“Entre a vida e a morte, há vários documentos”, de Michel Maia, é uma fantasia nacional que abre um novo mundo para aqueles que não querem mais viver. O enredo acompanha Antônio, um funcionário público que lida com a morte todos os dias.
A obra então traz questões como a finitude da vida, as relações familiares e as escolhas que fazemos. Os temas abordados não são fáceis nem leves, mas são tratados com tanta delicadeza que é impossível não se envolver na história.
O livro é curto, mas a leitura exige um cuidado e apreço que demandam tempo.
Entre a vida e a morte, há vários documentos
Em um mundo distópico, as pessoas agora podem escolher pela morte de forma legalizada e institucionalizada por meio da droga Mortalis. Antônio trabalha no departamento que regulamenta esse processo e lida com a morte de forma direta e cotidiana.
Ele inicia o livro deixando claro que seu trabalho não é nada monótono, e isso se torna evidente ao longo da leitura. Embora a morte tenha se tornado um direito, ela exige seguir inúmeras burocracias e um rigoroso protocolo. Isso inclui acompanhamento profissional e uma análise profunda do governo. O problema surge com o uso desregulado de Mortalis e as consequências disso.
Ao longo da história, conhecemos diversas opiniões sobre a escolha da morte, com pontos de vista sociais, religiosos e pessoais. Antônio navega por esse novo mundo enquanto o autor questiona nossa capacidade, como sociedade, de lidar com as relações humanas e com o fim da vida.
Impressões sobre o livro
“Entre a vida e a morte, há vários documentos” é uma obra que surpreende. O livro começa com um ritmo bom que faz com que a leitura seja fluida. Um capítulo puxa o outro e é impossível parar de ler.
Os leitores então se enxergam nos personagens, o que faz surgir uma pergunta que persiste durante toda a leitura: o que você faria se tivesse a opção de escolher? Você seguiria vivo ou escolheria o fim?
Por fim, Michel Maia cria assim um livro profundo, repleto de críticas sociais contundentes, e deixa o leitor com aquele gostinho de quero mais no final da obra. A escrita é fluída e envolvente, o que faz dessa leitura uma experiência intensa e reflexiva. Vale a pena ler.
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