A série de jogos conhecida como Grandblue Fantasy teve seu início em 2014 com o seu primeiro RPG de ação, do gênero gacha, disponibilizado para dispositivos móveis, IOS, Android e navegadores da Web. Após seu sucesso, foram lançados spin-offs da série e jogos de luta, como o Granblue Fantasy Versus: Rising, desenvolvido pela Arc System Works.
Agora a empresa Cygames resolveu criar um RPG com base na franquia Grandblue Fantasy. Depois de 8 anos de trabalho nesse projeto e algumas pausas durante o percurso, foi finalmente lançado no inico desse ano, 31 de janeiro de 2024.
Granblue Fantasy é uma franquia em constante evolução, explorando diversas mídias para alcançar novos públicos. Desde adaptações para mangá e anime até spin-offs no mundo dos videogames, a franquia tem se reinventado continuamente.
Um pouco mais sobre a série
Eu conheci a franquia através do seu lançamento passado, Grandblue Fantasy Versus: Rising, um jogo do genero de luta que não deixa a desejar. Não conhecia os personagens porém aproveitei bastante o jogo que além de bonito era muito divertido de jogar. E quando descobri que tinha um jogo previsto para lançar e que teve mão da PlanitumGames, resposavel pelo desenvolvimento do combate de diversos jogos de ação que eu gosto, como por exemplo NieR: Automata, me brilhou os olhos.
Agora, com o tão esperado Granblue Fantasy: Relink, a franquia dá mais um passo adiante. Este novo título mergulha em um gênero que muitos fãs de longa data estavam ansiosos para experimentar: o RPG de ação. Com uma jogabilidade dinâmica e imersiva, promete levar os jogadores a uma aventura épica através de mundos fantásticos, repletos de personagens icônicos e desafios emocionantes.
Então por isso vamos dar uma olhada no que Grandble Fantasy: Relink tem para oferecer para os seus fãs e também para os novos jogadores que irão conhecer agora a franquia.
O que Granblue Fantasy Relink tem para nos contar?
No cerne da narrativa estão os Aeroviajantes, um grupo destemido que navega por terras a bordo de um barco voador em busca da lendária ilha de Estalúcia, onde o pai ou mãe do protagonista os aguarda, conforme indicado por uma misteriosa carta.
Eles adentram o inexplorado espaço celeste de Zegagrande. Contudo, assim que pisam nessa região inexplorada, sinais de perigo começam a surgir. Anomalias perturbadoras e eventos catastróficos revelam a presença sinistra da Igreja de Ávia. Esta organização, movida por suas próprias agendas sombrias, desencadeia o poder das Bestas Primordiais, seres ancestrais capazes de desencadear calamidades que ameaçam toda a população das ilhas flutuantes.
Embora apresente uma narrativa relativamente simples e comum para aquelas acustumados com JRPGs e animes, é importante destacar que este não é o ponto de partida para os novos jogadores. O jogo é uma continuação de uma jornada que vem se desenrolando nos jogos anteriores da série. Isso pode representar um desafio para os recém-chegados, que podem se sentir perdidos ao tentar compreender o contexto da história e os dilemas dos personagens.
Isso se dá ao fato de que os jogos anteriores, além de serem em sua maioria mobile, foram lançados no Japão, não tendo muito contato com o publico do ocidente. O lado bom é que eles disponibilizam diversos documentos e glossários dentro do jogo para que você possa entender um pouco mais do que está acontecendo na história e da origem dos personagens o que é um ponto positivo, caso você não queira ficar muito perdido.
Se você é uma pessoa que está chegando agora na franquia e procura uma história para se aprofundar e personagens talvez isso deixe um pouco a desejar, porém de forma alguma isso tira o mérito do que o jogo ainda tem a oferecer, além da história. E caso não seja algo com que você se importe o jogo te permite pular praticamente todas as cutsceanes do jogo, dando até mesmo um resumo do que esta acontecendo, o que achei bem interessante.
E como é a gameplay?
A estrutura de Granblue Fantasy: Relink é intuitiva. A jornada começa nas vibrantes cidades, centros de atividades e interações com NPCs essenciais, como ferreiros, comerciantes e emissários de missões. À medida que os jogadores avançam pela campanha, são conduzidos por áreas exploráveis repletas de inimigos desafiadores e tesouros ocultos.
No entanto, é importante estar ciente de que o jogo não fornece um mapa detalhado para orientar os jogadores. Deixar algo para trás é uma possibilidade real. Essa falta de orientação pode tornar a exploração um pouco desnorteante para alguns jogadores, mas também adiciona um elemento de descoberta à experiência.
A mecânica de combate é uma experiência extremamente gratificante, capturando todo o frenesi e a emoção que se espera de um RPG de ação de alta qualidade. A diversidade de habilidades disponíveis promove uma profundidade estratégica notável, incentivando os jogadores a experimentarem diferentes combinações e táticas.
Outro destaque é a liberdade que o jogador tem de controlar qualquer um dos 19 personagens disponíveis ao longo da campanha, sem se limitar ao protagonista, Gran/Djeeta. Essa abordagem é altamente positiva, porque o elenco apresenta uma variedade impressionante de personagens, cada um com mecânicas de jogo únicas.
As batalhas contra chefes podem ser considerado “uma loucura” no bom sentido da palavra, por serem verdadeiros espetáculos de desafio e diversidade. Inspiradas nas mecânicas do jogo original, elas incorporam elementos como Overdrive e Break, proporcionando uma experiência intensa e estratégica para os jogadores.
Os confrontos contra os chefes apresentam padrões de ataque dinâmicos e imprevisíveis, que muitas vezes cobrem toda a arena, exigindo que os jogadores estejam constantemente em movimento para evitarem serem atingidos. Durante a luta eu consegui sentir a loucura que permeava enquanto eu tentava esquivar, ajudar meus companheiros e tentar da um golpe, incrível.
Parece complicado, mas não é
Apesar de todo esse frenessi que a jogabilidade oferece, o jogo está longe de ter uma jogabilidade complicada de se entender. Eu achei bem intuitivo e fácil de entender os prinicpais comandos do jogo.
Embora seja possível jogar de forma mais casual, simplesmente apertando o botão de ataque repetidamente, Granblue Fantasy: Relink oferece uma profundidade surpreendente para aqueles que desejam explorar suas mecânicas mais intricadas. Em momentos chave, acertar o tempo certo ao pressionar um botão pode estender combos e aumentar significativamente o dano causado aos inimigos.
À medida que os jogadores avançam de nível no jogo, eles têm a oportunidade de gastar pontos de maestria para desbloquear novas técnicas e aprimorar atributos através de uma árvore de habilidades flexível. Essa personalização permite que os jogadores construam suas próprias builds de acordo com suas preferências, adicionando uma camada estratégica empolgante ao jogo.
Além disso, a possibilidade de forjar uma variedade de armas e equipar selos que concedem diversos benefícios aos personagens adiciona ainda mais profundidade ao sistema de progressão.
A interface intuitiva do jogo incentiva os jogadores a experimentarem diferentes personagens e composições, tornando o multiplayer uma experiência ainda mais gratificante. No endgame, desafiar missões de maior dificuldade para obter materiais, fabricar armas melhores e evoluir as habilidades dos personagens se torna o foco principal.
Por fim é importante lembrar que o jogo vem de um histórico de gacha. Ele se sustenta em muitas coisas do conceito de grind e farm. No entanto, ao contrário da maioria dos JRPGs, Granblue Fantasy: Relink transforma essas práticas em uma experiência gratificante, especialmente através de seu componente multiplayer. Ao aproveitar ao máximo as mecânicas de cooperação, o jogo torna o grind e o farm em momentos empolgantes e envolventes
É bonito de ser ver
Uma coisa que não podia deixar de citar nessa review é sobre a arte do jogo que provavelmente foi uma das primeiras coisas que notei. O jogo é visualmente e artisticamente muito bonito. Os cenários e personagens são verdadeiramente deslumbrantes, capturando a essência das ilustrações originais de Hideo Minaba com maestria.
Além disso, os efeitos visuais são incrivelmente bem elaborados, contribuindo para uma experiência imersiva. Apesar de parecerem intensos e as vezes poluidos à primeira vista, eles se integram perfeitamente à jogabilidade. Apenas em alguns momentos que quando está no meio da batalha, com muito coisa acontecendo, tem alguns diálogos que podem acabar passando despercebidos diante a tantos estimulos visuais (não entendo porque jogos frenéticos gostam tanto de colocar diálogos no meio de batalhas), porém isso é de longe algo que incomode profudamente.
As músicas também é algo que trás a essas momentos frenéticos e empolgantes de batalha aquele sentimento de momento épico ou ugêrncia. Com certeza é algo que também faz a diferença na hora das batalhas.
E o pós game?
É aqui que eu acredito, que seja o ponto mais alto do jogo. Granblue Fantasy: Relink oferece aos jogadores a oportunidade de continuar explorando o vasto mapa do jogo com novas funcionalidades.
Além disso, uma série de novas missões e níveis de dificuldade são disponibilizados. Isso permite aos jogadores obter novos itens, desbloquear personagens adicionais e aumentar seus níveis de experiência.
O foco do pós-game está nas batalhas empolgantes, frenéticas e viciantes que definem a experiência de Granblue Fantasy: Relink. Com a oportunidade de criar builds personalizadas e aumentar os níveis de seus personagens, os jogadores que apreciam desafios e estratégia. Os jogadores encontrarão no pós-game uma verdadeira fonte de diversão e entretenimento contínuo.
Outra adição é o mulplayer. Depois de finalizar o jogo você pode realizar missões com até 4 jogadores durante uma partida. Cada um controlando um personagem, o que traz uma experiencia toltamente diferente e divertida para o combate.
As emocionantes batalhas contra chefes destacam-se no combate envolvente e variado, rivalizando com algumas das melhores encontradas em MMOs. Embora alguns chefes menores possam se repetir, deixando a experiência um pouco repetitiva às vezes, a singularidade de seus padrões de ataque mantém as coisas sempre frescas. Além disso, a perspectiva de atualizações futuras, incluindo batalhas contra chefes como Lúcifer, aumenta ainda mais o potencial de longo prazo do jogo.
Vale ou não vale jogar?
Granblue Fantasy: Relink traz uma experiência verdadeiramente imersiva, mergulhando os jogadores em um universo vasto e cativante. Desde o primeiro momento, uma narrativa envolvente nos conduz por uma jornada épica.
O destaque do jogo reside nas batalhas que são verdadeiros espetáculos de ação e estratégia. Cada encontro é uma experiência única, repleta de desafios e reviravoltas, garantindo momentos emocionantes e inesquecíveis ao longo da campanha.
A direção do jogo é excepcional, proporcionando mecânicas fluidas e envolventes que mantêm os jogadores sempre engajados. Seja explorando o jogo sozinho ou se aventurando ao lado de amigos no modo multiplayer. Granblue Fantasy: Relink oferece uma experiência repleta de diversão e possibilidades.
Os sistemas de combate são acessíveis, mas oferecem profundidade o suficiente para satisfazer até os jogadores mais experientes. A progressão dos personagens é gratificante, à medida que vemos seus atributos e habilidades se desenvolverem ao longo da jornada.
A direção artística do jogo é simplesmente deslumbrante, com visuais que capturam a essência da franquia de forma magnífica. A trilha sonora, por sua vez, eleva ainda mais a experiência. De fato, suas composições nos imergem ainda mais no mundo de Granblue Fantasy.
Em resumo, Granblue Fantasy: Relink é, sem dúvida, um verdadeiro triunfo para a franquia. Além disso, proporciona uma experiência que, indiscutivelmente, vale cada momento de espera. Com uma mistura perfeita de jogabilidade cativante e uma apresentação visual de tirar o fôlego. Este jogo se destaca como um dos melhores do seu gênero e uma prova do poder das franquias mobile em alcançar novos patamares de excelência.
O jogo está disponível nas versões para versões para PC, PS4 e PS5.
