Na segunda parte da 2ª temporada, Sandman conclui o ciclo de Morpheus, mas deixa uma fresta aberta para o futuro do Sonhar

A longa e aclamada jornada de Sandman chegou oficialmente ao fim com o lançamento da segunda parte da segunda temporada. Mas, como tudo no reino do Sonhar, a despedida não veio sem transformação.

O personagem-título, vivido intensamente por Tom Sturridge, deixa de existir tal como o conhecemos, abrindo espaço para uma nova encarnação: Daniel, interpretado por Jacob Anderson (Entrevista com o Vampiro).

A série, adaptada da obra-prima de Neil Gaiman publicada pela DC Comics, fecha seu arco principal com fidelidade ao material original, mais especificamente ao volume final The Wake.

Sandman encerra jornada na Netflix
O fim de Morpheus e a chegada de Daniel marcam a segunda parte da temporada | Foto: Netflix/Divulgação

A transformação do Sonho em Sandman

No penúltimo episódio, Morpheus é ceifado por sua irmã, a Morte (Kirby Howell-Baptiste), em punição pelo assassinato misericordioso de seu próprio filho, Orfeu (Ruairi O’Connor).

A morte, no entanto, não representa um fim absoluto, mas sim uma transição inevitável: Daniel, concebido no Sonhar, rapidamente evolui de bebê a adulto e assume o manto de novo Sonho.

A escolha de Jacob Anderson para o papel não foi por acaso. Segundo o showrunner Allan Heinberg, o ator já era fã de Sandman e compreendia profundamente a complexidade do personagem.

“Jacob Anderson é fã de Sandman há muito tempo, e ele sabia exatamente quem era Daniel, e estava interessado. Então, era tudo o que eu precisava saber”, revelou Heinberg em entrevista à Variety.

O que esperar da continuação da segunda temporada de Sandman
A reta final de Sandman entregou o que prometeu | Foto: Netflix/Divulgação

A série se despede com episódio especial

Mesmo com a série encerrando sua narrativa central, Heinberg deixou claro que havia planos para uma terceira temporada. “Só estou grato neste momento. Se eles voltassem amanhã e dissessem: ‘Vamos fazer uma terceira temporada’, eu faria na hora. Eu escreveria esta série pelo tempo que me deixassem”, afirmou.

Ele descreve Sandman como “um sonho criativo” e celebra a liberdade narrativa que a série proporcionou, misturando gêneros, estilos e épocas de maneira única.

A produção, que exigiu grande esforço da equipe de criação, elenco e bastidores, chegou ao fim ainda antes da revelação pública das acusações de má conduta contra Gaiman no ano passado.

As filmagens foram concluídas no verão de 2023, mas o cancelamento da série só foi confirmado em janeiro de 2025.

Ainda assim, os fãs terão mais uma despedida pela frente. No dia 31 de julho, a Netflix lança o episódio especial Death: The High Cost of Living, centrado na personagem Morte.

O capítulo, embora independente, promete encerrar de vez a jornada televisiva dos Perpétuos, pelo menos por enquanto.

Morte e Sonho em cena | Foto: Netflix/Divulgação

Últimos episódios de Sandman evitam arco clássico e selam despedida

Durante os episódios finais, a série optou por não adaptar o arco Fábulas e Reflexões, outro volume popular dos quadrinhos, por razões narrativas. “Essas histórias são tão lindas, mas o Sonho não está nelas”, explicou Heinberg. “Então essa foi uma decisão mais fácil”.

A participação final de Tom Sturridge na série acontece em um breve, porém tocante, flashback com William Shakespeare, conectando-se ao novo Sonho de Anderson. “Será que eles podem simplesmente trocar um olhar? Só um olhar momentâneo?”, conta Heinberg sobre a cena, que foi aprovada por Gaiman e pelos estúdios. “Eu acho tão lindo”.

Quanto ao futuro, Heinberg revela estar aberto a novas oportunidades na Warner Bros. e expressa desejo de colaborar com James Gunn e Peter Safran em futuros projetos. “Adoraria escrever mais comédias românticas no estilo Sex and the City. Vou continuar”.

Para os fãs de Sandman, resta agora assistir ao último episódio e aceitar, como nos próprios quadrinhos, que todo fim também é um novo começo. Afinal, no Sonhar, nada morre,— tudo se transforma.

Imagem de capa: Netflix/Divulgação