Pabllo Vittar lançou o seu sexto álbum, ‘Batidão Tropical vol. 2’, uma continuação do disco ‘Batidão Tropical’ (2021). O álbum possui 14 faixas, com regravações de clássicos do forró eletrônico, brega paraense e calypso. Dessa forma, Pabllo mostrou que suas raízes merecem ser resgatadas e divulgadas para o mundo.
É inegável o clima nostálgico presente no disco, desde a primeira música ‘Pra Te Esquecer’, passando por ‘São Amores’ e ‘Me Usa’. Para qualquer pessoa que viveu no Norte e Nordeste, nos anos 90 e 2000, essas músicas são reconhecíveis e, muito provavelmente, afetivas.
Ouça o álbum a seguir:
Vittar já havia lançado duas músicas antes do álbum, ‘Pede Pra Eu Ficar (Listen To Your Heart)‘ e ‘Ai Ai Ai Mega Príncipe’. Junto das regravações, ela também lançou ‘Idiota’. A música envolvente segue a mesma estética do forró eletrônico dos anos 2000, com um toque de piseiro e tecnobrega. Ou seja, ela deu uma atualizada em meio a todas as regravações.
A artista também deixou um suspense no ar com as Faixa 8, 10 e 14. Nessas, a cantora afirma que elas ainda não estão liberadas. Com a proximidade do São João, a expectativa é de que o lançamento seja ainda em abril ou, o mais tardar, em maio. No entanto, é inegável que a quebra que essas músicas causam atrapalha a vibe do álbum.
Na Faixa 10, Pabllo Vittar fala um pouco sobre o processo de criação do Batidão Tropical 2. Além disso, ela instiga a continuar escutando o álbum e dançando. Já a Faixa 14, ela agradece a quem curtiu o disco e avisa que a música também não está pronta.
Regravações
No disco, temos um total de 8 regravações. A primeira a aparecer é ‘Pra Te Esquecer’, cantada originalmente pela Joelma. Pabllo Vittar conseguiu colocar toda a essência do Calypso no seu próprio tom, renovando ao mesmo tempo que resgata as suas origens. Já que a artista, embora tenha nascido no Maranhão, foi criada no Pará. No final da canção, questionamos até mesmo o porquê da Joelma não ter participado do disco, mas Vittar afirmou que a cantora não pôde participar, ainda que tenha adorado a nova versão.
Em seguida, temos a curta ‘Ruby’, da Banda Ravelly. Nessa a Vittar chamou o DJ Will Love para complementar o arranjo. Em ‘São Amores’, do Forró do Muído – composto por Simone e Simaria até 2012 – podemos dizer que Pabllo Vittar brilhou. A música possui a mesma energia e Vittar conseguiu transmitir a doçura necessária para a música, sem baixar o tom.
‘Me Usa’, cantada originalmente pela banda Magníficos, é um clássico do Nordeste. Cantada em todo São João, a canção na voz da Pabllo mantém o mesmo nível da original. Além disso, a cantora alterou um pouco o ritmo trazendo também a sonoridade do forró raiz (pé de serra) ao forró eletrônico, onde é possível escutarmos com maior força o acordeon. Assim como ‘São Amores’, ‘Me Usa’ entrega aparentemente tudo o que o álbum propôs, a nostalgia dos anos 90 e 2000 no Norte e Nordeste.
A parceria com Gaby Amarantos, em ‘Não Vou Te Deixar (I Don’t Want to Get Hurt)’, e com Taty Girl, em ‘Falta Coragem’, são bem casadas. O que não ocorre muito na música ‘Não Desligue o Telefone’, da Banda Djavú. A música é ótima, mas talvez o arranjo tenha puxado ainda mais para o eletrônico, deixando o forró um pouco de lado. Para fechar, o álbum possui uma música da Companhia do Calypso, uma das grandes inspirações da Pabllo, ‘Nas Ondas do Rádio’.
Novas surpresas
As regravações são, de fato, muito bem colocadas e a voz da Pabllo Vittar casou com todas as músicas. No entanto, ‘Batidão Tropical vol. 2’ deixa a artista no conforto, não trazendo muita inovação. Com o lançamento das três faixas que faltam, talvez ocorra algumas surpresas. Quem sabe mais alguns feats? Ficaremos no aguardo.