A espera finalmente acabou! Na última sexta-feira (8), após hiato de mais de três anos, Ariana Grande lançou seu aguardado sétimo álbum de estúdio, “Eternal Sunshine” – o sucessor do “Positions”. O novo disco de inéditas da cantora chega às plataformas digitais cerca de dois meses após o anúncio da nova era, que teve como ponto de partida a contagiante “yes, and?”.
Ao longo de 13 faixas, que juntas somam aproximadamente 35 minutos, Ariana se debruça em uma narrativa confessional, respeitosa e bastante humana sobre o término de seu casamento com o corretor de imóveis Dalton Gomez. Em algumas das músicas, a artista também compartilha detalhes de seu relacionamento com o ator Ethan Slater.
A obra veio ao mundo acompanhada do segundo single e videoclipe oficial do projeto, “we can’t be friends (wait for your love)”. O trabalho traz claras referências ao filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” (2004), estrelado por Kate Winslet e Jim Carrey. E esse detalhe faz jus ao nome do álbum e se conecta diretamente com a mensagem que Ariana quer transmitir aos fãs.
Ouça abaixo “Eternal Sunshine” e confira os principais destaques do novo lançamento de Ariana Grande!
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Maturidade de sobra
“Eternal Sunshine” é, em sua essência, um álbum de sonoridade luxuosa retratando momentos tristes. Esse contraste se estende por toda a obra, revelando a verdadeira montanha-russa de sentimentos que o fim e a descoberta de um novo amor podem acarretar na vida de uma popstar como Ariana Grande.
Logo nas primeiras faixas, é impossível não pensar que os anos fora dos holofotes da música fizeram muito bem para a cantora. Afinal, ela retorna mais madura e transparente do que nunca, refletindo sobre sua jornada amorosa com letras bastante pessoais, vocais impecáveis e uma produção extremamente cuidadosa e inventiva, assinada por Max Martin.
Em entrevista, Ariana chegou a dizer que não tinha planos de lançar nenhum projeto durante seu tempo envolvida com a adaptação do musical “Wicked” para as telonas, onde Ari interpretará a personagem Glinda. Mas, com a greve dos atores de Hollywood, em 2023, ela decidiu embarcar em um novo álbum após passar um tempo em estúdio.
O sétimo álbum de Ariana é um grande reencontro da artista consigo mesma, já que com o foco na atuação e seu distanciamento da vida de popstar ela teve mais tempo para se envolver com as próprias emoções. O resultado criativo desse reencontro é um projeto coeso, emocionante e cheio de amor pela vida – até mesmo nos momentos mais tristes.
Início e fim ao contrário
Em “Eternal Sunshine”, o fim, na verdade, é o começo de todas as coisas. Na abertura do álbum, Ariana narra a ruína de sua vida pessoal, marcada por um término que, ao que parece, não foi nada tranquilo.
We both know it’s time
So we say goodbye
Just one kiss goodbye
With tears in our eyes
Hope you won’t, won’t regret me
Hope you’ll still think fondly of our little life
Trecho de “don’t wanna break up again”, terceira faixa do álbum
O fim do mundo da cantora é muito bem amarrado com as faixas de abertura do álbum – “intro (end of the world)”, “bye” e “don’t wanna break up again” –, casando perfeitamente com esse momento mais vulnerável e com o tom de rompimento. É na interlude “Saturn Returns” que ela cai na real e começa a colocar suas emoções nos trilhos novamente, de fato buscando um recomeço e lidando com a própria vida amorosa de forma mais honesta.
A primeira metade de “Eternal Sunshine” deixa bastante claro o que os admiradores da cantora já sabem desde o lançamento do último álbum da estrela: o jeito de cantar sobre seus sentimentos e a vocalidade de Ariana se entrelaçam com o R&B. A sonoridade chique da primeira metade do álbum é um ótimo acerto para faixas românticas que mais funcionam como um grande desabafo.
Brilho eterno
Entre reflexões, muita exposição e até mesmo críticas ao fato de que Ariana seria a vilã da história e uma “destruidora de lares” (visto todo o burburinho que seu relacionamento com Ethan Slater gerou, depois de o casal se conhecer nas gravações de “Wicked” e já engatar um romance após o divórcio do ator com Lily Jay), as faixas começam a ficar mais provocativas, agitadas e agridoces com o combo “the boy is mine”, “yes, and?” e “we can’t be friends (wait for your love)”.
É no segundo single do disco, inclusive, que a cantora deixa clara a referência ao filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Para seguir em frente após um término e se entregar novamente ao amor, é preciso apagar até mesmo os momentos de alegria para cessar a dor e parar de sofrer pela situação. Ou seja, manter as boas lembranças e ficar revisitando cada uma delas é pior do que não ter lembrança alguma.
E é por isso que, no vídeo da faixa, Ariana aparece fazendo um procedimento para apagar as lembranças de Dalton de sua memória. O mesmo ocorre com a personagem Clementine (Kate Winslet), do filme já citado, que passa pelo procedimento para esquecer seu conturbado relacionamento com Joel (Jim Carrey).
Sem espaço para o ódio
Por mais intenso que um romance tenha sido, as incompatibilidades e imperfeições sempre falam mais alto. Porém, no fechamento do álbum, Ariana parece não alimentar nenhum tipo de ódio em relação ao seu antigo amor, mesmo que dessa forma fosse mais fácil de esquecê-lo.
But no matter how I try to
And no matter how I want to
And no matter how easy things could be if I did
And no matter how guilty, I still feel saying it
I wish I hated you
I wish that weren’t true
Wish there was worse to you
I wish you were worse to me
Yeah, I wish I hated you
Trecho de “i wish i hated you”, décima primeira faixa do álbum
As faixas finais do álbum – “i wish i hated you”, “imperfect for you” e “ordinary things” (feat. Nonna) – buscam responder à pergunta “How can I tell if I’m in the right relationship?”, presente na primeira música do projeto. A julgar pelas três canções finais, o caminho parece estar no dia a dia, nas coisas mais comuns da vida. Afinal, fazer-se presente é cada vez mais necessário em um mundo que gira sem freio.
O conselho da Nonna, avó de Ariana que aparece em “ordinary things”, encerra o disco com versos que tornam as reflexões sobre término menos dolorosas. Para continuar brilhando no amor, é preciso saber a hora de colocar um ponto final no que já não agrega mais ao nosso espírito.
Never go to bed without kissing goodnight
That’s the worst thing to do, don’t ever, ever do that
And if you can’t, and if you don’t feel comfortable doing it
You’re in the wrong place, get out
Trecho de “ordinary things”, décima terceira faixa do álbum
Sim, e… Vale a pena?
Ariana Grande é, sem sombra de dúvidas, uma das artistas mais completas de sua geração. O conceito do álbum e a narrativa de término bem construída tornam a obra uma das melhores produções de Ari até o momento. O disco demonstra uma maturidade artística e pessoal que vai muito além dos últimos dois trabalhos lançados pela diva, “Positions” e “Thank U, Next”.
“Eternal Sunshine” está longe de ser um álbum pop eletrizante. E esse é um recado importante para os que esperavam uma sonoridade dançante após o lançamento de “yes, and?” com interpolação de “Vogue”, da Madonna. Porém, dentro da história que se propõe a contar, o disco é um completo deleite para os ouvidos. Vale muito a pena escutar as faixas para além dos acordes e enxergar a delicadeza com que a cantora trata a própria vida amorosa.
Retorno memorável
O sétimo álbum de estúdio de Ariana Grande é definitivamente um ótimo retorno da artista aos holofotes da música. Agora resta aguardar as surpresas que nos esperam dentro do universo de “Eternal Sunshine”.
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