Após dois anos de espera, a nova temporada de The Umbrella Academy, série baseada nos quadrinhos de Gerard Way e Gabriel Bá, chega a Netflix. A história, que acompanha os irmãos Hargreeves em uma sinopse quase idêntica aos anos anteriores, demonstra a possibilidade de reinvenção da trama, além de apontar o ponto principal da série: a família.

Imagem reprodução: Divulgação/Netflix

Mais do que um apocalipse

A fórmula da série é simples e acompanha o crescimento dos personagens. Primeiro, os irmãos se encontram em uma situação de perigo; existe alguma ameaça para o fim do mundo causada pelos próprios e, por fim, após salvar o universo, eles se encontram em outra linha do tempo com outros problemas. E é nesta situação que começamos a terceira temporada. Depois de finalizar a 2° temporada em um universo onde a Umbrella Academy foi substituída pela Sparrow, comandada pelo Ben (Justin H. Min) que está vivo, o elenco precisa então descobrir um jeito de retornar as suas vidas iniciais. Assim, como já era esperado e observado nas outras temporadas, The Umbrella Academy possui uma forma de prender a atenção do espectador mesmo com um plot simples.

Um dos pontos positivos para este novo ano é o roteiro mais maduro e a separação de cenas entre os protagonistas. Em primeiro lugar, o desenvolvimento de Allison (Emmy Raver-Lampman), que estava sendo negligenciado desde a primeira temporada, acerta na atuação e é uma boa maneira de desenvolver a história. Além disso, a maneira como tratam a transição do ator Elliot Page, é pontual e certeira. Viktor (anteriormente Vanya) deixa de ser o foco principal da série, mesmo que ainda participe de quase todos núcleos. O que permite que a história avance e que as relações entre os personagens sejam trabalhadas no particular e geral.

Núcleos familiares e o ritmo da história

A 3ª temporada de The Umbrella Academy apresenta o mesmo problema das temporadas passadas, a má divisão da narrativa. Mesmo com episódios que moldam a história para o clímax final, o início necessita da paciência dos fãs para engrenar. Grande parte deste problema é que a série precisa de tempo para apresentar a nova linha do tempo, seus personagens e os riscos. O resultado, portanto, são seis episódios que dão voltas até todos os personagens estarem juntos, formalizados como equipe. A parte inicial da série pouco se parece com a final, que retoma a energia caótica e épica pela qual a série é conhecida.

Já quando falamos de núcleos familiares, é preciso aplaudir a escolha de elenco. O novo elenco possui química com os nomes já conhecidos e, para além disso, melhoram a história de alguns deles, como no caso de Luther (Tom Hopper). Como resultado, assim como visto anteriormente, existe o receio destes personagens não retornarem aos seus papéis, visto como uma perda para a série. Por fim, é importante comentar a qualidade da trilha-sonora e da fotografia. Para mais do que elementos decorativos, ambos fazem parte da construção da narrativa e ajudam a mover a história sem pesar. Para os fãs, os dois últimos episódios são um show a parte e merecem uma atenção especial.

Imagem reprodução: Divulgação/Netflix

The Umbrella Academy – opinião

Em conclusão, a terceira temporada de The Umbrella Academy não surpreende mas também não peca. Com boas atuações, um roteiro adequado e conflitos credíveis, Umbrella força o público a ficar vidrado na tela. Como já citado, a série se beneficia do seu roteiro sem fim para construir uma história capaz de ser reproduzida em outras temporadas sem a necessidade de um final. Entretanto, assim como os irmãos Hargreeves vão precisar de uma saída criativa, o showrunner Steve Blackman vai precisar sair do labirinto criado por ele mesmo. No final, é preciso lembrar que séries muito longas podem se tornar históricas ou, como Game Of Thrones, perder o seu brilho.

A série tem classificação indicativa de +16 e está disponível na plataforma da Netflix. A quarta temporada não está confirmada.