Vinícius Lima Costa está radiante com o lançamento de seu primeiro livro, ‘O Patrulheiro Literário‘. Em sua obra de estreia, ele nos conta a história de Arquimedes, um bibliotecário que se aventura na cidade de Bela Leitura, onde personagens como Shakespeare e Conan Doyle ganham vida novamente.
Além de esbarrar em figuras históricas, o livro de Vinícius está repleto de inúmeras outras referências culturais. Afinal, como o protagonista poderia salvar o mundo das ameaças do Sabotador sem contar com os Beatles como trilha sonora? Em uma conversa com o GeekPop News, o autor revelou detalhes sobre a construção de seu universo tão singular.
Vinícius Lima Costa é um homem de referências
Escrever um livro sobre outros escritores de livros certamente não é uma tarefa fácil. No entanto, o autor conseguiu incorporar a metalinguagem. Durante a entrevista, Vinícius explicou detalhes por trás das referências e revelou que a decisão partiu de sua dificuldade em atribuir nomes a personagens em uma narrativa.
Por isso, ele busca inspiração em alguns nomes históricos: “Às vezes a dificuldade numa tarefa que você tem te leva a buscar uma rota alternativa que pode ser justamente aquele caminho pouco ou nunca desbravado, o que o força a audaciosamente “ir onde nenhum homem jamais esteve”. Quer coisa mais nerd do que isso?”, o autor brincou.
“Sendo assim, optei por usar como personagens pessoas que já existiram e, para ficar mais interessante, unir todas elas num mesmo lugar e época”, disse o escritor, que ainda revelou a vontade explorar mais a metalinguagem no volume final de sua trilogia. Com exclusividade, Vinícius entregou que o segundo livro deve chegar no primeiro semestre do ano.
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Apesar disso, existe todo um processo de seleção das referências literárias e musicais mencionadas: “Primeiro, para que uma obra pudesse constar como matéria prima a ser utilizada em minha obra, esta deveria ser minimamente bem conhecida, nem que fosse apenas de nome”, Vinícius detalhou seu método de escrita.
“Superado o primeiro critério, passemos ao segundo critério. Em se tratando de uma história na qual o vilão passa boa parte de seu tempo sabotando o enredo de outras histórias, tive que pensar como esse vilão e me perguntar: Quais afrontas posso cometer contra histórias famosas?”, disse o autor, que ainda escolheu músicas que foram marcantes em sua vida como trilha do livro.
O verdadeiro ‘Patrulheiro Literário’
Ao falar sobre sua vida pessoal, Vinícius também revelou que se inspirou em sua própria trajetória para compor sua obra. Como advogado e procurador municipal, ele explicou que decidiu se reinventar e encontrou na literatura um novo começo. Além disso, buscou inspiração nos autores para levar adiante sua jornada dupla, a qual enxerga com naturalidade.

“Não sou o primeiro e nem serei o último a ter vida dupla com passagem pela literatura. Arthur Conan Doyle era oftalmologista, mas se notabilizou na literatura. João Guimarães Rosa também era médico, mas é mais lembrado enquanto escritor. Isto só pra citar alguns mais conhecidos”, o autor se aprofundou.
Apesar de serem atividades distintas, ele comemora as interseções em suas profissões: “No meu caso específico, o exercício do Direito em muito influenciou e ainda influencia a minha forma de me expressar e isto se reflete em como conduzo as narrativas de minha obra. Assim sendo, é possível sim falar numa complementaridade entre as duas áreas”, disse.
“A respeito do equilíbrio entre profissões diferentes, vejo como exemplo maior o Brian May, do Queen. Ele, além de músico, é astrofísico. Isso sim é ser eclético! Quanto aos compromissos familiares, eles são conciliáveis na medida em que, em se tratando daquilo que a gente ama, conciliar não é um esforço, mas um natural estilo de vida”, Vinícius finalizou.
Redatora em experiência sob supervisão de Giovanna de Souza.
