Quando falamos em filme de terror, já pensamos logo em um cenário escuro, geralmente à noite, correto? Agora imagina um filme de terror que acontece num local bonito, colorido, repleto de pessoas felizes, tranquilas, cantando, se divertindo? Sim, esse filme existe e se chama Midsommar – O Mal Não Espera a Noite.
Midsommar (2019) é um filme de terror psicológico escrito e dirigido por Ari Aster (Hereditário, 2008). Amado por uns, odiado por outros, o filme é conhecido por sua atmosfera única, que mistura horror com elementos de drama psicológico, além de seu cenário incomum e esteticamente perturbador.
O elenco é composto por Florence Pugh; Jack Reynor; William Jackson Harper; Will Poulter

A história de Midsommar
O filme segue uma jovem chamada Dani (Florence Pugh. Ela, pós uma tragédia pessoal devastadora, decide viajar com seu namorado Christian (Jack Reynor) e seus amigos para uma remota aldeia na Suécia. A comunidade local celebra um festival que ocorre uma vez a cada 90 anos, o Midsommar. Esse evento acontece durante o solstício de verão, quando o dia nunca termina, criando uma sensação de eterno claro. Inicialmente, os visitantes acham que o festival é uma experiência cultural exótica e peculiar. Entretanto, logo percebem que a aldeia esconde segredos sinistros, envolvendo rituais pagãos, sacrifícios e práticas macabras.
Midsommar – O Festival de Verão Sueco
Aster se inspirou em cultos e práticas pagãs reais, principalmente na ideia de rituais do solstício de verão. O principal deles a celebração do Midsommar.
Surpreendentemente, o Midsommar (ou Meio do Verão) é um dos feriados mais importantes da Suécia, só perdendo em popularidade para o Natal. Ele celebra o solstício de verão, geralmente entre os dias 19 e 25 de junho. Ele marca o dia mais longo do ano no hemisfério norte — o auge da luz do verão.
Midsommar é uma celebração da natureza, fertilidade e luz, tendo uma conexão forte com antigas tradições pagãs. No festival as pessoas fazem o Levantamento do Midsommarstång (o mastro de Midsommar) que é um mastro alto enfeitado com folhas e flores. As pessoas dançam ao redor dele em círculos, cantando músicas folclóricas.
Além disso, mulheres e crianças fazem coroas com flores frescas. O festival possui também comidas tradicionais suecas e bastante danças, jogos e celebrações em campos abertos.
O festival possui uma tradição mística que diz que se você colocar 7 tipos de flores debaixo do travesseiro na noite de Midsommar, vai sonhar com seu amor verdadeiro.
Um filme sobre luto, traumas e rituais
Midsommar explora o luto de Dani pela perda de sua família e a maneira como ela lida com essa dor, o que é aprofundado ao longo do filme. Sua jornada emocional é central para a história.
O filme também lida com o relacionamento de Dani com Christian, que está à beira do fim e mostra como ela se vê em um contexto em que se sente isolada e deslocada.
A construção da aldeia e seus rituais pagãos são uma parte essencial da narrativa. Além disso, a história faz uma crítica ao isolamento social e à dinâmica de poder dentro de grupos fechados, e como certos comportamentos podem ser normalizados ou até glorificados dentro de uma comunidade.
Aster utiliza um estilo visual distinto. Com cores vibrantes e cenários bucólicos que contrastam com os horrores que acontecem na história, ele deu um efeito surreal e perturbador à produção. Ao contrário de muitos filmes de terror, Midsommar acontece durante o dia, desafiando a ideia convencional de que o medo é mais eficaz à noite. Esse fator contribui para o desconforto contínuo e a sensação de que o terror pode acontecer em qualquer momento, mesmo no meio da luz do dia.

Curiosidades
A flor de Hälsingland, que aparece em várias cenas, é um elemento simbólico importante. No filme, as flores representam a transição e os rituais de vida e morte da aldeia. Por exemplo, a primeira cena do filme, que mostra a tragédia que a protagonista sofre, também está intimamente ligada a essas flores, com o uso de pétalas simbolizando a morte de seus entes queridos.
A abordagem de Midsommar ao horror psicológico é uma das mais notáveis no gênero. Ari Aster usou elementos de choque visual (como imagens perturbadoras e rituais macabros) não só para criar um sentimento de terror, mas também para desestabilizar emocionalmente os espectadores. A utilização de simbologia e de elementos visuais como as tatuagens e os desenhos na parede ajudam a construir esse clima de desconforto.
Essas curiosidades ajudam a entender melhor a profundidade do filme e como ele mistura elementos visuais, psicológicos e culturais para criar uma experiência de terror única e complexa. Dessa forma, Midsommar é muito mais do que um filme de terror convencional; é uma obra que explora temas profundos de identidade, perda e pertencimento, tudo em uma narrativa envolta por uma estética hipnotizante.

Agora que sabe um pouco mais sobre o filme, bora assistir?
Por fim, Midsommar – O Mal Não Espera a Noite está disponível em alguns canais de streaming.
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