Juliete Vasconcelos constrói um thriller psicológico inquietante, onde o medo se esconde sob a rotina. Em “O Ceifador de Anjos: A coleção de fetos”, o cotidiano de Los Angeles vira palco de terror silencioso. O romance denuncia o abismo entre aparência e essência com coragem e crueza.
A principio, Vincent Hughes parece perfeito: carismático, estável e apaixonado por Donna Dixon. No entanto, sob a máscara de homem ideal, revela-se um serial killer calculista. Suas vítimas? Mulheres grávidas. Seu prazer? Cultivar o medo como se fosse arte. A cada página, a autora nos aproxima de uma mente doentia que conhece bem os limites do disfarce.
Enquanto corpos aparecem com o mesmo modus operandi, a cidade mergulha no pânico. Diante disso, os detetives Christopher Lang e Ramona Hale tentam vencer o tempo e a escassez de provas. Só que o assassino é metódico demais para deixar rastros fáceis — e eles sabem que apenas uma nova vítima trará respostas.
“O sentimento de impotência não era apenas sentido pelos dois detetives, mas pelos demais colegas e por seu chefe.” (O Ceifador de Anjos, p. 77)
Assim, com escrita precisa e atmosfera opressora, Juliete funde banalidade e brutalidade de forma angustiante. Seu personagem principal é mais do que um criminoso: é reflexo de traumas não resolvidos, um produto social bem polido por fora, corrompido por dentro.
Finalista do Prêmio Ecos da Literatura, o livro mergulha no lado sombrio da mente humana. Em vez de heróis infalíveis, vemos a hesitação da polícia, o desespero das vítimas e a dualidade de um assassino que ama e mata com a mesma naturalidade.
Sobre a autora de “O Ceifador de Anjos”
Nascida em Itapeva e hoje residente em Sorocaba, Juliete Vasconcelos, é pós-graduada em Criminologia. Seus livros abordam psicopatia e distúrbios emocionais com profundidade e coragem. Vencedora de diversos prêmios, já publicou Quando os Pássaros Pousam e Segredos de origami guardados em porcelana (com Drico Araújo), além de contos em antologias que exploram os vínculos entre trauma e violência.
Agora, a escritora relança a trilogia “O Ceifador de Anjos” com uma edição especial. Sua narrativa, marcada pela tensão crescente e pelo olhar humano sobre o mal, transforma o gênero policial em algo mais profundo: um espelho da nossa própria fragilidade.
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