Investigação, blasfêmia e bizarrices tomam conta em nova série de Ryan Murphy

Mistério, bizarrice e perversão tomam conta da tela em Grotesquerie, a nova série de Ryan Murphy, que enfim estreou no Brasil pela Disney+. Com episódios semanais, a série não perde tempo e traz muito suspense, terror e drama em meio a uma investigação complexa. Uma investigação recheada de interrogações e com personagens ainda mais suspeitos.

Assim, Grotesquerie é uma série de terror e drama, onde a detetive Lois Tryon (Niecy Nash) precisa se unir a Irmã Megan (Micaela Diamond), uma freira e jornalista, para que juntas possam resolver os mistérios e capturar o Serial Killer por trás de crimes hediondos que conversam com a bíblia e a religião. Crimes tão cruéis que beiram o próprio senso de humanidade, colocando toda pequena comunidade em risco.

Entretanto, se Lois quer capturar este serial killer, a detetive terá que enfrentar os desafios e provocações do assassino, ao mesmo tempo, em que lida com seus problemas emocionais e familiares, além de seus vícios.

A nova produção de Ryan Murphy conta com nomes que já trabalharam com ele em outras produções, como Niecy Nash (Monsters: Dahmer – Um Canibal Americano; e Scream Queens) e Nicholas Alexander Chavez (Monsters: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais). Além de também contar com Micaela Diamond, Raven Goodwin, Courtney B. Vance, Lesley Manville e Travis Kelce. Confira o trailer abaixo:

Com tantos nomes fortes, uma história que promete muito suspense e drama e um trailer ainda mais intrigante, não é de se espantar o aumento das expectativas pela série, não é mesmo? Contudo, será que Grotesquerie realmente começou bem?

Um começo bizarro, cheio de heresias, mistérios e bom!

Uma coisa que Grotesquerie entrega logo em seus dois primeiros episódios é mistério e interrogações, em um contexto de tensão envolvente.

Assim, aqui se mistura o suspense com um drama instigante, e que ainda se completa com cenas pesadas diante aos crimes cruéis, cenas gráficas, ou então aquelas que ficam para a imaginação. Aliás, este é um detalhe interessante: a nova produção de Ryan Murphy não aposta apenas no gore, mas também entrega conteúdo para o imaginário de seu público, deixando para o mesmo imaginar a cena por meio dos diálogos ou questões mais sutis. Como a presença ou ausência de um elemento na cena, por exemplo.

Grotesquerie  Niecy Nash
Imagem: Reprodução

Seria até mesmo como se a série quisesse puxar o seu telespectador para a cena, a fim de tentar colaborar na busca pelo responsável do crime. Crime o qual possui um teor religioso, com basamento bíblico em sua faceta mais grotesca e maléfica possível. Tão maléfico que chega a ser questionado se foi realmente feito por algum ser humano mesmo, de tão desumano que é.

Em outras palavras, Grotesquerie estreia como se fosse um bolo, em que a massa é toda a história dramática e investigativa, fermentada por cenas de tensão, com um recheio de mistério, suspense e bizarrices em meio ao gore. E para completar essa receita, uma cereja de heresias e cenas mais picantes.

A cereja do bolo? A heresia e sexualização em Grotesquerie

Antes de assistir Grotesquerie, é preciso ter em mente que a série não poupa em suas cenas. Principalmente quando se refere a questões religiosas. Ou melhor, a personagens religiosos.

Grotesquerie Nicholas Alexander Chave
Imagem: Reprodução

Isso poque a série não perdoa e traz cenas mais sensíveis que possam alfinetar algumas questões religiosas, seja através de cenas envolvendo os crimes (como já dito acima) ou pela representatividade do próprio comportamento da Igreja Católica na atualidade, e sua busca por novos fiéis. Entretanto, o que poderá chocar mesmo é a forma que a série trabalha com o personagem de Nicholas Alexander Chavez – o Padre Charlie Mayhew.

Se em sua primeira aparição, o público se depara com a figura de um padre jovem, enérgico e firme com a religião, a fim de proteger e propagar a fé cristã na modernidade, essa imagem vai se desafazendo em pouco tempo de episódio. A tensão sexual que o personagem exala direciona sua narrativa para uma cena que sexualiza o personagem de Chavez. Uma sexualização que, diga-se de passagem, tornou-se em um elemento muito presente ao longo das produções de Ryan Murphy.

Logo, a heresia e a sexualização se fundem na tela diante as aparições do personagem de Nicholas Alexander Chavez – um padre – praticando o pecado da “luxúria“, por assim dizer. Portanto, é preciso ter em mente que Grotesquerie pode não ser indicado para aqueles que são mais religiosamente sensíveis.

Afinal, Grotesquerie começou bem? Há futuro para a série?

Grotesquerie Micaela Diamond
Imagem: Reprodução

Sem perder tempo, a nova produção de Ryan Murphy já chega com dois pés na porta, entregando uma investigação chocante, com personagens intrigantes e muitos mistérios em meio a uma narrativa repleta de tensão e suspenses. O bizarro, a sexualização e o grotesco são apenas elementos que ajudam a alavancar a trama que promete tanto.

São tantas perguntas que ainda não foram respondidas, personagens que possuem tanto potencial e segredos, que fica impossível de não esperar por mais da série.

Portanto, os primeiros episódios de Grotesquerie acerta em sua estreia, entregando um pouco de tudo do que se espera de uma história investigativa, mas, acima de tudo: deixando aquele gostinho de quero mais, bem como abre as portas para o seu público criar novas teorias para poder entender tudo o que está acontecendo.

Por fim, vale muito a pena dar uma chance a Grotesquerie, sim! Aliás, você já pode mergulhar de cabeça nesta história pelo Disney+, onde já se encontram os dois primeiros episódios da série, e terá novos episódios estreando semanalmente às quartas-feiras.