John Wick é de fato um dos personagens mais icônicos dos últimos anos no quesito filme de ação. Seja pela qualidade técnica das cenas seja pela atuação quase sempre impecável de Keanu Reeves.
Agora é hora do velho John Wick voltar a ação e tentar resolver seus problemas com a Alta Cúpula de Nova York. Agora ele não tem escolha, após anos enfrentando os mais diversos criminosos do mundo, ele precisará lutar contra aqueles aos quais um dia chamou de amigo.
Esse é o tipo de filme que para tecer críticas é preciso entender primeiramente a intenção do roteiro e da direção. Isso porque à primeira vista é simples dizer que é um dos melhores filmes de ação já feitos, com cenas que eu particularmente nunca presenciei no cinema. Porém, seria leviano demais dizer que tudo é simples assim, quando na verdade é fruto do trabalho de anos. Seja na criação de uma história coesa e cheia de reviravoltas, seja pela quantidade absurda de cenas de ação ao longo de três horas de filmes.
A quantidade de cenas de luta ao longo de todo o longa é mais do que a maioria dos filmes do gênero conseguem colocar na tela. E ainda, com uma qualidade absurda na coreografia, na fotografia estonteante, e na sonoplastia envolvente. Chad Stahelski nos coloca dentro da história, nos faz sentir todas as emoções possíveis e consegue ainda trazer uma história bonita e empolgante.
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Keanu Reeves é o fator decisivo para sucesso
Como eu já mencionei, Keanu Reeves é responsável direto pelo sucesso dessa franquia, que guarda boas cenas de ação desde o seu primeiro filme. Parece que agora, em um possível último filme, ele tenha dado 200% de tudo que é capaz para que nada saísse errado. Ele mesmo já disse que 90% das cenas ele gravou sem dublê, e isso fica evidente nas cenas de close-up que não usam CGI.
Em um determinado momento as cenas são gravadas em plano sequência com um ponto de vista superior, visto de cima, passando por vários cômodos de uma casa, e com todas as cenas de lutas sendo coreografadas em sequência. Essa cena definitivamente entra para meu roll de cenas memoráveis do cinema.
O vilão da vez é Bill Skarsgard, que dá um contraste muito interessante pro filme. Isso porque a maioria dos outros personagens tem no mínimo o dobro de sua idade. Essa contraposição de idade é visualmente conflitante, mas logo podemos perceber o porquê de sua escolha. O rapaz é muito bom ator, e entrega uma atuação à altura da franquia.
Assim como Donnie Yen, que faz uma atuação brilhante no papel do amigo cedo de Wick, e que agora precisará enfrentá-lo se quiser viver. Mas pra mim o destaque mesmo fica com Shamier Anderson e sua companheira de cena, uma cadela de Pastor Belga que rouba a cena em diversos momentos.
Apesar de acreditar que não há mais necessidade dessa franquia ter mais filmes, com esse novo elenco a possibilidade é real e digo mais, está muito bem servida. Eu recomendo assistir esse filme no cinema, de preferência em uma tela de muito boa qualidade, porque é sem sombras de dúvidas um dos filmes de ação mais bonitos que eu já assisti.
Lutas marciais são a beleza no meio da violência bruta
Se por um lado temos uma violência exacerbada marcada por sequências surreais de tiros e bombas, a adição agora são artes marciais com movimentos suaves, belos e fatais. Talvez por isso as cenas com o Donnie Yen sejam tão icônicas dentro do filme. Afinal de contas, ele é um assassino de aluguel cego, e precisa encontrar maneiras não convencionais de dibrar essa dificuldade para cumprir seus objetivos. Por outro lado, Jonh Wick, que é um especialista em armas de fogo, em determinado momento se vê perante um Nunchaku, se vira muito bem com ela. E é aqui que podemos ver o quão comprometido Reeves está com o projeto.
Aqui a gente consegue fazer um paralelo bem interessante com as intenções do filme de Chad Stahelski com roteiro de Michael Finch e Shay Hatten de fazerem algo além do violente obvio e brutal. E que apesar de também ser exatamente violento e brutal, você consegue subtrair cenas icônicas dentro do filme.
Por fim, apesar de acreditar que não há mais necessidade dessa franquia ter mais filmes, com esse novo elenco a possibilidade é real. E digo mais, está muito bem servida. Eu recomendo assistir esse filme no cinema, de preferência em uma tela de muito boa qualidade. Isso porquê, esse é sem sombras de dúvidas um dos filmes de ação mais bonitos que eu já assisti.