Produtora/DesenvolvedoraCAPCOM
Plataforma usada no reviewPC/Steam
Lançamento26 de Janeiro de 2018, versão PC de 9 de agosto 2018

… e cá estamos navegando. O quinto esquadrão em uma aventura rumo a um novo mundo cheio de aventuras e mistérios.

Quem lê essa chamada poderia se enganar que estamos nos referindo a outro título do filme Piratas do Caribe. Essa premissa, embora genérica em seu próprio mérito, realmente nos leva a um novo mundo, do qual você não vai se arrepender de embarcar.

Tudo começa quando nosso navio bate e montamos em um pterodátilo (pois essa é a coisa mais óbvia a se fazer, claro!) em direção a uma terra que nunca estivemos antes. Junto com nossa assistente precisamos achar o caminho em direção ao acampamento e chegamos ao nosso destino após andar por um lugar que se assemelha muito a Jurassic Park (eles nos veem se ficarmos parados, esconde no matinho cara! ).

Ao chegar no acampamento somos inundados por informações que nos deixam confusos e desnorteados sobre o jogo. Em vez de nos mostrar a mecânica do jogo de forma gradual, o jogo nos expõe a um conteúdo muito extenso de uma vez só. Dificilmente iremos lembrar e possivelmente precisaremos checar mais tarde.

Não ser amigável ao usuário e não ser intuitivo é a maior crítica ao jogo. Para velhos jogadores talvez seja simples, mas para novos jogadores parece uma tarefa que se você não absorver rapidamente irá te prejudicar no jogo futuramente.

Fonte: CAPCOM

Chegando no acampamento encontramos nosso amigato que é simplesmente a coisa mais fofa desse mundo e deveríamos reverenciá-lo como um deus. Nosso amigato é nosso companheiro felino dentro desse mundo e nos acompanha em todas as jornadas (se quisermos).

Ao entender a história, que não é complexa mas que disponibiliza contexto e imersão no universo, fiquei satisfeito ao descobrir que a filosofia deste jogo onde caçamos monstros com intuito de coletar seus recursos para produzir armas e equipamentos melhores para então caçarmos monstros ainda mais fortes, é ecológica. 

Para quem joga a franquia a mais tempo não é uma surpresa, mas é refrescante para os novatos saber que o jogo é ecológico e sustentável. 

Com a frase:

“Antes de tirar ou defender uma vida…busque entendê-la. É disso que faz você um caçador”

O jogo nos mostra que não somos consumidores, mas que buscamos o equilíbrio e a compreensão dele. A caçada é o lugar onde encontramos o conhecimento. Nada é feito sem motivo, nada é por esporte.

Nosso personagem é informado que de dez em dez anos os dragões migram para a ilha e que embora isso seja um processo natural, querem entender o porquê. Cabe a nós (sim o caçador novato que se perdeu na selva) encontrarmos a razão.

O jogo enfatiza essa premissa ecológica quando incentiva o jogador a sempre capturar os monstros ao invés de matá-los e isso acontece em formato de recompensa, se o jogador capturar o monstro irá ganhar mais recursos que ganharia matando-o.

Fonte: CAPCOM

Na primeira missão senti mais uma vez inundado de informações onde diversos comandos aparecem na tela de uma vez. Enquanto tentava entender os comandos perdia a vida por ataques do inimigo causando uma sensação inquietante.

Na segunda missão tudo mudou, pois caçamos nossa primeira grande criatura. O combate é intenso, diversificado e emocionante de tirar o fôlego. Subimos no monstro, o enfraquecemos, quebramos parte do seu corpo. A fluidez desse combate não pode ser descrita como nada além de uma dança. Nesse momento entendi o porque muitos gostam desse jogo.

A Partir deste ponto eu estava fascinado em descobrir tudo que se podia sobre como melhor caçar esses gigantes. Ainda bem que o jogo nos disponibiliza um bestiário e nos ensina qual arma usar, onde bater, qual munição para a arma.

Não existe nada mais sensacional do que se agarrar no monstro com um gancho que te puxa até ele, onde você pode dá um o golpe de misericórdia. Normalmente ele não morre com só um golpe, mas a sensação é exatamente essa, como se fosse um filme.

Além de atirar, usar suplementos de suporte, atacar e investir, podemos entrar em um “modo turbo” que liga nosso personagem no 220Hz. 

Batalhar em monster hunter está longe de ser um button smash, requer preparo e estudo que começam muito antes da batalha e é melhor você lembrar disso caso queira ficar vivo.

O desempenho de monster hunter é ótimo e no PC além de várias opções customizáveis consegue manter um frame rate surpreendentemente estável. 

Fonte: CAPCOM

Diferente de jogos que têm a progressão do personagem por experiência ou fases, o desenvolvimento do personagem se encontra basicamente em seu equipamento. Como dito anteriormente coletamos partes dos monstros, minérios e plantas no mundo para construir qualquer coisa que possamos precisar. Em certos momentos estaremos fazendo o famoso farm de recursos. 

Podemos comprar um equipamento base mas a maioria faremos do zero com recursos coletados. Não se assuste se inicialmente as suas armas parecem limitadas, as árvores de equipamento destravam com progresso da história.

Imagine algo que você possa querer criar? Imaginou? Dá para criar e eu fiquei impressionado com o número de remédios, bombas, munição e bugigangas que o jogo oferece ao jogador, existe até cocô que atiramos no monstro quando estamos incomodados de encontrar dois ao mesmo tempo. 

Admito me perdi na construção de equipamento e criação de suplementos, mas dessa vez me perdi de uma maneira boa com a sensação de que existe um número inesgotável de recursos para se descobrir.

O jogo funciona em Vários HUBs, diferente de jogos que usam mundo aberto ele tem diversos mapas de tamanhos variados e ecossistemas diversos. Astera, a cidade principal é onde conseguimos na grande parte das missões principais e secundárias. Existe uma vasta gama de tipos de missões que pegamos nesse local, além de expedições que podemos fazer.

Essa cidade é onde encontramos nossos amigos para jogar multiplayer, outro foco importante do jogo. Ele te incentiva a jogar em cooperação com os amigos. Certas caçadas podem ficar perto de impossível de serem concluídas sozinhas. 

O jogo sempre é online, mesmo jogando sozinho você precisará criar uma sessão em que você não permite ninguém entrar, que vejo como mais um incentivo para o multiplayer cooperativo. Por ser um jogo cooperativo a comunidade tóxica tão famosa em multiplayers não está presente, deixando para os jogadores um ambiente tranquilo e relaxado para curtir com amigos.

Fonte: CAPCOM

Explorar os mapas é sempre uma aventura recompensante, pois além de mistérios e recursos, os mapas são deslumbrantes e detalhados com um número de fauna e flora que foram a razão do jogo ter um FPS estável me assustar. A sensação de uma selva viva ou um deserto perigoso numa me foram tão vivas. 

Em certo momento correndo pelo mapa pulei em direção ao chão; quando de repente me deparei com meu personagem balançando em cipós e devo dizer, com mais maestria que Tarzan. A interatividade do cenário me surpreendeu.

No ecossistema delicado de Monster Hunter vemos um mundo vivo onde podemos experimentar Godzilla vs Kong mais rápido do que esperávamos. Calma, quis dizer que encontraremos por vezes monstros gigantes lutando um contra o outro em uma batalha de titãs. Inclusive, podemos escolher observar o parquinho pegando fogo ou participar da brincadeira.

No final monster hunter foi um jogo que, embora de difícil imersão pelos seus controles e menus confusos, é uma pérola que faz jus a sua indicação de GOTY. caso consiga passar pelo choque inicial, nada vai te parar de adiciona-lo como um dos melhores jogos que você já jogou.

Bora caçar uns monstros?