Estreias e premiações marcaram o fim de semana no cinema e no streaming: a estreia de “Lala & Poppy”, a nova adaptação de Otelo e os vencedores do Festival MixBrasil

O final de semana trouxe novidades relevantes para o mercado audiovisual, envolvendo lançamentos, acordos de produção e premiações. A seguir, um resumo das três principais notícias que movimentaram o setor e que devem impactar conversas sobre representatividade, produção internacional e circulação de filmes independentes.

As informações envolvem desde a estreia global de uma obra apresentada na Índia até os desdobramentos do Festival MixBrasil, além da confirmação de uma nova adaptação cinematográfica de um clássico literário.

“Lala & Poppy” amplia debate sobre narrativas trans no cinema

Lala & Poppy - resumo final de semana
Uma história de amor entre uma mulher trans e um homem trans | Crédito: Kaizad Gustad/Divulgação

A estreia mundial de “Lala & Poppy” no Festival Internacional de Cinema da Índia, em Goa, representou o retorno do diretor Kaizad Gustad após mais de uma década longe da direção de longas. A produção acompanha a história de Lala, uma mulher trans, e Poppy, um homem trans, interpretados por Suruj Rajkhowa e Veer Singh. O enredo se desenvolve durante o processo de transição de ambos, explorando a construção afetiva e social dessa relação.

Segundo Gustad, a ideia surgiu após o primeiro contato com Rajkhowa, que inspirou uma narrativa centrada em personagens trans em papéis protagonistas. O diretor destaca que o objetivo era criar uma história em que o gênero não orientasse toda a experiência dos personagens, embora a trama parta justamente das transições de ambos.

O desenvolvimento do projeto envolveu anos de pesquisa e consulta com a comunidade para evitar distorções e ampliar a participação de profissionais LGBTQIA+ na equipe. O produtor Bobby Bedi reforça que o filme busca alcançar um público amplo, incluindo espectadores fora do nicho LGBTQIA+.

Para ele, o objetivo é oferecer um retrato que dialogue com a realidade social indiana, onde a aceitação legal do terceiro gênero não se converte, necessariamente, em oportunidades de trabalho e integração. Além da exibição em festivais, o lançamento nos cinemas está previsto, com negociações de distribuição já em curso.

Nova adaptação de “Otelo” reúne Rachel Brosnahan e Cynthia Erivo

Bruxa Elphaba
Cynthia Erivo como Elphaba / Crédito: Reprodução

Outra notícia de destaque foi a confirmação de uma nova adaptação cinematográfica de Otelo, de William Shakespeare, que será dirigida e estrelada por David Oyelowo. O projeto conta com produção da Eon Productions, de Barbara Broccoli, em parceria com o recém-criado Comitê de Cinema do Catar, que apoia produções internacionais como estratégia para ampliar a presença do país no setor audiovisual.

A produção será filmada em Doha e representa o primeiro projeto de Broccoli desde a venda dos direitos de James Bond para a Amazon MGM. A adaptação retoma a montagem do New York Theatre Workshop de 2016, reunindo novamente Rachel Brosnahan (Superman) como Desdêmona e Cynthia Erivo (Wicked) como Emília.

Além de marcar um movimento estratégico do Catar para atrair filmagens internacionais, incluindo reembolso de até 50% dos gastos de produção no país, a iniciativa surge após o anúncio de outros acordos com estúdios como Miramax, Sony e Neon durante o Festival de Cinema de Doha. As gravações estão previstas para o outono de 2026.

Festival MixBrasil anuncia premiados e reforça diversidade

Festival MixBrasil - resumo do final de semana
Foto de alguns dos premiados da noite | Crédito: Amanda Clemente/Divulgação

Encerrando o resumo do fim de semana, o Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade divulgou os vencedores de sua 33ª edição na categoria cinema. O evento, realizado na Biblioteca Mário de Andrade, premiou obras nacionais e internacionais dedicadas à diversidade de gênero e sexualidade.

Três produções receberam o Coelho de Ouro, concedido pelo júri: “A Natureza das Coisas Invisíveis“, de Rafaela Camelo (Melhor Longa Brasileiro); Arrenego, de Fernando Weller e Alan Oliveira (Melhor Filme da Mostra Reframe); e “Boi de Salto“, de Tássia Araújo (Melhor Curta Brasileiro).

O público também elegeu seus favoritos, com Apolo, de Tainá Müller e Ísis Broken, recebendo o Coelho de Prata de Melhor Longa Nacional. Além de “A Sapatona Galáctica“, da Austrália, vencendo como Melhor Longa Internacional. Entre os curtas, Fardado, de Dan Biurrum, foi escolhido como o melhor nacional, enquanto “Tão Pouco Tempo“, de Athina Gendry, venceu entre os internacionais.

Além da premiação, a programação do MixBrasil terminou ontem (23) em São Paulo. A programação incluiu cinema, teatro, artes visuais, literatura, games e experiências XR. O festival também entregou prêmios em outras categorias, como o Mix Literário e o Prêmio Ida Feldmann.

Imagem de capa: Rich Fury/Getty Images

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