Nesta terça-feira (09) estreou a série da heroína Eco, a mais nova vigilante do MCU, no Disney+. A personagem, interpretada pela Alaqua Cox já havia aparecido na série do Gavião Arqueiro e agora possui a sua própria série.
A série recebeu o selo Marvel Spotlight, que é voltado para histórias que são mais independentes e voltadas para os personagens e que não precisam de estar tão conectadas ao universo cinematográfico, embora estejam incluídas no mesmo universo.
A série até o momento possui uma aprovação de 73% da crítica especializada e 68% do público no Rotten Tomatoes.
Eco é uma personagem fictícia dos quadrinhos, da editora Marvel Comics e foi criada por David Mack, em parceria com Joe Quesada. Ela fez sua estreia nas páginas do quadrinho Daredevil #9, em 1999. Eco é o alter ego de Maya Lopez, uma mulher indígena Cheyenne com relações com o Rei do Crime, Wilson Fisk, e o Demolidor.
Maya Lopez é uma heroína surda e nativo-americana e até onde sabemos, seu criador não é surdo e nem nativo-americano. Porém, conseguiu entregar um material muito rico e sensível, tanto na arte quanto nos roteiros, como podemos ver no quadrinho Demolidor: Eco.
A história da série “Eco”
A série acontece 5 meses após os eventos da série Hawkeye (2021). Maya acha que o Ronin, Clint Barton na época, matou seu pai e desde então busca pelo anti-herói para se vingar. Porém, ela acaba descobrindo que o Ronin foi contratado pelo Rei do Crime para matar seu pai. Com isso, Maya Maya Lopez dá um tiro em Wilson Fisk.
Por consequência, ela está sendo perseguida pela organização do Rei do Crime. Desse modo ela acaba retornando à sua cidade natal em Oklahoma, onde ela deve aceitar seu passado. Entre os fatos de seu passado e a perseguição dos capangas de Fisk, Maya se reconecta com suas raízes nativas americanas, abraçando sua família e sua comunidade.
Além disso, a produção prepara o ambiente para o tão esperado retorno de Demolidor no MCU, na série “Demolidor: Nascido de Novo”.
Uma série +18, violenta e com uma história profunda
Eco veio para mostrar que a Disney está fazendo o possível para provar que existe muito a explorar no Universo Cinematográfico da Marvel ainda. Até porque nem toda história de super-herói é precisa ter um tom cômico ou com mortes amenizadas, sem a exposição de sangue ou muito violentas.
A série consegue entregar uma história profunda sobre as origens da personagem, enquanto acontece toda uma perseguição contra a protagonista, devido aos ocorridos no final da série do Gavião Arqueiro.
São vários aspectos que contribuem para que a primeira série +18 e com o símbolo Marvel Spotlight estreasse com sucesso. Já no primeiro episódio temos muita ação, que é praticamente uma introdução e contextualização do que aconteceu, temos a aparição do Ronin (Jeremy Renner) e do Demolidor (Charlie Cox). É impossível não ficar animado com a aparição desses dois astros espetaculares.
Também temos toda uma abordagem sobre uma personagem que é surda e deficiente física. A Marvel foi sensacional ao colocar várias cenas sob o ponto de vista da protagonista, ou seja, em alguns momentos não ouvimos o que os personagens estão falando, o que pode trazer certa agonia para o espectador.
Além isso, temos todo um aprofundamento das questões ancestrais e histórico-culturais dos Choctaw, grupo étnico muscogueano nativos da região sudeste dos Estados Unidos da América dos Estados Unidos que é extremamente importante para a trama da série.
A série aborda toda uma questão mais próxima das pessoas, sobre o que acontece quando deixamos um local, quais feridas guardamos e quais esquecemos para alcançar a superação. A série é sobre o sentimento de pertencimento a uma comunidade e a força dos vínculos ancestrais.
Uma personagem complexa e a preparação para um universo mais sombrio e próximo das ruas
Maya Lopez é uma personagem com um passado manchado de tragédias e cercada pelas crueldades feitas pelo seu “tio” Wilson Fisk, que fez de tudo para agradar sua sobrinha. Entretanto, as formas de atuação do Rei do Crime está repleta de violência e mortes. Então ela cresceu num ambiente totalmente violento, fazendo com que ela quase se transformasse em uma “Rainha do Crime”, já que estava agindo da mesma forma do tio. Diante disso, temos toda uma questão da ancestralidade, do místico que está no seu sangue contra a brutalidade onde ela cresceu.
“Eco” se enquadra no grupo de vigilantes de rua, aqueles heróis que atuam com problemas mais “terrenos” e do dia a dia, o que não reduz sua importância e nem que eles não lidam com problemas de escalas maiores. Desse modo a série prepara o ambiente para a inserção de outros personagens já famosos e abordados nas séries da Netflix, como o próprio Demolidor, Justiceiro, Jessica Jones, dentre outros.
Além disso, a série possui uma cena pós-crédito no último episódio que prepara totalmente o ambiente para a nova série do Demolidor e que poderá repercutir também nos próximos filmes da Marvel.
Vale a pena assistir “Eco”?
De fato Eco é um dos maiores acertos da Marvel em 2024. A produção possui uma historia riquíssima culturalmente, além de ser totalmente inclusiva, ao mostrar os acontecimentos em várias vezes sob a visão de alguém surdo.
Cabe ressaltar a excelente atuação de Alaqua Cox, para quem não sabe, a atriz realmente é deficiente auditiva, trazendo maior credibilidade à interpretação da personagem.
Além disso, é uma produção mais violenta, saindo um pouco do padrão Disney. É uma ação necessária para que o Universo Marvel continue se expandindo e não fique nas mesmice dos filmes com comédia e com violência reduzida.
Eco é uma série que não precisa necessariamente assistir todas as produções da Marvel. Ela funciona por si só, e o que precisamos saber de ocorridos em produções anteriores é explicado perfeitamente no primeiro episódio.
A primeira temporada de Eco está disponíveis na Star + e na Disney+.
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