O diretor Murilo Sallaes lança seu mais novo trabalho, o documentário ‘UMA BAÍA’ retratando a história do marco zero da cidade do Rio de Janeiro. Um dos lugares turísticos da cidade amada por tantos viajantes possuí uma beleza indiscutível, enquanto esconde a difícil realidade daqueles que tiram dela o sustento.

O longa ‘UMA BAÍA’ explora os lugares originais da Baía de Guanabara e a história até os dias atuais. Trazendo um paralelo de quando foi avistada e reconhecida pelos portugueses em 1502. Batizada de ‘Guanabara’ que significa ‘o seio do mar’ pelos indígenas locais, mais de 50 aldeias viviam ao redor da baía. Desde então, poucas décadas depois os nativos desapareceram, dizimados pela doença, guerra e até a miscigenação. Além disso, estima-se que mais de dois milhões de escravos entraram no Brasil pela baía.

Da mesma forma, muitos dos descendentes dessa época ainda residem no mesmo local ganhando sustento assim como seus ancestrais. Por esse motivo, Salles documentou as histórias dessas pessoas trazendo as contradições do lugar que acolhe, mas também aflige seus moradores, ao mesmo tempo carregando riquezas e hospedando a extrema pobreza.

Sinopse de ‘UMA BAÍA’

Na história se observa a Baía de Guanabara no que tem de mais bela, e naquilo que ela oculta. Criando fábulas visuais sobre oito personagens que habitam no seu entorno, durante suas lutas pela sobrevivência que dá sentido às suas existências. Vivem a tensão ente a beleza e o espanto.

As oito fábulas narram a vida dessas pessoas de diferentes lugares do Rio de Janeiro, mas que em comum se encontram na Baía de Guanabara. Os protagonistas de cada história são oriundos de: I- Cais 18; II-Ypiranga; III- Jurujuba; IV- Maré; V- São Gonçalo; VI- Ilha do Governador; VII- Paquetá e VIII- Niterói.

“Em nossa primeira versão, o filme tinha sete horas e 20 minutos. Eram oito documentários em suas acepções clássicas. Foi uma inquietação que nos levou a querer fazer um exercício para descobrir no material suas essências poéticas…”, afirma Murilo Salles sobre os desafios do longa.

Murilo Salles

Murilo Salles começou sua carreira logo aos 22 anos de idade como diretor de fotografia em ‘Tati a Garota’ (1972). Entre tantos trabalhos, em 1978 dirigiu seu primeiro longa ‘Essas são as Armas’ em que narra a época do colonialismo português em Moçambique. Consequentemente ganhou o prêmio ‘Pomba de Prata’ do Festival de Leipzig no mesmo ano.

Murilo Salles, diretor do documentário UMA BAÍA
Diretor Murilo Salles / Créditos: Divulgação

Além de ‘Essas são as Armas’, o diretor dirigiu grandes longas como ‘Todos os Corações do Mundo (1994)’ documentário oficial FIFA da Copa do Mundo de 1994 e também medalha de bronze no Festival de Nova York. Contudo, nas mais de 10 obras do diretor, todas foram indicadas e grande maioria premiada por direção e fotografia.

O documentário ‘UMA BAÍA’, a mais nova obra de Murilo Salles, estreia dia 11 de abril nos principais cinemas do Brasil.