Sex Education ganha final digno e arcos individuais muito bem construídos

A quarta e última temporada de Sex Education estreou no último dia 21 de setembro. A série da Netflix, criada por Laurie Nunn, chegou ao fim em uma temporada com 8 episódios. Estes que contam (e muito bem) a história de jovens em jornadas não só de autodescoberta, como também de questões de sexualidade, identidade e relacionamentos. O ponto alto da temporada está baseado no arco de desenvolvimento de seus personagens, incluindo aqueles adicionados à trama apenas em seu final.

Pode ficar tranquilo, se você ainda não teve tempo de assistir à 4ª temporada de Sex Education, esse review não terá spoiler. Dessa forma, as histórias de Otis, Eric, Maeve e companhia estarão guardadas para seu momento a sós com a série. Em seus últimos episódios, a série irá continuar abordando as questões já conhecidas do público, contudo, irá se aprofundar em outras. A história conseguiu, com primor, não apenas entrar no mundo dos três personagens principais já citados, como também no de Cal, Aimee, Jackson e Vivienne, por exemplo.

A adição de novos personagens também foi de grande importância para a trama da última temporada. O trio Abbi, Roman e Aisha se encaixou como uma luva no novo contexto de Sex Education, bem como outras adições. A personagem “O”, por exemplo, exerce papel importante na temporada. Sendo assim, a vivência dos agora estudantes da evoluída Cavendish College se torna um pouco diferente do que estavam acostumados. Outro acerto da série é a inserção de Isaac em relações mais próximas com outros personagens, não apenas com Maeve, que está estudando nos Estados Unidos.

Roman (Felix Mutfi), Aisha (Alexandra James) e Abbi (Anthony Lexa) – Reprodução: Netflix

Novos conflitos em Sex Education

Se antes, Jean Milburn era vista sempre como uma mulher forte e sensual, na quarta temporada as coisas são um pouco diferentes. Precisando lidar com novos problemas, suas fragilidades ficam à mostra durante boa parte da trama. Contudo, ao meu ver, o acerto se dá no momento em que as fraqueza expostas da sexóloga a tornam uma personagem muito mais densa e complexa, sendo extremamente interessante acompanhar seu desenvolvimento.

Por outro lado, Otis me lembrou o jovem da primeira temporada, por uma série de motivos os quais vocês descobrirão. A jornada do personagem, por mais que pareça retrógrada, é importante para sua evolução. Os conflitos são vários, Ruby também segue com seus problemas, apesar de seu arco ter sido o que menos me agradou. Já Maeve, agora nos Estados Unidos, mostra seus lados já conhecidos, mas ainda assim interessantes de se acompanhar, visto todo o complexo momento que vive a personagem.

Não menos importante, Adam e seu pai, Michael, protagonizam ótimos momentos na série, servindo até mesmo de alívio cômico em alguns momentos. Parece estranho encaixar Michael Groff e alívio cômico na mesma frase. Contudo, o agora professor substituto em Cavendish mostra um lado que não esperava ver, e que me agradou. Apesar dos elogios, gostaria de ter visto mais desse Michael em alguns momentos anteriores, mas águas passadas não movem moinhos, e o agora de Michael é admirável. Já Adam, por outro lado, se aventura em novas experiências longe de Eric. E por mais que pareça estar um pouco de lado da trama principal, ainda traz suas inquietações familiares como base de seu desenvolvimento na trama.

Michael (Alistair Petriel) e Adam (Connor Swindells) – Reprodução: Netflix

Finais de ciclos bem trabalhados

Um dos principais pontos positivos pelos quais Sex Education passou, foi a finalização do ciclo de seus personagens. Além dos citados anteriormente, é impossível deixar passar o arco de Eric, interpretado de forma brilhante por Ncuti Gatwa. Além das questões já abordadas em temporadas anteriores, Eric agora se vê em uma nova jornada pessoal, muito relacionada à sua fé. A trajetória do personagem é linda de se ver, e seu desfecho com certeza não irá desapontar os espectadores e fãs da série.

Eric (Ncuti Gatwa) – Reprodução: Netflix

Mesmo que ao final do último episódio, fique aquele gostinho de “quero mais”, a sensação é de ciclo encerrado. Até mesmo os maiores fãs não enfrentarão dificuldades para encarar o final da série, apesar de ser extremamente emocionante do iníco ao fim. O sentimento que fica é de dever cumprido. Ainda que exista abertura para imaginar o futuro dos personagens, a partir do ponto final de Sex Education, tudo parece ter sentido. De cenas hilárias à emocionantes, a série teve um final mais do que digno de todo seu sucesso. Prepare seu coração, seus lencinhos, e embarque nessa grande jornada de autodescoberta que Sex Education proporciona a todos os seus espectadores.

Veja o trailer da 4ª temporada de Sex Education:

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