Anunciado durante o Summer Game Fest de 2023, Sand Land, trouxe consigo a promessa de uma jornada épica em um mundo dilacerado pela guerra e pela escassez de recursos. Adaptado do mangá de 2003, do famoso Akira Toriyama, o jogo transporta os jogadores para um futuro distópico, onde a busca por água se tornou a mais crucial das batalhas.
Hoje iremos analisar cuidadosamente todos esses pontos para determinar se o jogo atende às expectativas e se vale a pena se dedicar a essa jornada épica no mundo do grande Akira Toriyama.
Do mangá ao jogo
O anúncio do projeto para a criação do jogo veio em dezembro de 2022, trazendo consigo a empolgação dos fãs pela adaptação do mangá para um anime transmitido pelo Star+ e para um jogo publicado pela Bandai Namco, desenvolvido pela ILCA.
A transição de “Sand Land” para o mundo dos videogames prometia trazer a riqueza da narrativa original e um universo distópico. Inspirado no mangá dos anos 2000, Akira Toriyama, conhecido por criar “Dragon Ball”, desenvolveu um cenário árido e desolado. Nele, a escassez de recursos, especialmente água, moldou a paisagem, sociedade e vida no planeta.
Assumindo o papel do demônio Beelzebub, os jogadores embarcam em uma expedição intrépida ao lado de aliados improváveis e uma misteriosa figura conhecida como Ann. A missão? Descobrir a mítica fonte que pode salvar a humanidade da ruína iminente devido a seca mortal. Apesar do plot simples, confesso que me chamou bastante atenção. No início, aparentemente, parece apenas uma história leve e engraçada. À medida que a trama se desenrola, revela-se bastante profundidade e momentos interessantes dos personagens, os quais refletem sobre a situação em que se encontram.
Ao lado de aliados improváveis, como o ex-comandante militar Rao e o astuto Thief, e sob a orientação da enigmática Ann. Os jogadores embarcam em uma jornada épica em busca da lendária fonte de água. Essa fonte, envolta em mistério e mitologia, é a última esperança para uma humanidade à beira da extinção devido à sede e à destruição ambiental.
É importante dizer que a narrativa do jogo se divide em duas partes, sendo a primeira seguindo a história orginal do mangá e a segunda parte onde você é apresentado a uma história inédita, que não esta escrita nós mangas, feita especialmente para o jogo.
Falando sobre a jogabilidade
Sand Land apresenta uma abordagem de jogabilidade de ataques corpo a corpo com os personagens, porém a verdadeira inovação está na inclusão de veículos.
Como resultado, a possibilidade de construir e pilotar diferentes máquinas de guerra, desde tanques até robôs e motocicletas, amplia significativamente as estratégias de combate disponíveis. A personalização dos veículos através da combinação de peças oferece uma experiência de customização divertida, permitindo aos jogadores adaptar e evoluir seu combate. Isso acrescenta uma camada adicional na hora de jogar.
Entretanto, devido ao fato de ser um jogo mundo a aberto você tem uma grande área para se explorar. Existem as missões secundárias que são uma maneira de ganhar mais experiência e conseguir peças melhores para seus veículos. No entanto, confesso que depois de um tempo essas atividades começam a ficar repetitivas pois são sempre focadas principalmente em combate.
Apesar dos personagens coadjuvantes, como Rao, Thief e Ann, possuem habilidades únicas que podem oferecer assistência durante as batalhas, é notável que a utilidade dessas habilidades pode ser ofuscada pela eficácia dos veículos. Apesar dessa discrepância, a jogabilidade centrada nos veículos oferece uma experiência de combate diferente para o gênero. No entanto, essa diferença poderia ser um ponto de melhoria a ser considerado. Devido ao vasto leque de opçãos é definitivamente um dos pontos fortes do jogo na minha opinião.
O vasto mundo aberto do jogo, embora expansivo, às vezes parece faltar “um algo a mais”. É possível notar a repetição de modelos de inimigos e cenários o que pode levar a momentos de monotonia durante a exploração. Depois de algum tempo procurando peças para melhorar veículos e mechas, a sensação de repetição e tédio começou a tornar mais difícil querer fazer quests secundárias.
A arte do grande Akira Toriyama
Em especial na arte do jogo temos um ponto de destaque, ainda mais se você é uma pessoa que aprecia os traços do Akira Toriyama. Ao mergulhar no jogo, é inegável a atenção aos detalhes e a fidelidade aos traços marcantes dos personagens do mangá original. Cada figura, desde Beelzebub até os demais personagens como Rao, Ann e Thief, é delineada com traços robustos que os destacam de forma única, conferindo-lhes personalidade e identidade visual coerente com a obra original.
A propósito, um grande exemplo sao os veículos, que para mim, esbanjam o estilo e criatividade do mangaká. De fato, cada um dos meios de transporte, desde o tanque até o jumpbot, é habilmente elaborado e desempenha um papel importante na progressão do jogo. Além de proporcionar variedade, esses veículos estabelecem uma conexão visual profunda com o universo do jogo.
Em suma, apesar dos gráficos do jogo estarem bastante cativantes, com visual extraordinário tanto nos personagens quanto nos veículos, notei uma peculiaridade na movimentação em certos momentos. Especificamente, a sincronização da fala dos personagens pareceu um tanto “robótica”, o que talvez se deva ao estilo artístico do jogo. No entanto, isso não teve um impacto significativo na minha experiência.
Sobre os personagens
Ademais aqui vem um dos pontos que também gostei bastante no jogo. A narrativa se destaca por seus habitantes únicos, tornando a jornada mais divertida. O protagonista, Beelzebub, o príncipe dos demônios e filho de Lúcifer, que vive em um mundo pós-apocalíptico devastado por humanos. Neste contexto peculiar você esta rodeado por anjos e demônios que seguem suas próprias agendas.
Conforme acompanhamos Beelzebub em sua jornada com seus amigos onde temos O Thief, seu amigo demônio, e Rao, um xerife humano idoso com um passado enigmático e Ann uma especialista em manutenção de veículos. Cada um cumpre o seu papel bem na história e devido suas personalidades diverentes a interação adiciona momento divertidos a trama.
Contudo, à medida que a jornada prossegue, os personagens estreitam seus laços, desenvolvendo uma química única e até mesmo criando apelidos uns para os outros. Essa evolução gradual é particularmente notável em Beelzebub. Apesar dos arcos individuais dos personagens possam não ser excessivamente complexos, é fascinante observar as mudanças sutis ao longo da narrativa.
Vale ou não a pena jogar?
Sobretudo, o jogo Sand Land merece sua atenção, especialmente para os fãs de anime e admiradores das obras do Akira Toriyama. Diferente dos típicos jogos de anime, Sand Land oferece uma experiência única que se destaca pela sua abordagem inovadora. A ILCA se dedicou para entregar um formato diferente de gameplay que esta acostumado a fazer com a fórmula de comebate em arenas.
O jogo foca no combate com veículos e na narrativa, proporcionando uma nova e interessante perspectiva no universo dos jogos inspirados em animes. Este projeto tem um valor especial para os fãs de Toriyama, pois foi o último em que o renomado criador esteve envolvido antes de seu falecimento. Para quem aprecia seu trabalho, Sand Land é uma despedida tocante ao legado do seu criador.
Se você é fã do mangaká ou do manga Sand Land eu recomendo que jogue.
Na minha visão, compreendo que para os aficionados por RPGs de ação, talvez este jogo não seja tão atraente. Apesar da diversidade do combate que é trazido devido aos veiculos, é possível que o combate acabe se tornando monótono. Outra coisa é a história que apensar de não ser uma história ruim, também não é algo tão cativante para fazer você se manter no jogo por causa dela.
No entanto, dito tudo isso, ainda me diverti bastante, os diálogos dos personagens, a estética do jogo foi algo e a jogabilidade com diversos tipos de veículos deixou muito mais com um saldo positivo do que negativo. De modo geral, definitivamente é uma boa jornada.
O jogo se encontra localizado em PT-BR o que é um ponto bem positivo. Você vai encontralo disponivel nas plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e Steam.