Neste último domingo (05), estreou o episódio 08 de The Last Of Us na HBO Max.
Com seus 50min, o penúltimo episódio da temporada não poupa emoções e adrenalinas, diante de um clima ameaçador que ecoa ao longo de sua narrativa, a qual segue o medo e preocupação de Ellie e Joel em sobreviver ao intenso inverno.
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Primeiramente, vale lembrar que a humanidade encontra-se à beira da extinção em um cenário pós-apocalíptico causado por um fungo que transforma suas vítimas numa espécie de “zumbi”, por assim dizer. Em meio a este cenário, temos Joel (Pedro Pasqual) e Tess (Anna Torv), uma dupla de contrabandistas, que são obrigados a levar uma garota, Ellie (Bella Ramsey), para encontrar-se com um grupo de rebeldes (os Vagalumes).
Após o frustrante encontro da base dos Vagalumes indicada por Tommy (Gabriel Luna), Joel e Ellie encontram um novo suposto objetivo onde devem alcançar. No entanto, a dupla foi atacada e Joel seguiu-se ferido.
A preocupação e o medo, fazem com que Ellie encontre um abrigo para aguentar o gelado frio do inverno, ao mesmo tempo que se lembre de uma das maiores perdas de sua vida: Riley (Storm Reid).
Apesar do sétimo episódio ser bem construído, o mesmo não avançou tanto com a narrativa da série. Portanto, algumas dúvidas ainda permanecem.
Entre elas: quem eram aqueles homens que atacaram Joel e Ellie? A dupla encontrará algum lugar seguro? Onde estão os Vagalumes?
E por fim, será que o oitavo episódio de The Last Of Us é bom?
Sobre o episódio 08 de The Last Of Us
Como já dito, o episódio anterior não avançou tanto na trama da série em si, servindo mais como uma DLC na própria série.
Contudo, o novo episódio segue a narrativa. Joel segue ferido e seu estado está piorando cada vez mais, sobrando para Ellie enfrentar o frio do inverno e a falta de comida e recursos.
Entretanto, a busca por si só leva a jovem a deparar-se com perigos maiores que o esperado. Provando assim que a vingança e a raiva são formas passíveis de se aquecer ao ar gelado do inverno.
Apocalipse:21
Com uma passagem da bíblia, narrada por David (Scott Shepherd), o novo episódio logo inicia-se apresentando uma comunidade de sobreviventes liderados pelo narrador, o qual também se apresenta como uma figura religiosa.
Apesar das palavras, do tom calmo e acolhedor, a introdução já estabelece dúvidas quanto ao caráter deste líder ou então da comunidade.
Isso é, através da fotografia fechada, focando nos olhares mais abalados assim como a pouca luminosidade clara e com cores mais frias, juntamente de uma trilha sonora. cria-se uma tensão forte no ar. Basicamente, é como o próprio cenário assumesse a posição de personagem e apontasse uma situação de perigo iminente ali.
Vale inclusive um comparativo: se em Dahmer: Um Canibal Americano, há o uso de tons amarelados com o aproveito maior de sombra para atiçar a ansiedade e o perigo, aqui segue uma direção oposta, ao utilizar de tons mais frios, e uma luz clara azulada, estabelecendo assim um clima mais depressivo e ainda com tendência ao perigo.
Por fim, o versículo da bíblia – Apocalipse:21 – precede o episódio por si só, além de levantar dilemas que refletem inclusive a nossa própria sociedade.
Os ventos gelados do inverno
O clima invernal do oitavo episódio traz consigo a urgência e o desespero para todos.
A falta de recursos alimenta a fome, movendo os personagens a tomar decisões questionáveis. Até que ponto pode se deixar a ingenuidade tomar conta e aceitar ofertas que seriam duvidáveis anteriormente?
Dessa form, Bella Ramsey aceita o desafio e consegue segurar as pontas dos desespero, transmitindo, em sua atuação, toda a urgência em salvar Joel. Não é apenas no choro ou no grito, mas é na tensão, é no olhar, o medo escancarado em seu rosto quando percebe algo estranho no chão, ou então sua impulsividade por buscar sobreviver. Enfim, são camadas de sutilezas que então ganham vida em forma de explosão de toda carga emocional.
Por fim, Ellie representa a humanidade ingênua que visa sobreviver diante os tempos difíceis.
Ainda sobre o lado dos protagonistas, chega a ser intenso a participação de Pascal no episódio. No começo da série, após Sarah, Joel é apresentado como um cão raivoso e destrutivo, violento. Apesar de toda a trama até aqui, o personagem dificilmente mostrou seu lado mais monstruoso como foi feito aqui. Em outras palavras, finalmente, pudemos entender porque muitos tinham medo dele na ZQ.
O Pai e o Padre
Agora, já do outro lado, David se apresenta com a proposta de salvador, ao mesmo tempo em que apresenta um tom ameaçador. Pode se visto como a personificação daquele provérbio: “fazer do lobo, o guardião das ovelhas”. David aqui é uma voz que impõem sua vontade absoluta, seja pelas justificativas boas ou ruins,
Ou melhor dizendo: sua vontade é a representação do Bem naquela comunidade, independente do quão terrível são suas determinações, elas ainda serão aceitas, mesmo que seja comer carne de algum ex-companheiro ou então cometer abusos a menores.
Por fim, o oitavo episódio não se prende a realidade da série, mas vai muito além, voltando a realidade social e atual de seu público. A crítica é clara: ela mira naqueles representantes religiosos que usam de sua posição social para então cometer atos terríveis contra seu próprio rebanho. E assim, nestes casos, temos o lobo que devora suas ovelhas e ainda é visto como santo.
Resumo do episódio 08 de The Last Of Us e o que vem por aí
O penúltimo episódio de The Last Of Us não poupa o telespectador, colocando-o diante de muita tensão e medo pelo futuro dos personagens.
A trama caminha a seus passos, sabendo equilibrar entre momentos de calmaria e diálogos profundos (com direito a questionamentos bem profundos, por sinal), ao mesmo tempo em que também sabe tirar o telespectador do sofá quando a situação se aperta.
Nessa montanha russa de emoções, Bella Ramsey se destaca ao embarcar no carrinho e conseguir explorar sua personagem nas mais diversas camadas, dando profundidade a personalidade de Ellie. Assim, o público se depara com “tons de Ellie“, uma vez que suas reações entoam a gravidade e urgência de uma ameaça real.
Outro ponto bem forte está no próprio cenário. O ambiente aqui ele respira, ele alerta, ele vive. A trilha sonora em conjunto das fotografia exercem a tarefa de contextualizar o público àquele novo grupo, evidenciando características deste e de sua liderança.
E por falar dela, David entra na trama como um antagonista assustador pela sua influência. Seu discurso religioso e sua posição social tornam-se em armas nas suas mãos que movimentam aquela comunidade a agirem a seu bel-prazer. Então vale ressaltar a atuação de Scott Shepherd ao dar vida a uma figura cruel, tão bem semelhantes a várias da realidade atual.
Portanto, podemos concluir que o oitavo trouxe as respostas deixadas nos outros dois episódios anteriores, além de apresentar uma narrativa linear e bem desenvolvida, com diversos dilemas.
A história segue rumo ao final da temporada, e assim, espera-se que a dupla vai chegar a nova base dos Vaga-lumes, encontrar uma cura para o Cordyceps para então ter o final feliz.
Porém, também sabemos que nem tudo são flores em The Last Of Us. O que poderemos esperar para o próximos episódio? Quais desafios Joel e Ellie enfrentarão no último episódio da temporada? Quando Joel ficará curado? Será se iremos nos deparar com aquele terrível monstro que conhecemos no episódio 05, o Baiacu? Os Vaga-lumes realmente terão uma base a espera da dupla?
Para responder a estas e outras perguntas, só no próximo e último episódio de The Last Of Us, que estreia as 22hs, na HBO Max.
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