pelo momento em que a jornada pessoal da artista se encontrava. O álbum foi fortemente influenciado pelo nascimento da primeira filha da cantora, Lourdes Maria, além do contato da diva com diferentes mantras, crenças e filosofias de vida ao se tornar mãe.
Enquanto o sexto disco aposta em uma sonoridade mais pop e R&B, “Ray of Light” fugiu do que estava em alta nas paradas de sucesso e trouxe Madonna para o mundo da música eletrônica. O resultado foi um disco moderno e contagiante, que mistura diferentes gêneros e subgêneros musicais.
No álbum, é possível perceber nuances do techno, rock, soft rock, música clássica, música ambiente, trance, drum ‘n’ bass, trip hop e até mesmo música indiana. Essa última, em especial, também por conta do histórico de William Orbit, produtor do álbum.
Na faixa-título do projeto e nas músicas “Frozen”, “Shanti / Ashtangi” e “Sky Fits Heaven”, a conexão de Madonna com o budismo, hinduísmo, yoga e cabala fica totalmente à mostra.
Sucesso absoluto
Com mais de 16 milhões de cópias vendidas mundialmente, o sétimo álbum da rainha do pop marcou o início de uma nova era na indústria. Ao se reinventar e navegar na música eletrônica, Madonna dominou as rádios pelo mundo e ajudou a tornar o estilo mainstream.
“Ray of Light” concedeu à cantora quatro dos sete gramofones que ela já recebeu na carreira. Na 41ª edição do GRAMMY, o disco venceu as categorias de Melhor Álbum Pop, Melhor Pacote de Gravação, Melhor Gravação Dance e Melhor Vídeo Musical em Formato Curto. Os dois últimos prêmios foram entregues para a faixa-título do álbum.
“Frozen”, “Ray of Light”, “Drowned World / Substitute For Love”, “The Power of Good-Bye” e “Nothing Really Matters” foram, nessa ordem, os singles do projeto. A quinta música de trabalho do álbum chegou a ser apresentada na cerimônia de 1999, que consagrou o disco como um dos melhores daquela época.
Por que ouvir em 2024?
“Ray of Light” não só marcou a cultura pop, mas também mostrou ao mundo – mais uma vez – a essência camaleônica de Madonna. Seis anos depois do excêntrico e libertador “Erotica” (1992), a artista conquistou os fãs com uma obra mais madura, mística e romântica, cantando sobre fama, amor, maternidade e outros temas carregados de sentimento.
O título do álbum, por si só, já ressalta a mensagem central do trabalho. Ao longo das 13 faixas, Madonna se renova e conecta com o universo, refletindo sobre o momento de autodescoberta que estava vivendo.
Mesclando emoção e dança, “Ray of Light” é um deleite para quem adora acompanhar as transformações das artistas que pavimentaram a indústria fonográfica e, até hoje, influenciam gerações. Recheado de referências culturais, todo elogio direcionado ao álbum é pouco perto de sua grandiosidade artística.