Outro Livro de perguntas traz reflexão provocativa sobre importância de inclusão da educação e literatura
Quando pensamos na leitura, podemos apontar que ela serve para lazer, um meio de educação, conhecimento e desenvolvimento cultural. Mas, também precisamos lembrar que a leitura é um direito, pois através dela é possível aprender sobre outras culturas, como se comunicar, adquirir conhecimento acadêmico e profissional.
Isso muito relacionado a vida adulta de muitos brasileiros, por isso “Outro Livro de Perguntas” contribuiu para ampliar essa visão, trazendo olhar para quem está em desenvolvimento. Dessa maneira, voltado para as crianças, principalmente, as crianças com deficiência.
O livro é um guia importante, que provoca questionamentos, e aponta os erros e acertos da sociedade brasileira, na transformação de como levamos educação e a literatura para crianças e jovens com deficiência.
A história de “Outro livro de perguntas”
O livro tem como autoras, Cleide Fernandes, Fabíola Farias e Juliana Daher, juntas as autoras dedicaram o livro para instituições e pessoas engajadas nos direitos das pessoas com deficiência e neurodivergentes no país. O livro é separado em tópicos, cada um em forma de perguntas. Por isso, cada pergunta oferece uma resposta no discorrer de cada capítulo, bem como de maneira didática deixam reflexões.
Assim, o Outro livro de perguntas, além dos questionamentos, oferecem maneiras de que pessoas sem deficiência, passem a enxergar com outro olhar, essas crianças e compreendam a importância do acesso à leitura para seu desenvolvimento como parte da sociedade.
As autoras reiteram a importância de leis para garantir o direito ao acesso aos livros e também a cultura para pessoas com diversas deficiências, cada uma com sua particularidade. O intuito de ajudar a todos para enxergarem nossa sociedade como capacitista que deixa de fora, pessoas por suas deficiências. Assim, requerendo adaptações para que todos integrem a sociedade e tenham convívio com outras pessoas.
O livro, composto por um primeiro capítulo que funciona como prefácio, de Jonnathan Galvão, falando da importância da leitura como ferramento de inclusão. Bem como, outros 17 capítulos explicam quais são os tipos de deficiências e seus graus, diferença entre neurodivergência e deficiência intelectual. Além de como as políticas públicas e leis são importantes, como pessoas sem deficiência devem agir para contribuir com o processo inclusão.
Sempre que ouvimos ou fazemos uma pergunta, nos colocamos a pensar sobre seu objeto, seja no exercício de resposta a quem nos indaga, seja na elaboração de uma questão que nos inquieta. De uma maneira e de outra, as perguntas nos convocam à reflexão e movem nossas certezas, mesmo as que não sabemos que temos.
O poder da leitura e da cultura para o desenvolvimento de todos, e como devemos começar a pensar nas práticas para o momento em que a pessoa com deficiência está e que isso modifique sua vida naquele momento e não somente no futuro.
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Impressões do livro “Outro livro de perguntas”
O livro “Outro livro de perguntas” nos leva para a caminhada da inclusão, de forma didática aborda um tema urgente, dialogando com todas as pessoas, seja ela uma pessoa PCD, alguém que cuida de uma pessoa PCD e também aquelas pessoas que não tem convívio ou não tem alguma deficiência.
Perguntas como quantas personagens com deficiência encontramos nos livros, nos filmes, novelas. Atualmente, podemos dizer que existem mais representações na ficção, mas ainda falta muito espaço no mundo real. O próprio livro, traz em suas páginas artes de crianças com algum tipo de deficiência dando protagonismo a elas.
Apesar das autoras serem profissionais que lidam com o meio acadêmico, o livro, não é massante. De forma simples e sucinta conseguem transmitir a mensagem proposta. Como nossa sociedade ainda distância as pessoas dos ambientes onde existe diálogo, acesso à cultura. Do mesmo modo, que afasta as crianças da interação com crianças diferentes, impedindo de um intercâmbio de ideias. E maior empatia e conhecimento sobre crianças com deficiência.
Considero o livro um guia, que consegue mesclar as linguagens técnicas de forma que o leitor, familiarizado ou não com a temática, entenda e reflita sobre como está sendo seu papel na inclusão. A leitura é o caminho mais rápido ao mundo, e esse acesso deve ser dado igualmente. Entretanto, o livro mostra que mesmo com o avanço da inclusão, muitas deficiências ainda são excluídas. E precisamos adaptar nossos espaços e maneiras de ensinar e educar logo na infância para que o capacitismo seja uma página virada, em um futuro próximo.
Incluir a leitura no cotidiano das pessoas com deficiência é fortalecer suas potencialidades e contribuir para a construção de seu empoderamento enquanto sujeitos de direitos. Sim, a leitura é um direito básico, sobretudo quando compreendemos seu poder
transformador na vida de qualquer leitor ou leitora.
Enfim, podemos saber de pessoas com deficiência como a leitura mudou a vida delas, em depoimentos emocionantes e reais. Além de indicações de leituras, que contribuem para maior compreensão sobre o tema.
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