Ms. Marvel, a última série da Marvel Studios, terminou na última quarta-feira (13), finalizando a história de origem de umas das heroínas mais amadas pelo público dos quadrinhos. Contudo, a heroína trouxe consigo muitas reviravoltas e polêmicas. 

Mas, primeiramente: a série gira em torno de Kamala Khan (Iman Vellani), uma jovem paquistanesa, geek, grande fã da super heroína Capitã Marvel e que vive com a cabeça nas nuvens. Certo dia, após receber uma caixa, o inexplicável acontece e Kamala ganha super poderes. 

As primeiras impressões da série foram muito positivas, criando ganchos e abrindo portas para a continuidade da trama. Agora, ao final da série, resta perguntar: a heroína atingiu as expectativas? As primeiras impressões estavam certas? Afinal, a série vale a pena?

Ms. Marvel: uma estrela decadente?

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A trama que começou com o pé direito e bem agradável, logo tropeça, e cai de cara no chão. A história tem pontos altos, sim, mas eles são rodeados por tantos eventos maçantes que acabam ofuscando os acertos da trama. Dentre esses eventos, há uma forte tentativa de criar uma sensação de carisma, porém, ela é falha.

Além disso, se no primeiro episódio, a simplicidade da trama é um ponto chave de entretenimento, ao longo da série ela se perde junto de sua  essência, tornando-se em uma história previsível, confusa e, ao mesmo tempo, difícil de compreender onde ela quer chegar. 

E por falar em confusão, as cenas de ação é um outro motivo que faz o público se perder: quando não é tão bem elaborada, fica algo confuso, com cortes que tentam passar uma ideia de dinamismo, mas, no final, só entrega pulos e correrias sem finalidade. Ou melhor, sem congruência com o estilo proposto até então. 

No entanto, nem tudo são espinhos: as tramas secundárias se desenvolvem satisfatoriamente,  além de apresentarem gradativamente a cultura paquistanesa, seja pelas suas tradições, costumes, roupas e até mesmo pela sua culinária. O interessante dessa apresentação está na perspectiva adolescente, entregando assim um tom de espontaneidade e, por vezes, até choque cultural. 

Por fim, a trama se mostra constantemente perdida, deixando de lado aquilo que acertou tão bem no passado: sua simplicidade. Dessa maneira, sem rumo, com constantes reviravoltas mal aproveitadas, personagens caídos no esquecimento e resultados mal elaborados, Ms. Marvel entrega mais tropeços que acertos. 

Marvel em urdu…

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Entretanto, séria ainda tem seus acertos.

Dentre eles, concentram-se bastante os pontos técnicos, como a movimentação de câmeras, efeitos visuais, ou então a própria fotografia urbana e paleta de cores que encantam e denotam algo cósmico e juvenil. A direção realmente soube usar esses elementos para trabalhar com a narrativa e dar personalidade a série.

Quanto às atuações, os atores não têm tanta liberdade para demonstrar seus talentos. Isso é, com exceção de Iman Vellani, que sustenta o protagonismo juvenil e consegue criar com facilidade um carisma com seu público. Apesar de também não ter momentos para entregar uma atuação mirabolante, a atriz apresenta nos detalhes e nos pequenos gestos um potencial. Mas, realmente, uma pena que o roteiro e direção não souberam aproveita-los tão bem.

Dessa maneira, a adaptação dos quadrinhos depende constantemente das entrelinhas expressas na atuação de Vellani para que Kamala seja tão bem recebida pelos fãs como fora quando chegou nas páginas das HQs.

Polêmica de Ms. Marvel

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A série foi alvo de críticas desde o momento em que muitos fãs souberam que a heroína não seria fielmente adaptada para as telas.

Esse assunto gerou tantas polêmicas, que o próprio produtor Kevin Feige precisou responder sobre as devidas diferenças entre as versões dos quadrinhos e da série. Segundo Feige, em entrevista para a Empire:

[Kamala] surgiu em um momento muito específico dentro da continuidade dos quadrinhos. Ela agora está entrando em um momento muito específico dentro da continuidade do MCU. E essas duas coisas não combinavam.” As novas origens dos poderes de Khan parecem fazer parte da jornada da série. “O que aprenderemos sobre de onde esses poderes vêm e como eles surgem é específico do MCU”, brinca Feige. “Você verá ótimos painéis em quadrinhos em algumas de nossas sequências de ação. Se você quer mãos e braços grandes e gigantes, bem, eles estão aqui em espírito, se não em formas elásticas do tipo plástico.”

Afinal, vale a pena?

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Se a série tivesse mantido o ritmo simplista mas congruente, bem como se soubesse trabalhar com as cartas na mão ao invés de ficar comprando outras, enquanto esquece o material que já possui em mãos, a série teria muitos acertos.

Ela tem um começo bem empolgante com uma narrativa jovem, diferenciada e com muita personalidade. Porém, tudo isso vai se perdendo gradativamente ao longo do caminho, chegando ao ponto de se tornar maçante e chata. Ainda, constantemente, a série perde seu próprio foco, e para arrumar os buracos que deixou para trás, acaba por forçar situações e resoluções que são difíceis de engolir. 

Contudo, a série também consegue tem pontos positivos. Assim, Ms. Marvel apresenta histórias secundárias interessantes com diferentes tons, além de fechar a trama com clima próximo ao que fora apresentado lá no começo e chega a empolgar pelo o que vêm a seguir em sua jornada e na grande história do MCU.

Resumidamente, a série seria uma das melhores da Marvel Studio se tivessem apenas 3 episódios: seus dois primeiros e o último. Mas como não é o caso, Ms. Marvel decepciona. 

Com 6 episódios, você pode conhecer melhor a história de Kamala Khan na Disney+. Abaixo, segue o trailer da série:

Vídeo: trailer Ms. Marvel