Em “O Corpo da Linha” a artista plástica e escritora Edith Derdyk busca levar o leitor a entender a presença da linha não apenas nas obras escritas e visuais, mas também no cotidiano. Para desvendar as inúmeras metamorfoses da linha, ela nos apresenta O Corpo da Linha. O livro é cheio de palavras e significados abstratos que, em um primeiro momento, podem parecer complexos para o leitor leigo.
Mas, no entanto, conforme a leitura avança, a autora consegue relacionar os conceitos com a vivência do cotidiano, com o aprendizado e com as formas artísticas. Em uma obra repleta de significado, simbolismos e metáforas, vamos desvendando os mistérios da Linha e do Corpo da Linha.
Sobre a obra
Edith Derdyk começa explicando a relação entre o “corpo” e a “linha”, através do significado das palavras, assim como elas se relacionam. A autora fala sobre o sentido dos sinais gráficos e do sentido que cada um deles carrega. A linha expressa uma ideia de continuidade, em contrapartida, com o ponto que simboliza a pausa. No entanto, precisamos decifrar o corpo da linha para compreender qual o sentido que ela passa.
A obra é repleta de citações de grandes artistas, entre escritores, pintores, pesquisadores e outros. Talvez a citação que melhor explique a ideia de Edith Derdyk seja a do filósofo francês Gilles Deleuze. Para ele, a linha deve sair do lugar de “elemento de linguagem das artes visuais” e ser compreendida como a “extensão do corpo em movimento, ritmo e conectividade”. Essa ideia se assemelha bem ao propósito geral da autora.
As analogias presentes no texto ajudam na compreensão. Como, por exemplo, quando ela compara a linha com um rio cruzando a terra e sendo “ele mesmo a paisagem”. Além disso, ela afirma que desenhar não é apenas desenhar, mas uma ação cheia de significado. O desenho é ilimitado.
Impressões sobre o Livro
“O Corpo da Linha” é uma ótima opção não apenas para pesquisadores e estudiosos de artes plásticas, mas também para o público que deseja compreender melhor a temática. A autora traduz um assunto complexo em linguagem simples, mas poética e elegante, com uma forma de falar pessoal que a aproxima do leitor.
No primeiro parágrafo de cada capítulo, ela explica “o corpo de cada linha”, uma repetição que beneficia o texto e ajuda o leitor. Além disso, a analogia com elementos do cotidiano mostra como a linha está presente em tudo que estamos vendo. Edith Derdyk nos mostra, portanto, uma intersemiótica, que é a tradução de uma linguagem em outra.
Desse modo, o objetivo da autora é levar à compreensão da linha não apenas na educação e na arte, mas também nas imagens, narrativas e informações históricas.
Sobre a autora
Edith Derdyk é uma pintora, desenhista, designer e escritora. Licenciada em Artes Plásticas pela FAAP, realizou vários trabalhos gráficos como capas de livros, capas de discos, assim como ilustrações. Seus trabalhos fazem parte de coleções públicas como da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Fundação Padre Anchieta, Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte Moderna – São Paulo, entre outros. Realiza exposições de seu trabalho no Brasil e no exterior.
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