Com o Halloween, chegou na Steam o novo jogo da A List Games: Hell Is Others.

Lançado agora em 20 de outubro, o projeto contou também com a equipe de desenvolvedores da Strelka Games e da Yonder.

Às vezes, é preciso dar sangue para se ver algo crescer, não é mesmo? A história de Hell is Others não é diferente.

Aqui você vive na pele do solitário Adam, um homem que vive em um pequeno apartamento na noir Cidade Centenária

Assim, em sua solidão, certo dia lhe foi entregue um misterioso bonsai, que para crescer precisa de sangue. Agora, para poder regar a misteriosa planta e descobrir os mistérios que o rondam, o único jeito é descer até as sombrias e desertas ruas da cidade, onde o mal ronda livremente. 

Dessa forma, o jogo segue uma tendência indie, ao mesmo tempo em que apresenta um grau de terror e suspense para seu jogador, o qual irá explorar as sombrias avenidas enquanto enfrenta criaturas malignas.

Uma história sombria e diferenciada

hell is others apartamento
Imagem: Reprodução

Hell is Others consegue unir dois elementos diferentes em sua experiência, trazendo o estilo multiplayer (JxJxA) ao seu modo história.

Em poucas palavras, e bem resumidamente, o jogo trabalha com o aspecto de busca ao tesouro misturado ao estilo de sobrevivência, tudo em um ambiente sombrio e hostil.

Soa parecido com o gênero de sobrevivência de Dead by Daylight, ao mesmo tempo em que se enfrenta estranhas criaturas e momentos de desespero que lembram um pouco a adrenalina de Last of Us.

Observação: vamos deixar claro que Hell is Others é BEM diferente destes jogos. Ele se assemelha e faz referência a eles apenas naqueles pontos, respectivamente, ok?

Agora, quanto a sua história, ela tem um ritmo próprio, com uma tonalidade obscura e sarcástica, além de contar com um clima um pouco mórbido repleto de mistérios.

Inclusive, chama a atenção alguns aspectos do jogo que podem remeter outra obras, como os coelhos brancos que te levam para um estranho, como o próprio de Alice no País das Maravilhas.

Além deste, o jogo também pode ser visto como uma referência a Matrix, em que as pessoas entram em um mundo novo, realizam suas missões e depois precisam encontrar um telefone para voltar para casa.

Então, em suma, o jogo pode ser visto seguindo a mesma premissa, ou seja, desça para a Cidade Centenária, realize seu objetivo e sobreviva até localizar um elevador disponível para retornar.

Além disso, o jogo também oferece a experiência quanto a modelagem e construção de seu apartamento, promovendo a transformação de um pequeno cômodo a uma grande fortaleza com tudo que você necessita.

Portanto, como pode ser visto, que sua jogabilidade traz diversos elementos de outras obras e que enriquecem a experiencia do jogador, podendo levá-lo a ser quase excelente.

Porém, por que quase?

O monstro além dos monstros

monstro hell is others
Imagem: Reprodução

Hell is Others traz uma proposta interessante quanto a trama, porém, peca em sua jogabilidade.

De fato, durante os testes, enquanto se joga o modo história single player, o jogo conquista a curiosidade. O tutorial, apesar de raso e confuso, te entretém. Porém, o mesmo termina de modo tão inesperado, sem um aviso prévio ou do que virá a seguir. 

Essa falta de transparência pode prejudicar a experiência do jogador que num momento encontra-se seguro em seu apartamento e depois se vê lutando contra os Outros (demônios ou jogadores).

Por outro lado, quanto a jogabilidade e o controle, o jogo não é ruim, mas também deixa a desejar. Isso porque o aqui você encontra constantes bugs quanto a comando em falso ou então o personagem ficar travado.

Ou seja, você pede para o personagem andar, ele não o faz.  Isso pode frustrar o jogador quando ele precisar fugir ao ser atacado, por exemplo.

Além disso, um outro fator que pode não agradar a todos no primeiro momento é quanto a mira e o sistema de tiro, uma vez que seu controle é no estilo “apontar e clicar” e não de tiro em linha reta, por assim dizer. Contudo, basta um tempo de jogo para o jogador logo se familiariza com o mecanismo e estilo.

No entanto, esse não é o maior pecado. Este se encontra nos elementos básicos do desenvolvimento do jogo.

Maior frustração: a falha conexão de servidor de Hell is Other

Se durante o modo single player, o jogo torna-se interessante, no multiplayer o jogo frustra com seus constantes bugs, falsos comandos do jogador e, por fim, no erro de comunicação com servidor, mesmo que sua internet esteja funcionando perfeitamente.

E ainda pior, caso algum erro de comunicação com o servidor ocorra, mesmo que ele retorne em segundos, a partida cai, você é dado como morto e perde tudo de seu inventário. Veja, o problema não está em perder o inventário ao morrer, mas sim em perder tudo por um erro do jogo.

Um cenário que representa isso é você sair de sua base com muita munição e durante a partida, ocorre o erro com o servidor. Ao invés de o restart te levar para a base com sua munição toda, como um checkpoint, Você volta a sua base sem nenhuma munição.

Portanto, devido a um erro de conexão do servidor, você fica desamparado. Uma solução para isso é utilizar um checkpoint temporário justamente para evitar tais frustrações com a experiencia.

Sombria beleza simplista

hell is others street
Imagem: Reprodução

O jogo apresenta uma simplicidade em seus gráficos, uma vez que o mesmo apresenta a visão em 1D, com cenário simples visto de cima. Tal simplicidade chega a ser charmosa, ao mesmo tempo em que auxilia na criação de um clima tenso, deixando o jogador mais e mais ansioso do que poderá encontrar ao virar uma esquina. 

Ainda, o cenário consegue apresentar a ideia de desespero de quando surgiu as criaturas (os Outros). Dessa forma, todo o caos durante a evacuação e busca pela sobrevivência dos antigos moradores são bem representados e ainda se refletem no cenário, como os carros abandonados ou as tralhas deixadas para trás. 

Além disso, outro elemento instiga a formação de um clima sombrio e suspeito: a própria trilha sonora.

Os efeitos sonoros além de complementarem muito agradavelmente a beleza sombria e simplista do cenário, ela também atua como uma característica do próprio jogo.

Assim, se um quarto com toca disco tem sua própria música agradável, porém, ela pode te impedir de escutar alguns eventos fora do quarto. No entanto, fora dele, o jogador conseguirá escutar tiros de longe e até passos que se aproximam, por exemplo.

Dessa forma, efeitos sonoros colaboram com o cenário e alimentam a imersão do jogador.

Por isso, mesmo com sua simplicidade, o jogo apresenta um encanto singular com seus traços que beiram o formato pixel, com cenários bem construídos e constantes efeitos de luz e sombra, assim como efeitos sonoros, tornando a experiência de Hell is Others em um belo terror sombrio e intenso.

Características Técnicas

Apesar do fator de conexão ao servidor, o jogo, aparentemente, não exige um grande desempenho do sistema. Pelo menos, segundo a Steam:

Requisitos Mínimos:Requisitos Recomendados:
Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
SO: Windows 10
Processador: Intel Core i5-7400 / AMD Ryzen 5 2600
Memória: 8 GB de RAM
Placa de vídeo: Nvidia GeForce GTX 1060 / AMD Radeon RX480 or equivalent
DirectX: Versão 11
Rede: Conexão de internet banda larga
Armazenamento: 2 GB de espaço disponível
Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
SO: Windows 10
Processador: Intel Core i5-9400F / AMD Ryzen 5 3600
Memória: 16 GB de RAM
Placa de vídeo: Nvidia GeForce RTX 2060 / AMD Radeon RX 5700 XT or equivalent
DirectX: Versão 11
Rede: Conexão de internet banda larga
Armazenamento: 2 GB de espaço disponível
Tabela: Requisitos para Hell is Others

Hell is Others: afinal, vale a pena?

hell is others room
Imagem: Reprodução

Com uma proposta que lembra o teor terror e de sobrevivência de outros games marcantes, Hell is Others traz sua própria leitura ao estilo. 

Um ponto interessante é quanto a sua história: com pegada mais noir e repleta de sarcasmos dos NPCs, a história se desenvolve e conquista a curiosidade.

Inclusive pela questão de o sangue ser uma moeda de troca e seu objetivo para regar um bonsai. Sem dúvida, esse realmente dá um toque além do criativo, e apresentando uma marca própria.

Quanto ao universo da Cidade Centenária é outro ponto empolgante. Aqui se vê um ambiente formado pelo cenário de uma cidade em decaimento se casando com efeitos sonoros enriquecedores, trazendo ao jogador uma experiencia interessante no âmbito de terror e tensão.

Por fim, ambos enriquecem a experiência e oferecem seus próprios desafios.

Contudo, nem tudo são rosas. Esse bonsai precisa de sangue para crescer e o jogo sangra ao pecar quanto a alguns bugs.

O controle em si apesar de confuso a princípio, com o tempo se adapta a eles. No entanto, o maior problema refere-se ao comando em falso que realmente pode atrapalhar na experiencia.

Porém, o mais frustrante são os repentinos e frequentes erros de comunicação com o servidor. O erro acontece mesmo se estiver com mais de 200MB de internet. E então vem o pior: quando ocorre, o jogo logo limpa seu inventário. Não há problema o jogador perder tudo quando morre, mas quando a perda vem de uma falha do próprio jogo, a experiência perde o encanto.

Portanto, pela experiência em si, e pensando no público que goste do terror e do estilo sobrevivência, vale sim dar uma chance a Hell is Others

O jogo já está disponível na Steam! Não perca tempo e dê uma conferida. Confira seu trailer abaixo:

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