The Walking Dead é uma das séries mais amada pelo público, o que gerou vários spin-offs no mesmo universo, focando em outros personagens não conhecidos mas também nos mais queridos pelos fãs. O lançamento mais recente da franquia foi o spin-off “The Walking Dead: The Ones Who Live”, que conta sobre o reencontro entre Rick e Michonne. Será que o amor ainda vive em um mundo cheio de walkers?
Antes de discutir sobre The Ones Who Live é necessário compreender alguns fatos que ocorreram na série principal e que posteriormente deu a criação da minissérie separada apenas para Rick e Michonne.
Alerta de Spoiler: a seguir haverá spoilers das séries norte-americana The Walking Dead e The Ones Who Live. Leia por sua conta em risco.
Um breve resumo de acontecimentos cruciais em The Walking Dead
A série “The Walking Dead”, lançada em 2010 pela AMC, retrata um mundo dominado por walkers (como são chamados os zumbis) e como a difícil sobrevivêncial entre os vivos. Portanto, conhecemos Rick Grimes, um ex-policial que sempre coloca a família e seu grupo em primeiro lugar. Ao longo da série, Rick conhece Michonne, uma mulher destemida e forte, e juntos eles começam a liderar o grupo e se relacionar.
Mas qual foi o pontapé inicial para a origem do spin-off? Bom, tudo acontece na nona temporada, para impedir a ameaça de um grupo de walkers, Rick coloca a sua vida em risco com uma explosão na ponte. Com isso, o personagem é dado como morto e a série se despede de seu protagonista. Mas Michonne e outros do bando ainda tem esperanças de que Rick esteja vivo, de fato ele está, mas não mais em The Walking Dead.
Então, ao decorrer das próximas temporadas, Michonne tem uma forte esperança em encontrar o Rick e sempre está em busca do seu amado. Além disso, Daryl também começa a procurar pelo amigo, mas já adianto que não há muito sucesso em sua busca. Assim, podemos entender o motivo de “The Ones Who Live”.
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“Vocês dois juntos podem fazer o que quiserem”
The Ones Who Live aborda a busca de Michonne por Rick, pois ela nunca perdeu a esperança de o encontrar, ao mesmo tempo que vemos que Rick também está fazendo de tudo para encontrar sua família e seu grupo. Porém, assim como em todas as temporada de TWD, sempre tem um inimigo que Grimes precisa enfrentar e dessa vez é uma base da CRM, que acredita ter o poder do que é o certo e o errado em um mundo pós-apocalíptico. Será que o amor é a melhor saída?
A princípio eu realmente achei que não tinha necessidade de mais um spin-off do Universo de The Walking Dead, visto que o tema “zumbi” e “mundo pós-apocalíptico” já está meio batido. E agora, outra série com os personagens principais de The Walking Dead, ainda mais com Rick, “que foi dado como morte” e Michonne. Os roteiristas e produtores precisam se assegurar com as mortes dos personagens favoritos. Seja por escolhas de roteiro ou por decisão do ator, é necessário compreender que alguns ciclos precisam chegar ao fim antes do imaginado.
No entanto, The Ones Who Live mostrou que eu estava enganada, ainda bem (haha). Às vezes é preciso sim voltar em uma decisão e fazer algo melhor com o personagem, como dar um final justo a alguém que gostamos muito em uma produção, mas são raros esses casos.
Enredo e personagens
A série foca no relacionamento e reencontro do casal, mas também consegue trazer de volta a Jadis (Pollyanna McIntosh), personagem recorrente em The Walking Dead e que salvou Rick, que estava à beira da morte. Jadis é uma personagem muito importante para o desenvolvimento do enredo. Principalmente para entender o que de fato é a CRM, base militar muito bem estruturada mas com princípios duvidosos.
Porém, um ponto negativo é que a série focou muito nos personagens antigos e esqueceu de desenvolver os novos, como é o caso da Thorne (Lesley-Ann Brandt), militar que atua junto com o Rick na base da CRM. Afinal, qual era o verdadeiro propósito dela? O que ela realmente acreditava?
Há sim algumas pontas soltas no roteiro da minissérie, como também a enrolação em alguns pontos, principalmente quando se trata do Rick. Ele sempre colocou a família e seu grupo em primeiro lugar mas se perde um pouco no que realmente importa. Você pode ficar até com a sensação de que Rick nunca mais irá voltar para seus filhos.
A química entre Rick e Michonne
O ponto crucial da série, obviamente, é a química entre Andrew Lincoln e Danai Gurira. Ambos entregam com maestria seus personagens, não é atoa que é um dos favoritos entre o público. A minissérie soube construir o tempo separados e como a visão deles pode está mudada mas permanecer com a mesma essência.
Outro destaque fica com o primeiro e segundo episódio, ao qual mostra o ponto de vista de cada um em busca do outro. No primeiro episódio ficamos cientes que o Rick está vivo e em uma base militar, lutando para fugir e sobreviver. O episódio apresenta também a narração dele sobre o que sente e suas tentativas de encontrar Michonne. Outro indicativo interessante são os sonhos de Grimes com a Michonne, mostrando que mesmo sem os walkers eles se encontrariam e se apaixonariam, demonstrando a sua vontade de estar com ela, independe de qualquer coisa ou realidade.
Já no segundo episódio você acompanha as buscas da Michonne pelo Rick, mas o que chama atenção nesse episódio não é exatamente a busca, mas sim o grupo de pessoas que ela encontra e ajuda. Com isso, conhecemos Nat (Matthew Jeffers), um amante da ciência que está disposto a não deixar mais ninguém para trás e que se propõe a ajudar Michonne nessa jornada e depois voltar com eles para Alexandria. Nat é um personagem carismático e cômico no meio ao caos, impossível você não gostar dele.
No fim do segundo episódio, Michonne entra para a base da CRM, ao qual Rick esteve “preso” durante anos e com falhas tentativas de fuga. Agora, Michonne precisa entender o que tanto aflige Rick, enquanto ele faz de tudo para tirá-la da CRM, que obviamente não dá muito certo, afinal estamos falando da Michonne.
Precisamos falar do episódio 4
De longe, o episódio 4, intitulado “O Que Nós”, é o melhor da minissérie (e meu favorito), pois nele há uma conversa franca e intimista entre Rick e Michonne. Nela conseguimos entender o porquê do Rick resistir tanto a Michonne e qual será o futuro do casal, se eles vão voltar a ser como eram ou se realmente não existe amor em um mundo ruim. Esse episódio tem a Danai Gurira como co-roteirista.
Após Michonne pular com o Rick de um avião, ambos encontram abrigo em um prédio e então começa a discussão entre o casal, sobre o que é certo e errado, sobre Rick resistir a abandonar a base e voltar para seu grupo. Em um único take dentro do apartamento, percebemos como o jogo de câmeras consegue captar a profundidade das questões levantadas pelos personagens. Rick se encontra perdido sobre si mesmo, após alguns eventos da série principal e o medo de não resgatar a sua essência e assim continuar como “um monstro”.
Já Michonne tenta entender o porquê que ele não se abre e está sempre se opondo à ideia de voltar a sua família, para seus filhos Judith e RJ. A atuação de Danai nesse episódio é de arrepiar. Você sente toda angústia da personagem em relação a seu amado e aos problemas levantados. Além disso, o ep possui algumas cenas engraçadas de casal que se implica com o mínimo mas que no fim entende o motivo de estarem juntos.
Vale a pena assistir?
Se você parou de acompanhar a série, eu recomendo tentar retomar com The Ones Who Live, pois vale a pena assistir. No entanto você vai precisar dar uma pesquisada sobre os últimos acontecimentos para não ficar muito perdido. Já você que é um fã mas está em dúvida se assiste mais um spin-off, siga em frente, pois a minissérie realmente cumpre com o seu propósito. Além de deixar um final possivelmente aberto que possa dar brecha para mais uma temporada (ou não). Agora, caso você nunca tenha assistido TWD mas se interessou pelo spin-off, também vale a pena, você não ficará boiando por completo pois os episódios tem alguns flashbacks, mas ainda é aconselhável uma breve pesquisa.
Por fim, caso você seja um fã sentimental, prepare pois há grandes chances de você chorar com o final. Você pode encontrar todos os episódios de The Walking Dead: The Ones Who Live na Prime Vídeo. Ou assistir semanalmente pelo canal da AMC Brasil, toda segunda-feira às 20 horas.
Vou dar uma chance para essa minissérie, pois tbm acho que já deu o que tinha que dar.
Vale a pena!