Evidências do Amor: Uma comédia romântica embalada por um clássico. No Brasil, dificilmente alguém nunca ouviu “Evidências”, seja por vontade própria ou não. Churrascos, chás de bebê, aniversários, casamentos, inaugurações, eventos religiosos… há quem diga que até em velórios a música ecoa, tornando-a quase um hino nacional não oficial.
Em “Evidências do Amor”, Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy) se apaixonam após cantarem a música juntos em um karaokê. A relação, marcada por altos e baixos, culmina em um término. Dessa forma, Marco passa a ser assombrado por lembranças cada vez que ouve a música, o que o leva a uma jornada para superar Laura e seguir em frente.
Premissa batida, mas com um toque especial
O cinema não é estranho à ideia de ser assombrado por algo do dia a dia e reviver momentos específicos. No entanto, o grande diferencial aqui é a música. “Evidências”, um clássico e ícone da cultura brasileira, é capaz de transportar as pessoas para outras épocas.
A sacada do diretor Pedro Antônio Paes foi transformar essa paixão em uma comédia romântica, utilizando “Evidências” em diferentes estilos, formatos, timbres e tons para nortear cada momento vivido por Marco Antônio e Laura.
Fazia tempo que Sandy não atuava no cinema ou na TV, e a parceria com Fábio Porchat parecia arriscada. No entanto, a química entre os dois, opostos na realidade, funcionou muito bem. A personalidade reservada de Sandy contrasta com a energia contagiante de Porchat, e essa diferença contribuiu para a sinergia dos personagens em tela.
Fábio como sempre é um exagero na tela, no bom sentido. Ele sempre entrega atuações bem intensas, com caras, bocas, gestos. Mas uma coisa que gostei demais nesse filme, foi que nos momentos certos isso foi muito bem dosado, principalmente nos dramas. Quase me lembou o Porchat do “Entre Abelhas”, a sua melhor atuação até hoje para mim.
História com diferentes temperaturas
A história apresenta várias mudanças de ritmo, e como as diferentes tramas foram interligadas foi muito inteligente. A princípio, parecia que Sandy seria ofuscada por Porchat, mas a paciência do diretor Pedro Antonio Paes foi recompensadora no segundo e terceiro ato. Sandy foi utilizada como o catalisador da comédia, dosando o humor para evitar que o filme se tornasse um pastelão.
A qualidade técnica do filme também chama a atenção. A fotografia é lindíssima, assim como a trilha sonora (que vai além de “Evidências”, claro). E a qualidade de imagem e de montagem resultou em um filme que supera muitos lançamentos nacionais do gênero. Na minha opinião, “Evidências do Amor” pode competir com vários lançamentos internacionais, inclusive superando alguns como “Todos Menos Você”.
Em muitos momentos do filme, tínhamos “dois Fábios e duas Sandys” em linhas do tempo diferentes, com uma qualidade técnica muito legal de se ver.
Vale a pena assistir?
Se você procura um filme para se divertir e reviver as lembranças dos momentos em que “Evidências” embalou suas histórias, este é o filme certo para você. Por fim, Evidências do Amor estreia em 11 de abril nos cinemas de todo o país, também em versões acessíveis.