“Tapete de Silêncio” é um livro lançado em 2011, do autor Menalton Braff, que possui diversas obras entre livros de contos, romances e novelas juvenis. “Tapete de Silêncio” é o 18º livro de Braff.
Braff foi o vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Livro do Ano Ficção em 2000 com “À Sombra do Cipreste” (1999). Além disso, ele foi várias vezes finalista de diversos e importantes prêmios da literatura.
Natural de Taquara, Rio Grande do Sul, Braff se interessava bastante por literatura e militância política. Entretanto foi perseguido durante a ditadura militar, e teve que abandonar o curso de Economia e nesse período publicou seus dois primeiros livros com o pseudônimo de Salvador dos Passos.
Sinopse da obra
O que fariam dez homens reunidos no coreto da praça da Matriz de Pouso do Sossego, numa noite chuvosa? Entre cochichos, risos abafados e pigarros, eles aguardam a meia-noite. Liderados pelo comerciante Osório, esses respeitáveis senhores de bem têm um dever a cumprir: manter a ordem e a honra do lugar onde vivem.
Construção da obra
“Tapete de Silêncio” acontece em uma pequena cidade do interior, chamada “Pouso do Sossego“. Em toda o momento, percebemos esse clima de cidade do interior e o jogo de poder que existem nelas.
Para contar sua história, Braff utiliza dois planos narrativos. O primeiro é narrado em primeira pessoa, por Osório. Com a duração de uma noite, somos guiados sobre os fatos que acontecem no presente, sob o seu olhar. Nesse sentido, Osório serve como um investigador, um pensador de toda a estrutura de poder de Pouso do Sossego. Assim, suas ações o tornam um contribuinte que dissemina a ordem e mantém a segurança local.
Já o segundo cenário, ele nomeia como “Coro“. Assim, com a narração em terceira pessoa, ele explica episódios do passado que estão repercutindo no presente.
O tema central da obra é a relação de poder, e a própria cidade, Pouso do Sossego de certa forma é um personagem e o centro de toda a história. Seu enredo gira em todo da execução de um crime encomendado.
O autor utiliza de discurso direto e indireto em seu texto. Ou seja, ao mesmo tempo em que está contando alguma coisa, ele introduz as falas no mesmo parágrafo, sem fazer nenhum diferenciamento. Assim, de início, a leitura pode ficar um pouco confusa. Entretanto, depois de um tempo passa a ser a marca do autor, o que não prejudica a experiência.
Sensações durante a leitura
O autor, ao fazer esse diálogo entre presente e passado, cria uma dualidade. No passado temos as histórias envoltas pela chegada do circo, acontecimentos alegres, repletos de esperanças, bem coloridos e vivos. Enquanto isso, no presente, temos toda uma atmosfera fria, chuvosa e escura. Os relatos são repletos de sombras, vultos, desconfianças, ódios e rancores. É bem interessante como o autor consegue mostrar essa dualidade de forma tão fácil.
Certamente “Tapete de Silêncio” , merece um espaço em sua coleção, trazendo uma história bem interessante e nada cansativa, mostrando tudo o que está por trás do poder, que é repleto de hipocrisia e intolerância.
Por fim, para quem tem interesse em saber mais, o livro é um lançamento da Editora Global. Confira mais detalhes no site.
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