O quanto uma situação extrema pode revelar a verdadeira personalidade de uma pessoa? Em Coisa Pública, suspense nacional distribuído pela A2 Filmes e com direção de André Borelli, é mostrado que não dá para esconder a sua verdade por muito tempo.
No filme, somos apresentados a uma república estudantil, onde os jovens Clarice (Priscila Ubba), Beto (Bruno Pacheco) Otávio (Pablo Diego Garcia), Camila (Dora Figueredo), Mayara (Gabriela Mag ), Luiz (Esdras Saturnino) e Daniel (Leonardo Silva) compartilham suas vidas de uma forma, a princípio, comum. Quando eles decidem realizar uma festa, as coisas ficam fora do controle. Mas um acontecimento vai mostrar quem realmente eles são, revelando toda a escuridão que cerca esse ambiente.
Sobre o roteiro
O roteiro da produção tem a assinatura do também diretor André Borelli e se propõe a fazer uma crítica social sobre a vida de aparências. Para isso, é usado o espaço de uma república, com jovens estereotipados que com o decorrer do filme vão mostrando a sua verdadeira essência. Esses personagens provam que não é tão fácil assim sustentar uma “falsa imagem” por muito tempo.
Apesar de sua proposta interessante, ‘Coisa Pública’ peca em não aprofundar as nuances dos personagens desde o início. Esse detalhe dificulta um pouco na conexão com o filme. Quanto ao ritmo e desenvolvimento, assim como a dualidade entre o falso e o verdadeiro ser, ele passa de uma “tranquila rotina” para uma sucessão de fatos intensos, caóticos e sem nenhum respiro, o que traz uma certa adrenalina ao filme.
Uma direção estranhamente interessante
Um ponto interessante no longa é a forma como o diretor André Borelli e o diretor de fotografia Evandro Albuquerque exploraram o visual. Eles criaram cenas intensas, com enquadramentos variados e instáveis que expressam muito o desequilíbrio de toda aquela situação que os jovens estavam vivendo. A experiência é de um puro caos e exagero, mas está alinhada ao que o filme quer retratar.
A fotografia do filme é escura e intensa, transmite uma sensação de alucinação misturando com uma violência que beira ao gore. Essas escolhas visuais podem gerar um certo desconforto, no entanto, se pararmos para analisar, não é realmente desconfortável presenciar um ambiente onde as pessoas não possuem nenhum escrúpulo?
Vale a pena assistir Coisa Pública?
O filme de André Borelli é uma boa opção para aqueles que estão dispostos a uma experiência intensa, crítica, exagerada e principalmente, fora do comum. É um suspense com um pouco de drama, muito sangue e um plot twist que não impacta tanto, depois de todos os eventos que aconteceram no decorrer do longa.
Por fim, para quem quiser assistir, o filme está disponível na Apple TV.