Vanessa Halen (lembrou da banda Van Halen? Pois é, seu nome é uma homenagem) retorna ao Brasil após longos anos morando nos Estados Unidos. Sua tia, chamada Leila, morreu e a deixou como única herdeira.
O livro “Vanessa Halen: Tudo o que não quis, mas já é”, escrito por Patrícia Tischler mostra como relações familiares moldam nossa personalidade. Como jornalista investigativa, a protagonista está acostumada a desvendar mistérios. Portanto, agora terá que descobrir um segredo do passado que envolve seu ambiente familiar, enquanto lida com seus traumas e relações conflituosas.
O início
Vanessa é uma jornalista renomada e com carreira estável, já tendo ganhado prêmios de prestígio pelo seu trabalho. Enquanto lida com os pertences de sua falecida tia, memórias são exploradas e o afeto que compartilhava com a parente Leila é partilhado com o leitor.
Longe da família há anos, Vanessa demonstra até remorso pela morte da tia. Falando com uma linguagem mais psicológica, vemos a representação da fase da barganha de seu luto.
Enquanto tenta lidar com parentes interesseiros e o descaso de outros pelas memórias guardadas com tanto afeto pela falecida, Vanessa encontra um armário. Poderia até ser um cômodo comum, mas por estar trancado, logo desperta a curiosidade da jornalista.
Assim, parte numa busca pela casa para encontrar a chave que irá desvendar segredos da sua parente mais querida…
As questões amorosas
Já nos primeiros dias de sua chegada, Vanessa conhece Eric, com quem inicia um relacionamento cheio de conexão. Enquanto os dois vão se descobrindo, o passado de Vanessa também vai sendo desvendado, em um processo de superação de traumas antigos para que ela possa iniciar uma nova fase de sua vida.
Muito mais do que um livro de mistério e romance, o “Vanessa Halen: Tudo o que não quis, mas já é” relata sobre as complexidades das relações. Aqui, você descobre que a protagonista casou-se cedo, com um cara que abusou dela sexualmente e como a própria ainda tenta lidar com esse trauma. Sentindo-se desamparada pela própria família, Vanessa acaba entrando em um relacionamento abusivo, ainda passando por um aborto espontâneo.
Eric, assim, vem para mostrar que a jornalista pode ter um relacionamento maduro e estável. Até que descobre os planos dele de fazer intercâmbio para realizar um sonho profissional. Assim, a dupla resolveu ter algo apenas casual, para limitar a dor da partida. Porém, no meio de beijos e confissões, dizer adeus parece cada vez mais difícil.
Impressões sobre o livro
Não tenho ideia sobre o que quero escrever. Preciso de um tempo para me reinventar. Não é só o Eric que não consigo deixar rolar. Não é só o casamento com o Sean que acabou. Não é só o jornalismo. Preciso, urgentemente, acabar com as ambiguidades na minha vida. Está na hora de encontrar um foco para onde rumar com o meu eu inteiro, não só pedaços dessa pessoa partida em caquinhos.
Enquanto lida com problemas de relacionamento, inseguranças e questões familiares, Vanessa ainda tenta desvendar o mistério do armário de sua tia. Acontece que, dentro do cômodo, havia diversas cartas que sua parente trocava com um homem, chamado de Carlos Henrique.
A primeira reação da protagonista é surpresa, já que sua tia sempre foi uma mulher muito reservada. Mas também achou romântico e ficou feliz de que Leila tenha conseguido viver um romance durante sua vida.
A surpresa fica ainda maior quando Vanessa descobre que o homem que se envolvia com sua parente era casado e tinha três filhos. Assim, enquanto tenta entender quem realmente era sua tia e quais segredos mais ela guardava, a protagonista tenta lidar com a decepção dessa relação ortodoxa de um ente familiar tão querido.
Em uma trama cheia de revelações surpreendentes e complexas, “Vanessa Halen. Tudo o que não quis, mas já é” conta a história de mulheres que fazem escolhas difíceis e incomuns, na tentativa de se livrarem de amarras familiares baseadas em abuso e descaso. Seja essa afronta através de escolhas profissionais ou relacionamentos amorosos questionáveis.
Sobre a autora
Patricia Tischle nasceu em São Paulo, em 1976. Estudou roteiros, para associar a criação de histórias com a parte visual. Estudou na New York Film Academy e na London Film Academy. Pratica ioga e já foi saltadora de trampolim acrobático. Atualmente, tem conta pública no Instagram.
Leia Também: Resenha – “Doze horas de terror” de Marcos Rey
Para mais publicações sobre livros, autores e sagas sigam nosso perfil GeekPopBooks no Instagram
