A FromSoftware está de volta com Elden Ring Nightreign, um spin-off que promete sacudir a fórmula soulslike. Dessa vez, a experiência single player dá lugar a partidas multiplayer, com elementos de roguelike e um toque de battle royale.

O jogo mantém a essência do combate desafiador, mas entrega um ritmo mais acelerado e imprevisível. A pergunta que fica é: será que essa mistura funciona ou a magia de Elden Ring se perde no caminho? Vamos descobrir!

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Trailer de lançamento de Elden Ring | Reprodução: YouTube

Sobre o que é Elden Ring Nightrein?

Quando Elden Ring chegou em 2022, ele não só dominou as listas de melhores jogos do ano como redefiniu o que um soulslike poderia ser. Dois anos depois, a FromSoftware surpreende novamente com Elden Ring Nightreign, não uma DLC ou sequência tradicional, mas uma experiência nova que mantém o DNA da franquia enquanto o empurra para territórios inexplorados.

Enquanto o Elden Ring original nos dava liberdade para explorar um mundo aberto cheio de segredos, Nightreign nos coloca em um pesadelo estruturado em ciclos de três dias, um loop com desafios mais brutais que a anterior.

Os famosos Lordes da Noite não são apenas chefes poderosos; são manifestações da maldição que consome Limveld, cada um com sua própria história de tragédia e corrupção.

Nightfarers: conhecendo as classes do jogo

Em Nightreign, a FromSoftware trocou a liberdade de criação de personagens por uma abordagem mais focada, com oito classes distintas chamadas de Nightfarers. Cada classe oferece um conjunto único de habilidades, equipamentos e estilo de jogo, projetados para funcionar bem no modo cooperativo.

Nightfarers | Imagem: Bandai Namco

Dentre as classes disponíveis, destacam-se quatro arquétipos principais com características bem definidas. O Espadachim das Brumas se consolida como especialista em contra-ataques precisos, exigindo timing impecável para executar seus golpes. Seu estilo de combate recompensa a paciência e o domínio dos padrões de ataque inimigos.

Para os jogadores que preferem abordagens mais agressivas, o Flagelador Sanguinário oferece um estilo único baseado em sacrifício de vitalidade por poder ofensivo. Já o Patrulheiro do Abismo domina técnicas furtivas e emboscadas, enquanto o Arqueiro Celestial proporciona controle de campo à distância através de seu arsenal de projéteis elementais.

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Cada classe foi desenvolvida para funcionar em sinergia com as outras, criando um ecossistema de combate onde a composição do grupo influencia diretamente nas estratégias disponíveis. Apesar da aparente simplicidade, todas contam com árvores de progressão que permitem certa customização dentro de seu nicho especializado.

O que realmente diferencia essas classes são suas habilidades exclusivas:

  • Golpes Finais específicos para cada classe
  • Buffs que beneficiam toda a equipe
  • Movimentação especializada (teleportes, saltos acrobáticos etc.)
  • Árvores de progressão individuais com upgrades significativos

Embora a ausência de customização profunda possa parecer uma limitação, na prática não é algo que incomode e isso permite um balanceamento mais preciso e encontros multiplayer mais estratégicos.

Jogabilidade: soulslike adaptado ao multiplayer

Nightreign mantém a essência soulslike, com o já conhecido pelo seu combate complexo e metódico. No entanto, agora os jogadores são lançados no mapa de Limveld em um formato inspirado no estilo battle royale. É possível (ou tentar) jogar sozinho ou em equipes de até três jogadores, explorando o cenário de forma cooperativa em busca de recursos e runas para fortalecer seus personagens.

Sendo assim, entram as mecânicas roguelike: Limveld oferece encontros com inimigos, recompensas e eventos distribuídos de forma aleatória a cada partida, garantindo que cada expedição seja única e imprevisível. Cada partida em Elden Ring: Nightreign tem como objetivo final derrotar um dos Lordes da Noite.

As sessões são divididas em três dias: durante os dois primeiros, os jogadores exploram o mapa em busca de recursos, melhorias e enfrentam inimigos menores. Quando a noite cai, começam os confrontos contra chefes, e a morte passa a ser permanente.

No terceiro e último dia, os jogadores devem encarar o Lorde da Noite em uma batalha decisiva. Ao vencê-lo, é possível obter recompensas como relíquias que oferecem melhorias permanentes para as próximas expedições.

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O sistema de stamina, esquivas e ataques precisos segue presente, porém recalibrado para encorajar combos entre jogadores. Inimigos agora reagem de forma dinâmica a múltiplos oponentes, exigindo sincronia da equipe, enquanto mecânicas como revives táticos (que exigem execução de ataques específicos) aprofundam a cooperação.

A “Maré da Noite” reduz progressivamente a área segura e movimentos verticais como escalada rápida e corrida em paredes ampliam as opções táticas, garantindo que cada partida seja especial.

Considerações sobre Nightrein

Nightreign acerta ao transformar a fórmula soulslike em uma experiência cooperativa intensa, mas peca em alguns pequenos aspectos. A essência do combate meticuloso e recompensador está lá, agora adaptada para grupos de três jogadores. A estrutura roguelike com mapas que mudam a cada partida e eventos aleatórios garante uma experiência dinâmica, mesmo que às vezes a aleatoriedade prejudique o equilíbrio de algumas sessões.

Embora a experiência seja melhor aproveitada em grupo, onde acredito que seja a melhor forma de jogar, o modo solo poderia receber mais atenção, alguns ajustes de balanceamento tornariam a jornada solitária mais justa sem perder a essência desafiadora.

A exigência de grupos de três jogadores (não podendo ser duplas), embora compreensível pelo design das batalhas, limita um pouco as opções de jogo. São desafios de implementação compreensíveis para uma primeira incursão neste formato, que eu espero que seja refinado em futuras atualizações.

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Na parte técnica, o jogo tem uma apresentação muito próxima de Elden Ring, gráficos muito competentes, mas como de costume para o estúdio, o visual do jogo se destaca quando o assunto é direção de arte, um exemplo são os espetáculos visuais que são as batalhas contra os Lordes da noite, com efeitos dos golpes desferidos pelos chefes iluminando a tela acompanhados da trilha sonora avassaladora que torna os encontros memoráveis.

Resquisitos do seu PC para rodar o jogo | Reprodução: Steam

Vale ou não a pena jogar Elden Ring Nightrein?

No geral, Nightreign se destaca como uma experiência positiva que expande criativamente as possibilidades do universo de Elden Ring. A FromSoftware demonstra mais uma vez sua capacidade de inovar dentro do gênero, mesmo que alguns aspectos possam ser aprimorados.

É uma aventura que vale a pena para seu público-alvo, oferecendo uma das melhores experiências cooperativas no gênero soulslike. A qualidade do combate e a criatividade na adaptação da fórmula tradicional garantem horas de desafios gratificantes para aqueles que se dispuserem a mergulhar em Limveld.

Portanto, para grupos de amigos que gostam da jogabilidade de Elden Ring e querem se divertir, encarando o desafio cooperativo e dos chefes, o jogo oferece horas de combate intenso e estratégico que te recompensam de maneira satisfatória. Só tome cuidado para não perder as amizades!

Elden Ring Nightrein já esta disponível no PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S. Saiba mais no site oficial.

*Review feita a partir do “media test” de Elden Ring Nightrein, enviada pela Bandai Namco Entertainment America Inc.