No segundo episódio, a série desconstrói o caos pós-crime e expõe as dificuldades investigativas que mantiveram o assassino foragido por anos
O segundo episódio de O Assassinato do Ator Rafael Miguel estreia a investigação em alta tensão, concentrando-se na fuga de Paulo Cupertino e nas dificuldades que impediram sua captura imediata.
Logo nas cenas iniciais, a série revisita o trágico 9 de junho de 2019 por meio de reconstituições e imagens de câmeras de segurança, mergulhando o público de volta ao momento em que a vida de Rafael e de seus pais foi abruptamente interrompida.

O retrato fragmentado de Paulo Cupertino
A narrativa alterna entre depoimentos emocionados de Isabela Tibcherani, ex-namorada de Rafael e filha do assassino, e de sua mãe, Vanessa, que, ao longo do episódio, continuam a oferecer relatos íntimos, carregados de dúvidas e arrependimentos. Além disso, essas vozes pessoais reforçam, de forma contundente, o impacto humano do crime.
Paralelamente, especialistas em criminologia e delegados entram em cena para detalhar o complexo mosaico de pistas desencontradas.
Entre os principais obstáculos, destacam-se testemunhas confusas e falhas recorrentes na comunicação entre delegacias, fatores que, em conjunto, dificultaram a identificação imediata do suspeito.
Em contraste, o episódio também dá voz a amigos e conhecidos de Cupertino, que o descrevem como “calmo”, “genuíno” e “de bom coração”. Dessa forma, constrói-se uma dissonância entre a imagem pública do assassino e o monstro revelado pelos fatos.
Assim, esse jogo de perspectivas não apenas amplia a compreensão do caso, como também levanta uma questão crucial: até que ponto a percepção social pode prejudicar ou até mesmo atrasar uma investigação policial?
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Um mergulho no segundo episódio de O Assassinato do Ator Rafael Miguel
Visualmente, a direção mantém a atmosfera sombria com cortes ágeis entre câmeras amadoras e gravações oficiais, enfatizando o caráter fragmentado da apuração. A edição reforça o suspense, costurando o drama íntimo das vítimas à urgência procedimental dos investigadores.
Com um tom sóbrio e investigativo, o segundo episódio de O Assassinato do Ator Rafael Miguel não apenas reconstrói os passos de uma fuga cinematográfica, mas também lança luz sobre as falhas institucionais que permitiram que Paulo Cupertino permanecesse foragido por anos.
A produção segue firme ao equilibrar sensibilidade humana e rigor jornalístico, aprofundando-se no impacto do crime sobre familiares, amigos e autoridades.
Ao dar voz às vítimas e às testemunhas, o episódio transcende o relato policial, promovendo uma reflexão mais ampla sobre justiça, memória e responsabilidade coletiva.
Com a tensão mantida em alta e novas revelações prestes a emergir, a série se encaminha para seu desfecho.
Imagem de capa: HBO Max/Divulgação
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