Quase seis meses após o lançamento do filme É Assim que Acaba, os protagonistas do longa persistem numa polêmica batalha judicial. De um lado, o diretor, produtor e ator Justin Baldoni acusa a colega Blake Lively de usar “táticas de intimidação” públicas contra ele. Ela, por sua vez, entrou com processo alegando danos morais, quebra de contrato e invasão de privacidade, dentre outras acusações. O longa é uma adaptação do livro homônimo de Colleen Hoover, e tem como um dos temas principais violência doméstica e relações abusivas.

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Blake Lively e Justin Baldoni no filme É Assim que Acaba. Foto: Reprodução

Como tudo começou

Após o lançamento do filme, que estreou no Brasil em 8 de agosto de 2024, internautas levantaram suspeitas sobre a dinâmica de divulgação. Isso porque o diretor nunca estava junto do elenco em eventos e entrevistas.

Ainda, Baldoni trazia à tona questões importantes sobre a violência sofrida por mulheres em alguns relacionamentos. Enquanto isso, Blake Lively aparecia na mídia sempre com roupas de tema floral – o nome de sua personagem é Lily Bloom, sendo que a tradução do sobrenome significa “florescer” – e falando sobre assuntos genéricos, aparentemente alheia à temática do filme que divulgava.

Dois lados

Logo surgiram acusações de fat shaming (expressão em inglês relacionada à depreciação do corpo alheio) e má conduta no set contra o diretor, que negou tudo. Além disso, ele contratou uma equipe de gestão de crise – a mesma que trabalhou com Johnny Depp em sua disputa judicial com Amber Heard – dadas as proporções que a disputa estava tomando.

Por outro lado, diversos vídeos da atriz ressurgiram na redes sociais. Neles, ela faz piadas e comentários desconfortáveis em eventos de divulgação dos seus trabalhos. O que mais repercutiu negativamente foi uma entrevista de 2016 na qual uma jornalista norueguesa, Kjersti Flaa, a parabeniza pela “barriguinha de grávida”. Blake então responde “parabéns pela sua barriguinha!”, o que muitos internautas consideraram rude, já que a gravidez da atriz era pública àquela época. Uma de suas colegas de cena em Gossip Girl, Rossela Rago, também veio a público dizer que “ela era uma pessoa horrível de se trabalhar”.

Segundo Blake Lively, todos esses vídeos fazem parte de uma campanha de destruição da sua imagem pública orquestrada por Justin Baldoni.

A polêmica continua

Em 20 de dezembro de 2024, Blake Lively entregou para o Departamento de Direitos Civis da Califórnia um relatório de 80 páginas. Nele, a atriz acusa Baldoni de “comportamento invasivo, antiprofissional e sexualmente inapropriado”. Esse documento foi publicado na íntegra no dia seguinte pelo The New York Times. Além disso, ele reúne diversos prints de conversas entre o diretor e sua equipe, o que provaria que eles estavam envolvidos em uma campanha difamatória contra ela.

Em resposta à essa denúncia, Baldoni processou o jornal pelo artigo em 250 milhões de dólares.

Novo ano, velhas brigas

Justin Baldoni processou formalmente Blake Lively e Ryan Reyonlds no dia 16 de janeiro por difamação e extorsão. Ele alegou ter sido falsamente acusado de assédio sexual e que Lively o fez de “bode expiatório” quando foi criticada pela imprensa.

Ainda, ele afirma que Ryan Reynolds interferiu na divulgação do filme, além de manipular a mídia a favor da esposa.

No dia 23 de janeiro, a defesa do diretor divulgou um vídeo de dez minutos dos bastidores do filme, na tentativa provar que havia respeito e profissionalismo entre as estrelas. Nele, os atores aparecem dançando em um bar numa cena romântica. Enquanto parte das pessoas dizem que Lively está desconfortável com o comportamento dele, outras alegam que aquela é uma interação comum para atores, e que Justin se mostra solícito e amigável com as sugestões da colega.

Logo após, Baldoni também divulgou um áudio de sete minutos no qual se desculpa com a atriz quanto à uma sugestão feita por ela no roteiro. Ele admite estar equivocado e que as ideias dela são de fato boas para o filme.

Próximo capítulo

Assim, caso a disputa não se resolva nos próximos meses, o juiz responsável pelo caso, Lewis J. Liman, determinou que o julgamento acontecerá em março de 2026. A ação movida por Justin Baldoni contra Blake Lively e seu marido, Ryan Reynolds, alega que ele sofreu uma campanha de difamação pública ao ser falsamente acusado de assédio sexual. O valor da indenização a ser paga pelo casal, se perder na justiça, é de US$400.000.000 (valor que ultrapassa os dois bilhões de reais na cotação atual do dólar).

Os advogados do casal já entraram com pedido de rejeição do processo de difamação movido por Baldoni.

Redatora em Experiência sob supervisão de Lara Aguiar.