Em um mundo cyberpunk, você controla controla Shin, um caçador de demônios com um passado esquecido. Junto de Lux, uma espada demoníaca com poderes únicos, ele enfrenta uma jornada intensa em um mundo distópico e repleto de segredos.
Desenvolvido pela Team Ladybug, conhecida por seu trabalho em Touhou Luna Nights, o jogo traz sua marca registrada de metroidvanias de mecânicas interessantes. Será que Blade Chimera consegue superar os títulos anteriores do estúdio? Confira na nossa review!
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História do jogo
Em Blade Chimera, somos levados a um mundo corrompido por forças demoníacas, onde a humanidade luta para sobreviver em um cenário de destruição e caos. O enredo segue um protagonista que, após um evento traumático que apaga suas memórias, se vê forçado a se unir a Lux, um demônio com a habilidade única de se transformar em uma espada.
Embora o enredo de Blade Chimera não seja inovador em sua premissa de um herói tentando resgatar seu passado enquanto enfrenta forças malignas, esse não é o foco do jogo.
Sendo assim, o que realmente se destaca é a fusão criativa de elementos cyberpunk com o ocultismo, um casamento que se torna ainda mais fascinante considerando o cenário futurista do Japão. Essa mistura de tecnologias avançadas com aspectos sobrenaturais proporciona um visual único que dá um charme a mais à narrativa.
Cenários e ambientação
O design dos cenários varia entre ruínas urbanas, florestas sombrias e fortalezas demoníacas, criando uma atmosfera de opressão e melancolia que complementa perfeitamente o tom da história. Embora a premissa de um mundo cyberpunk não seja exatamente inédita, a forma como a cidade de Osaka é retratada, com suas luzes de néon e ambientes decadentes, traz um charme único ao jogo.
A transição entre áreas mais caóticas e ambientes mais controlados também é feita com maestria, deixando o jogador sempre com a sensação de que algo está prestes a acontecer. E nada melhor do que ter músicas acompanhando essas transições que te ajudam a pasar uma sensão frenética quando precisa.
Os gráficos em pixel art com um estilo que mistura o cyberpunk com elementos mais tradicionais de fantasia é bastante agradavel para os olhos. A iluminação e os efeitos visuais, como os rastros de luz durante os combos e a manipulação do tempo, são bem executados e fazem com que o ambiente ganhe vida de forma dinâmica.
No entanto, eu percebi em alguns momentos, texturas de baixa resolução, principalmente nas áreas mais caóticas que bastante inimigo, mas nada que me incomodasse tanto. Além disso, embora o design visual seja rico, o level design peca em alguns momentos onde muitas áreas apresentam layouts pouco interessantes. Isso acaba tornando a navegação repetitiva e sem muita exploração. E o que mais senti falta foi o famoso “vai e volta”, bem comum em jogos de metroidvania, o que deixa um pouco a desejar.
Jogabilidade e habilidades no jogo
A proposta de combate faz com que o jogador domine não apenas os ataques rápidos, mas também aproveitar as habilidades especiais de Lux. A utilização dessa espada permite uma série de ataques únicos, desde golpes rápidos até poderosos ataques carregados, que exigem do jogador um bom ritmo e noção de timing, além da necessidade de usar a manipulação do tempo para criar vantagens durante as batalhas.
A Lux também é útil fora das batalhas, ajudando Shin a superar obstáculos no mundo. Ela pode ser usada para subir paredes ou transformar-se em uma corda para balançar entre plataformas, oferecendo uma diversificação nas mecânicas de movimento.
A exploração, no estilo metroidvania, é focada em revisitar áreas já exploradas à medida que novas habilidades são adquiridas, no entanto, a progressão e o design das áreas deixam a desejar um pouco nesse aspecto.
A interação com Lux expande as opções de movimento de Shin, permitindo desde a criação de barreiras protetoras até o uso de âncoras para ajudar na navegação e no combate. Isso amplia as possibilidades durante a exploração, mas em algumas situações, especialmente com a troca de armas, senti que a diferença entre as opções disponíveis era pouca. Muitas vezes, a troca de equipamentos não altera substancialmente a forma como enfrentamos os inimigos. Isso tornou o sistema de customização um pouco rasa e desinteressante.
Além disso, o jogo oferece uma curva de aprendizado acessível e até mesmo bem fácil, considerando que os inimigos do mundo são simples. Porém não tenho o que reclamar das mecanicas dos chefes, que foram os mais divertidos de enfrentar, dando oportunidade para utilizar suas habilidades sem medo.
Vale a pena jogar Blade Chimera?
Como fã de metroidvanias, eu tinha grandes expectativas para Blade Chimera. Principalmente após minha experiência positiva com Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth, outro título da Team Ladybug que me conquistou. A desenvolvedora tem um talento claro para criar jogos envolventes dentro desse gênero, e com Blade Chimera não é diferente.
O foco do jogo está na exploração e no combate, oferecendo uma jogabilidade fluida que mistura ataques rápidos com habilidades especiais, como os poderes de Lux. No entanto, devo admitir que senti que o jogo se encaminhava para um formato mais linear, o que tira um pouco da liberdade esperada no gênero. O level design também decepciona em alguns momentos, pois a maioria das áreas se parece mecanicamente e está cheia de corredores.
A progressão e os cenários interessantes em pixel art são outro grande atrativo, criando um ambiente cyberpunk que dá vida ao mundo destruído pelo caos demoníaco, sendo complementado pelas músicas de cada nova parte do mapa. Embora seja prazerosa, a progressão poderia diversificar-se mais.
Mesmo que você não tenha o costume de jogar metroidvanias, isso certamente não será um empecilho. O aprendizado é intuitivo e a dificuldade não é um grande desafio. Além disso o jogo é curto, tornando-o uma excelente escolha para quem deseja iniciar no gênero.
Dito tudo isso, eu me diverti bastante. Portanto, se você gosta de metroidvanias, deve jogar Blade Chimera. O jogo está disponível para Nintendo Switch e PC via Steam.
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