Resenha: “Inspetor Sopa e o Crime do Mosteiro”

A segunda edição do romance policial “Inspetor Sopa e o Crime do Mosteiro” da escritora Andréa Gaspar, foi publicada em março de 2024. É o segundo livro que traz o personagem título como protagonista. Narra as aventuras do Inspetor Sopa, que agora precisa investigar um assassinato em uma das Igrejas mais tradicionais do Rio de Janeiro: o Mosteiro de São Bento. “O Crime do Mosteiro” traz todas as características tradicionais de um mistério policial clássico.

Sinopse de “Inspetor Sopa e o Crime do Mosteiro”

O personagem principal é o inspetor Sopa, grande herói da história. O enredo começa com a descoberta do cadáver do monge Bernardo, morto na sacristia do Mosteiro de São Bento. O inspetor busca descobrir a verdade sobre o homicídio, em meio as exigências do delegado e à pressão da imprensa.

Um funcionário do mosteiro, foi encontrado em flagrante com a arma do crime nas mãos. No entanto, Gregório (o rapaz) afirma que apenas pegou a faca após encontrar o corpo do religioso. Todas as provas, é claro, apontam para ele. Mas Sopa não acredita que ele seja o culpado.

Para a alegria de Sopa, ele consegue provar a inocência de Gregório logo no começo da investigação. Isso permite que Sopa investigue o crime mais cautelosamente, uma vez que o inspetor tem certeza que a situação é muito mais complexa do que todos imaginam. Novas pistas surgem e até mesmo a motivação de um crime passional contra o monge Bernardo. O crime chama a atenção da imprensa.

Sopa é obrigado a lidar com o delegado que está muito mais preocupado com sua promoção, por isso a necessidade de resolver o assassinato e mostrar serviço. Uma reviravolta acontece quando outro religioso é assassinado em outra famosa e tradicional igreja do Rio de Janeiro. Sopa então começa a fazer vários questionamentos. Os dois crimes estão certamente interligados. Será que existe um assassino em série no Rio de Janeiro, que objetiva matar religiosos?

Perspectiva do personagem principal

Sopa descobre segredos sobre a vida dos religiosos que jamais imaginou, todos eles relatados por pessoas próximas. O crime acaba despertando a curiosidade de Sopa sobre a vida monástica. Também passa a sentir uma sensação estranha todas às vezes que está na Igreja, uma fascinação, medo e acolhimento.

Até que em um lapso de intuição ou até mesmo uma intervenção Divina, Sopa finalmente descobre como encontrar o assassino. Quando o perfil do suspeito provável começa a ser descrito, o leitor chega a conclusão de que o mistério está resolvido. Mas nos últimos capítulos, além da revelação do assassino e da motivação, descobrimos que a solução dos crimes era muito mais simples do que Sopa e todos nós imaginávamos. Essa surpresa talvez seja o principal destaque da história.

Outras impressões

A linguagem é bastante simples, apesar de não necessariamente informal. Então isso favorece a compreensão do leitor. A autora desenvolve a narrativa de forma a despertar a curiosidade e ficar ansioso pelo final, o que é obrigatório em um bom livro de mistério. Uma das características mais positivas do livro é a descrição detalhadas dos ambientes onde a história se desenvolve.

Além disso, a autora faz questão de descrever a história dos edifícios envolvidos (não apenas o Mosteiro), fazendo sua conexão com a memória do Rio de Janeiro e do Brasil. Durante o livro, a autora também descreve outras características da cultura local e nacional, sempre a partir da rotina e do ponto de vista de Sopa. Esses apontamentos dentro do contexto da narrativa, torna tudo mais interessante, porque permite imaginar o cenário onde o enredo acontece.

Sobre a autora

Andréa Gaspar é escritora, roteirista e dramaturga. Além disso, já trabalhou como atriz, diretora e produtora. É graduada em Letras e em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Lançou o primeiro livro com o personagem título “Inspetor Sopa e o Último Copo” em 2019. Agora “O Crime do Mosteiro” é a continuação das aventuras do inspetor que investiga um crime ligado à Igreja Católica no Rio de Janeiro.

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