Finalmente, o Especial de Natal!

O tão aguardado episódio de natal de Doctor Who, “Joy to The World” ( Joy Para o Mundo), chegou ao Disney+ e contou com a participação de Nicola Coughlan (Bridgerton). O episódio estava em volto de alguns mistérios e dúvidas sobres sua história, mas agora sbemos sobre o que se tratava e aqui está a nossa review.

A Villengard Corporation, introduzida pela primeira vez em The Doctor Dances (Episódio 10, da 1ª temporada em 2005), retorna com maior destaque e complexidade nesta fase de Doctor Who. Reconhecida como a maior fabricante de armas da galáxia no século 51, a corporação ganha um papel significativo tanto no episódio Boom quanto no Especial de Natal de 2024.

Este especial, ambientado parcialmente no Time Hotel, em Londres, no ano de 4202, é uma obra de Steven Moffat. O roteirista entrega uma aventura dinâmica que explora a relação do Doutor com duas potenciais companheiras, após seu afastamento temporário de Ruby. Este é um episódio que reposiciona o Senhor do Tempo em um novo cenário, interagindo com personagens frescos e buscando alguém que possa, eventualmente, acompanhá-lo na TARDIS.

Review | Doctor Who: Joy Para o Mundo (Joy to the World)
Reprodução: Disney+

O roteiro é rico em transições temporais e espaciais, uma característica marcante dos textos de Moffat. Como esperado de seus episódios natalinos, “Joy to the World” combina alegria e suspense de forma magistral. A produção se beneficia de um orçamento generoso, que se reflete na direção de arte impressionante, especialmente na concepção do Time Hotel.

Os detalhes do hotel, desde o design das portas únicas às conexões entre os ambientes, são primorosos. A fotografia também é um destaque, criando um clima de serenidade e celebração por meio de elementos como a imponente árvore de Natal e uma paleta de cores cuidadosamente escolhida.

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Os momentos iniciais do episódio são especialmente envolventes. A apresentação de Joy, interpretada pela carismática Nicola Coughlan, equilibra humor e encanto. Simultaneamente, a introdução misteriosa do Doutor captura imediatamente o interesse do público. Moffat adota uma abordagem leve para apresentar cenários, personagens e conflitos, mantendo o suspense em torno da misteriosa mala até os momentos finais. Essa escolha garante uma narrativa divertida e coerente.

Porém, nem todos os elementos se mantêm equilibrados. A personagem Anita, vivida por Steph de Whalley, desafia a credulidade em certos momentos. Embora algumas licenças poéticas sejam aceitáveis em contos natalinos, a atitude indiferente de Anita diante dos eventos extraordinários ao seu redor é frustrante. Nada em sua história ou em suas emoções justifica sua aceitação despreocupada do absurdo. Apesar disso, a interpretação calorosa de Whalley torna Anita cativante, mesmo que sua falta de reação plausível traga momentos de irritação ao espectador.

Review | Doctor Who: Joy Para o Mundo (Joy to the World)
Reprodução: Disney+

Por outro lado, Nicola Coughlan brilha com uma interpretação encantadora e bem alinhada ao tom do episódio. Embora o excesso de detalhes sobre a Villengard Corporation e sua tentativa de “criar uma estrela” possa parecer exagerado, esses elementos não comprometem a diversão nem prejudicam o desfecho de Joy to the World.

O clímax do episódio é um dos mais belos entre os Especiais de Natal de Doctor Who. A estrela, literal e simbólica, representa transformações profundas para todos os envolvidos, transcendendo qualquer artimanha corporativa. Como Joy afirma em seus momentos finais, a luz encarna algo profundamente significativo e transformador. Este tom dramático e cheio de sentidos encerra o episódio de forma emocionante e inesperada, capaz de arrancar lágrimas dos espectadores.