Bom, finalmente chegamos ao episódio final da trilogia de especiais em comemoração de 60 anos de Doctor Who. Retornando com um clássico vilão da série, em uma nova roupagem e novo rosto, além claro de apresentar o 15º Doutor, aqui está a nossa review de Doctor Who: Risadinha (The Giggle).

O fim chegou e achávamos que estaríamos preparados, mas não estávamos. Com um episódio de encerramento que mais parece um “até logo“, chegamos ao último especial de 60 anos. Desde que anunciaram essa trilogia de comemoração, foi apresentado que o grande vilão seria o lendário Toymaker, um vilão que o 1º Doutor enfrentou. Isso ocorreu na terceira temporada, no arco intitulado “The Celestial Toymaker” e que originalmente, serviria como os últimos episódios do 1º Doutor. Porém, algumas discussões de bastidores fizeram com que essa ideia morresse.

Donna Noble e 14º Doutor
Imagem: BBC/Disney+

Nessa nova aparição do Toymaker, vemos o brilhante ator Neil Patrick Harris interpretando o clássico vilão. Agora com um plano, um tanto mais caótico e mais perverso, porém, seguindo tudo aquilo que foi apresentado na sua primeira aparição. A versão de Harris segue a mesma linha que esta trilogia de especiais vem trazendo, uma mistura de nostalgia com modernidade que agrada os fãs mais antigos e atrai um novo público e fãs.

Todos estão errados, apenas eu estou certo

Melanie "Mel" Bush e 14º Doutor
Imagem: BBC/Disney+

Começando quase que imediatamente depois do final de “Wild Blue Yonder” (“A Imensidão Azul”), com Wilfred Mott, o avô de Donna, se reencontrando com o Doutor depois de anos de se despedirem. O mundo entrou numa onda de loucura e caos, onde as pessoas se julgam certas e as outras estão erradas, uma situação de apocalipse total, porém sem alienígenas atacando o planeta, a própria humanidade está trazendo o seu fim.

O plano do Toymaker começa em 1925, onde durante os testes para a primeira TV de John Logie Baird, o vilão deixa um ruído que reverbera pelo tempo. Um plano de longo prazo, que trouxe consequências terríveis ao ano de 2023. O Doutor até tenta entender o que está ocorrendo, mas as explicações que ele obtém não fazem sentido, deixando tudo mais confuso do que já está.

Aqui entra em cena a UNIT e alguns clássicos personagens que amamos da franquia, Kate Stewart (Jemma Redgrave) e MelanieMelBush (Bonnie Langford), além claro do retorno de Shirley Anne Bingham. Elas estão se esforçando em descobrir como essa situação se iniciou e até mesmo criaram uma maneira de “controlar” os efeitos desse acesso de raiva, os Zeedex. Porém, não conseguem utilizar nas pessoas, pois elas se recusam a utilizar e criam campanhas anti-Zeedex, claramente uma referência aos antivax que surgiram durante a pandemia.

Restando assim, poucas opções de contornar esse fim do mundo. E vemos aqui o que foi reforçado durante o último episódio, a genialidade de Donna Noble. A personagem descobre, rapidamente, os motivos desse surto das pessoas e assim, resolvendo parte do mistério. Ela e Mel fazem uma excelente dupla, até mesmo rola a piada de que Donna não foi a primeira ruiva na vida do Doutor. As duas conseguem trabalhar muito bem, no pouco tempo reservado para as personagens.

Um novo rosto, o mesmo Toymaker

Toymaker
Imagem: BBC/Disney+

O outro ponto interessante do episódio é o vilão, o Toymaker, o personagem conseguiu roubar a cena toda vez que aparecia. E Neil Patrick Harris dá um show de atuação, parece que este papel havia sido criado para ele desde os anos 60. Desde a sua versão da década de 20, até a sua versão em 2023. O seu plano parece ser algo muito ridículo, inicialmente, mas que tem um tom de crítica ao mundo real muito sútil. No qual, nas redes sociais todos querem sair por cima e corretos com suas opiniões, assim os outros que não concordam estão errados. E como o Toymaker diz, um jogo onde todos ganham e onde todos perdem.

O vilão por sua vez tem pouco tempo de participação, nesta trilogia especial, o que vendo agora pareceu um erro. Além disso, serve para pavimentar o caminho, para o futuro, do 15º Doutor, no qual comenta que tem uma força maior pelo universo. Alguém tão poderoso, que ele se recusou a desafiar para um jogo. Seria esse o novo Bad Wolf de RTD para a sua nova era, ou será um clássico vilão retornando, teremos que esperar para descobrir. Bem como, ele comentando que enfrentou e derrotou o Mestre, outro icônico vilão de Doctor Who, em um jogo, o prendendo em seu dente dourado.

Assim como, o personagem serve para jogar os maiores traumas do Doutor na sua cara e fazer com que os confronte novamente. Mesmo com boas saídas, a parte do Fluxo é o que mais o machuca, ele não superou isso e não sabe como superar. E quando o vilão coloca isso na mesa, o Doutor se obrigado a desafiá-lo para um jogo. E assim, resultando numa melhor de três entre os dois e uma batalha final que só Doctor Who poderia entregar, algo que apenas RTD poderia escrever.

Vale a pena?

Toymaker
Imagem: BBC/Disney+

Bom a resposta é sim, vale a pena assistir Doctor Who: Risadinha (The Giggle), mas com algumas ressalvas. A mais importante é a mais crucial, precisa assistir os episódios anteriores, “The Star Beast” (“A Fera Estelar“) e “Wild Blue Yonder” (“A Imensidão Azul“). Já que esse episódio se rata como um encerramento da trilogia de especiais dos 60 anos, também se trata do último episódio do 14º Doutor.

Aqui descobrimos todas as respostas para o retorno do seu rosto antigo e como RTD vai trabalhar daqui para frente com a série. Ao que tudo indica, o Fluxo será um problema que continuará afetando o Doutor, mas também existe algum outro mal vagando por aí. Entretanto, o final para o 14º Doutor é belíssimo e com certeza, era o final que o roteirista queria ter dado ao personagem anos atrás. Enfim, o Doutor do Tennant está feliz e pode pensar em ir mais devagar nas aventuras.

Por último, temos um novo caminho a seguir o Doutor de Ncuti Gatwa já chegou brilhantemente, sua estreia foi uma das mais icônicas dos últimos anos. E assim, só podemos esperar pela sua primeira aventura no retorno dos especiais de Natal da série. Doctor Who finalmente conseguiu retornar ao que era e depois desse breve respiro, com certeza alcançará novos patamares. Bom, que venha “The Church on Ruby Road“, para assim descobrirmos que tipo de Doutor é o 15º e que aventuras ele irá embarcar.

14º Doutor e Donna Noble
Imagem: BBC/Disney+

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