“A Cor Púrpura” conquistou prestígio na literatura dos Estados Unidos ao receber o Pulitzer e o American Book Award. Este livro inspirou o filme dirigido por Steven Spielberg e um bem-sucedido musical na Broadway.

Apesar da intensidade da trama, a narrativa de Alice Walker, que tece a história de Celie, vai além da tragédia. Ao explorar temas de transformação, redenção e afeto, a obra também critica as disparidades de poder entre gêneros, raças e classes sociais.

Além disso, no dia 8 de fevereiro de 2024, ‘A Cor Púrpura’ estreará nos cinemas brasileiros, contando com a participação de Oprah Winfrey como produtora. A trama, que traz uma adaptação do filme de 1985, juntamente com o musical estrelado em 2005, apresenta cenas musicais de tirar o fôlego.

Sobre a obra “A Cor Púrpura”:

livro a cor púrpura
Divulgação | Editora José Olympio

A cor púrpura, ambientado no Sul dos Estados Unidos, entre os anos 1900 e 1940, conta a história de Celie, mulher negra, pobre e semianalfabeta. Brutalizada desde a infância, a jovem foi estuprada pelo padrasto e forçada a se casar com Albert, um viúvo violento, pai de quatro filhos, que enxergava a esposa como uma serviçal e fazia dos sofrimentos físicos e morais sua rotina.

Durante trinta anos, Celie escreve cartas para Deus e para a irmã Nettie, missionária na África. Os textos têm uma linguagem peculiar, que assume cadência e ritmo próprios à medida que Celie cresce e reúne experiências, amores e amigos. Entre eles está a inesquecível Shug Avery, cantora de jazz e amante de Albert.

Considerações sobre a leitura:

“A Cor Púrpura” é uma obra de tirar o fôlego, literalmente. O enredo começa com eventos impactantes que poderiam desencorajar qualquer leitor; no entanto, persistir na leitura se revela uma escolha recompensadora. Desde muito nova, Celie demonstra uma força admirável, aprendendo a se manter firme diante das adversidades.

A narrativa se desenrola por meio de cartas, inicialmente destinadas a Deus e, após certos acontecimentos, à irmã de Celie, Nettie, que atua como missionária na África. A peculiaridade da escrita, com alguns erros ortográficos e pensamentos simples, me lembrou o livro “O Quarto de Despejo“, de Carolina Maria de Jesus. Ambas as autoras empregam estilos semelhantes, criando uma atmosfera íntima, como se estivessem compartilhando diários pessoais com o leitor.

Apesar do início turbulento e pesado, a narrativa adquire fluidez após a metade da obra. O leitor se vê imerso na vontade de descobrir mais sobre Nettie, testemunhar o crescimento de Celie e sua força, especialmente no âmbito mental, tornando-se mais madura.

Portanto, sem dúvida alguma, eu recomendo a leitura desta obra e também das suas adaptações. Este livro desperta emoções intensas, estimula reflexões profundas e, ao final, contribui significativamente para o enriquecimento pessoal do leitor.