Ser “Filha do Fogo” vem de algo muito bem explicado nas palavras da autora Elizandra Souza. Logo nas primeiras páginas, o conto que nos envolve nos faz entender o porquê a obra tem esse título. O livro resgata a ancestralidade com a religião e a história de mulheres negras, muito bem registradas e representadas nas palavras da autora, que mostra o ativismo e posicionamento forte, nos convidando para um lugar íntimo: a inspiração e criação das palavras como um diário que pode ser representado por muitas mulheres.
Sinopse:
Filha do fogo: 12 contos de amor e cura oferta aos leitores uma incursão por histórias de força incomum, prota-gonizadas em sua maioria por vozes femininas negras que manifestam os desafios, as decepções e as conquistas que permeiam o percurso daquelas que afrontam os códigos consolidados na sociedade atual. Uma sociedade ainda tão hierarquizada e que permanece se recusando a enxergar a viabilidade de modos de vida mais liber-tários, igualitários e humanos nas relações cotidianas.
Sobre a construção da obra
Primeiramente, a literatura brasileira tem narrativas gloriosas, que ensinam em diversos aspectos. Ler livros nacionais nos proporciona a experiência de conhecer melhor, até mesmo, culturas e aspectos sociais, religiosos e costumes que muitas vezes podem passar despercebidos pelo nosso olhar, mesmo que estejam aqui mesmo, no Brasil.
Sendo assim, a escrita de Elizandra nos traz conhecimentos e nos envolve com a sensibilidade de cada palavra.
A cada conto, uma nova mulher negra é (re)conhecida através da história que a autora se inspirou em situações do próprio cotidiano, momentos que observou outras pessoas e, com muita intensidade em cada palavras, nos fazendo imaginar cada situação com ainda mais verdade.
Apesar de serem 12 histórias diferentes, é possível imaginar que as narrativas se completem de alguma maneira, mesmo que sejam em situações diferentes.
Sensações durante a leitura
“Filha do Fogo” é uma obra que conseguimos tranquilamente ler em uma tarde. Além de ser um livro leve, com uma leitura sensível, o texto é muito fluído e sendo simples, deixa cada estrofe ainda mais bonita. A beleza está realmente nesses costumes brasileiros e de memória afetiva que a autora revisita enquanto no envolve com a volta das imagens, dores e amores, que certamente todos que lerem vão se lembrar de algum momento da própria vivência através das citações, com lembranças dos cheiros e até de alguns sentimentos que, um dia, pesaram e hoje moldam as protagonistas. Isso emociona quem lê e encontra essa sensibilidade nas palavras de Elizandra.
Assim, para quem tem interesse em saber mais, o livro é um lançamento da Editora Global. Confira mais detalhes no site.