Gêmeo Maligno, nova produção de terror sobrenatural protagonizada por Teresa Palmer chega aos cinemas esse mês. Com direção de Taneli Mustonen, o filme conta a história trágica em que um acidente interrompe a vida de um dos gêmeos filhos de Rachel (Teresa) e Antony (Steve Cree). O tom sombrio que paira sobre o tema é muito forte, afinal, a perda de um filho é uma tormenta na vida dos pais.
Teresa Palmes é uma atriz muito interessante, consegue ser versátil a medida em que é necessário. Apesar de nunca ter estrelado um megassucesso, ela atuou em filmes com boas bilheterias e aceitação do público. Entender a atuação de Teresa é fundamental para entender por que essa crítica não será favorável a esse filme.
O filme começa com o acidente de carro que tira a vida do pequeno Nathan, um dos gêmeos. Logo em seguida somos apresentados a Elliot, o gêmeo que não morreu. Em seguida, o corte temporal já leva a trama para a cidade natal de Antony, na Finlândia, em uma tentativa de recomeçar a vida. Em uma mansão assustadora, como haveria de ser, a trama começa a tomar os ares de suspense e terror que se espera de um filme chamado Gêmeo Maligno. Elliot começa a ter atitudes estranhas, que apavoram sua mãe, mas que não demonstram afetar em nada seu pai.
É impossível não atrelar minha crítica a todos os pontos fracos que Taneli escolheu para o roteiro. Essa história parece um recorte de várias outras, desde Bebê de Rosemary a Midsommar. E isso é um problema grave, porque o filme acaba não tendo uma personalidade própria. O ritmo lento e confuso é desagradável na maior parte das cenas, há momentos em que nada acontece, literalmente. A construção da história começa muito bem, o ritmo imposto nos primeiros momentos de suspense consegue prender a atenção, mas de um certo ponto para frente é ladeira abaixo. Não se sustenta, a inserção dos novos personagens se perde, chegando a errar idioma local. Isso é inadmissível.
O que é bastante curioso é que Teresa Palmer entrega uma atuação muito convincente, e isso destoa totalmente da atuação de Esteve Cree. Mesmo com um papel seco e mal escrito, a atuação sem sal e sem profundidade deixa as cenas sem tempero. Em um terror é necessário que as personagens tenham certa sinergia para que a história tenha intensidade, o que não acontece aqui. Infelizmente o ator mirim Tristan Ruggeri segue o mesmo caminho. Não passa nenhum convencimento de que há um ser maligno por perto, não passa medo, nem mesmo dá para sentir pena por ele.
A ambientação do filme é talvez o ponto máximo que se alcança, a locação é de fato assustadora e lembra bastante um filme italiano chamado Il Nido. Mas diferente do terror italiano, que tem um final totalmente inesperado e surpreendente, o final de Gêmeo Maligno é um tapa na cara do espectador. É um final que apesar de ser inesperado (justamente pela construção inicial), é totalmente burro. O diretor escolhe mesclar sonhos com realidade, e no final nem sonho nem realidade eram verdade. Tenha dó. Desperdiçaram um ótimo nome, uma ótima atriz, uma história que tinha tudo para ser boa se baseassem somente no que prometeram. O resultado é trágico … para quem assistiu.