Escrito por Diego Rates, o livro “Os Diálogos de Uma Cena de Crime” tem uma história que envolve um momento fantasioso, durante um assassinato, mesclando isso à críticas ácidas com enormes toques de humor. A obra literária teve o lançamento recentemente e nos traz uma parte da literatura nacional dentro da fantasia.

“Os Diálogos de Uma Cena de Crime” se desenvolve em uma história de assassinato em que as testemunhas, ou melhor, as pistas e evidências, para descobrir o mistério, conversam entre si. Porém, o inusitado nessa afirmação é: os diálogos acontecem entre os objetos que estão em uma casa, no cômodo em que alguém está morto. As impressões digitais, a arma do crime, um pano e até mesmo o espírito do cadáver e o corpo discutem sobre a situação do assassinato, além de buscarem ligar os pontos para entender o que de fato ocorreu. 

Entre uma cena de crime fechada, os objetos discutem, conversam e criam teorias, além de estarem preocupados sobre o que ainda pode acontecer a cada um dos objetos envolvidos, que servem como provas do assassinato. 

No decorrer da história, muitos momentos inusitados acontecem. Além disso, o humor que a fala dos personagens carrega arranca boas risadas, do jeitinho que gostamos quando o assunto é aquele alívio cômico. 

Reprodução da capa do livro "Os Diálogos de Uma Cena de Crime" / Registro: Amanda Barboza
Reprodução da capa do livro “Os Diálogos de Uma Cena de Crime” / Registro: Amanda Barboza

Impressões sobre Os Diálogos de Uma Cena de Crime:

Primeiramente, o livro é bem curtinho. Com páginas rápidas e objetivas, é uma leitura bem tranquila de entender e também não é cansativa.

Além disso, nota-se em diversos momentos, sutis críticas feitas pelo autor, trazendo para um mundo fantasioso, questões que envolvem ideias sociais e construções de uma perspectiva que o próprio autor deixa evidente que acredita. 

Em alguns momentos, os objetos citam que os procedimentos que serão submetidos, como análises nas marcas das digitais e toda a vistoria da arma do crime, são torturas para eles. Os sentimentos de horror que eles expressam diante disso faz com que o leitor sinta até mesmo até dó dos objetos, pois cria-se um certo afeto por cada um deles durante toda a história.

Reprodução capa "Os Diálogos de Uma Cena de Crime" / Registro: Amanda Barboza
Reprodução capa “Os Diálogos de Uma Cena de Crime” / Registro: Amanda Barboza

E esse também é um ponto muito importante: quando é citada esse tortura dos objetos, a sensação que nos passa é exatamente de que alguém será muito injustiçado. 

Além disso, todas as reflexões e maneiras de encarar os fatos, fazem perceber que se a história foi substituída pela figura humana, poderia ser readaptada em diversos momentos da narrativa e fazer muito sentido.

Assim, para saber um pouco mais sobre, tem um vídeo lá no YouTube falando um pouco mais sobre o livro “Diálogos de Uma Cena de Crime”. Clique aqui para ver.

E se você quiser conhecer mais sobre o autor, tem uma entrevista bem completa com Diego Rates aqui no nosso site.