Olá, pessoal!

Como estão?

Hoje é quarta, e quarta é dia de quê? LERMOS LIVROS

Em minhas resenhas, procurarei abordar o enredo do livro e, ao final, colocar a minha opinião do que achei do livro. 

ENREDO 

A leitura que trarei como sugestão essa semana se chama “A menina que não sabia ler” – originalmente intitulado “Florence and Giles”.

Publicado pela editora Leya no Brasil, o livro escrito por John Harding se passa na Nova Inglaterra, no ano de 1891, e é dividido em duas partes, contando a história de dois irmãos: Florence – uma garota de apenas 12 anos e Giles, seu meio-irmão e leal companheiro, que é cerca de 3 anos mais novo do que ela.

Ambos vivem sob a tutela da sra. Grouse, já que a mãe de Flo – como Giles a chama carinhosamente – faleceu ao dar à luz sua filha e os pais de seu irmão supostamente morreram em um terrível acidente de barco, ficando à mercê dos cuidados de seu tio – que não aparece em nenhum momento da história, e que mora do outro lado do oceano, escrevendo para seus sobrinhos apenas umas 3 ou 4 vezes por ano – nunca tendo os conhecido pessoalmente.

Por serem filhos de pessoas da alta sociedade da época, mesmo sem a presença do tio, ambas as crianças vivem em uma mansão – denominada de Blithe – que é completamente descuidada em relação à sua aparência e manutenção, mas que tem os cuidados da casa realizados por três personagens da trama:

John – que é o jardineiro e o ‘’faz-tudo’’;

Meg – cozinheira;

E a sra. Grouse – que cuida de todas as finanças da casa e das crianças.

Os dois irmãos costumam passar as tardes brincando, porém, quando é chegada a idade em que Giles precisa ser mandado para a escola, Florence se sente muito solitária, já que seu irmão era seu melhor amigo e companheiro. Até que, com a chegada de Theo van Holtier – que foi afastado de sua escola em Nova York por problemas de saúde, faz companhia à Florence durante seus dias de férias na cidadezinha do interior. O qual ela odeia de início, mas após um tempo começa a gostar de sua companhia, e até mesmo sentir sua falta, já que a mãe de Theo começa a interferir na amizade dos dois e proíbe o filho de sair de casa durante o rígido inverno da Nova Inglaterra.

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Mesmo não tendo um tio presente, o mesmo estabelece regras bem restritas para as crianças, principalmente, em relação à educação de Florence: a mesma NÃO poderia ser alfabetizada. Não poderia ter acesso à biblioteca da mansão, nem mesmo à escola – por um motivo que será revelado mais a frente na trama. Mas a proibição não adianta de nada, visto que Florence consegue aprender por si só a ler e escrever, após várias visitas escondidas à biblioteca e ter encontrado cartilhas de alfabetização lá.

Entretanto, nossa protagonista tinha que guardar todo esse conhecimento para si própria, já que os outros moradores da casa não poderiam saber que a garota tinha acesso à leitura, principalmente quando recebia cartas de seu irmão Giles, que estava  no internato, o qual as cartas que recebia eram lidos por sua tutora.

Porém, após sofrer bullying por parte dos outros garotos do internato, Giles é convidado a se retirar da escola, ou seja, expulso, com desculpas esfarrapadas, já que era mais fácil para a escola se livrar do ‘’garoto mais fraco’’ do que com os encrenqueiros, e Giles é recomendado a ser educado em casa com uma professora particular, principalmente por possuir uma certa dificuldade de acompanhar os estudos na escola.

A primeira tutora contratada é a Srta. Whitaker, que aparentemente não se importa nem um pouco com as crianças, apenas consigo mesma e o fato de estar morando agora em uma mansão – mesmo que velha e acabada, como descrita pela protagonista de nossa história. Porém, um terrível imprevisto acontece com ela, o que a faz deixar seu cargo.

A chegada da nova tutora – Srta. Taylor – já abala as crianças logo de vista.

Além de ter sido supostamente recomendada por uma agência educacional sem passar por nenhuma entrevista, a Srta. Taylor mostra ser uma pessoa muito arrogante com os trabalhadores da mansão, visto que os trata como criados e não gosta nem que se alimentem na mesma mesa que ela e as crianças – com a desculpa de que isso não faria bem para a educação dos dois.

A srta. Taylor até tenta criar um bom relacionamento com Flo, por permitir que a menina leia sem ter que se esconder mais, já que havia descoberto seu esconderijo na biblioteca, e fez um trato com ela que fez com que Flo se arrependera logo de início, pois ela se sentia usada e culpada, após passar a ver a tutora como um demônio, como podemos perceber no trecho a seguir:

“Mais tarde, deitada na minha cama, pensei em Theo e em como sentiria sua falta, em como seu abandono forçado de mim deixava-me totalmente nas garras daquele demônio, pois tal acreditava que fosse […]”

Com a chegada da nova preceptora, agora Florence tinha muito mais com o que se preocupar do que antes, visto que a Srta. Taylor age de forma muito estranha e possui um passado extremamente misterioso: ela não gosta de ser vista ao sair para a cidade, ninguém sabe nada sobre ela, de onde veio, de suas experiências anteriores na área, fazendo a nossa protagonista criar várias teorias conspiratórias sobre sua pessoa, ao perceber vários alertas vermelhos em seus trejeitos e formas de agir, principalmente quando ela percebe que sua tutora cuida de Giles de uma maneira não convencional para uma preceptora, mantendo-o em sua asa o tempo todo, causando até mesmo o afastamento dos dois irmãos.

E, ao se sentir ameaçada por certos feitos de sua preceptora, Florence acaba pedindo a ajuda de um policial amigo para investigar o passado de sua tutora, e o que ele descobre sobre a Srta. Taylor, põe em ameaça todos os que vivem na casa, até que nossa personagem principal decide arquitetar uma missão para ser realizada dentro da mansão, em busca da verdade sobre o seu passado e de salvar o seu irmão, mas o que ela não espera são as consequências que essa missão traria para ela e para todos ao seu redor.

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MINHA OPINIÃO

Acredito que de uma escala de 0 a 5, esse livro ganharia um 5 meu! 

Essa foi a primeira obra que li do autor, mas é perceptível as referências em sua escrita pelo autor Edgar Allan Poe, principalmente ao serem relatados os pensamentos sombrios e depressivos de nossa personagem principal de apenas 12 anos.

Logo no início temos um poema escrito pelo autor, denominado “O cisne”, o qual, ao decorrer da história, percebi ser a alusão a um acontecimento sombrio envolvendo um dos personagens, o que já me fez perceber que a história não seria tão inocente como eu pensava, o qual deixarei logo abaixo:

O cisne

Foi em abril, eu me lembro, embora em meu espírito fosse dezembro,

Que um pássaro ferido foi retirado da escuridão do lago,

As penas brancas brilharam ao sol, e de sua boca escorreu a água negra,

Enquanto por dentro minha voz gritava até pensar que meu coração iria se partir;

Fui eu quem assistiu à sua morte, seguindo à deriva, à deriva, esperando sua vigília.

Que Deus levasse sua alma.’’

O livro é categorizado como pertencente ao gênero de ficção inglesa, mas eu o classificaria como suspense/mistério também, dado os acontecimentos que decorrem ao longo da trama – já que são tratadas questões como morte, depressão, ansiedade e homicídio.

A capa do livro me trouxe uma vibe bem inocente, tanto que me fez acreditar que a história fosse acabar de um jeito totalmente diferente da forma como se encerrou. O final da parte 1 e 2 tem plot twists que fazem você ficar chocado ao ler, eu mesma, logo que finalizei a leitura, tive que ficar uns 10 minutos pensando sobre o que eu tinha acabado de ler hahaha.

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Eu achei a edição 2 do livro “A menina que não sabia ler” e -spoiler– em sua sinopse, a nossa protagonista foi parar em um HOSPÍCIO, e já estou morrendo de curiosidade de ler ele e trazer resenha dele para vocês!

E vocês, já leram esse livro? Leriam ele? Comentem aqui embaixo o que acharam da resenha 🙂

Referências bibliográficas:

Livro: A menina que não sabia ler

Autor: John Harding

Editora: Leya

Páginas: 220

Ano: 2010