Kung Fu Panda é um marco das animações, levando milhares de pessoas aos cinemas em cada novo filme. A Dreamworks já havia expandido a animação para o streaming e agora dá um passo audacioso ao lançar Kung Fu Panda 4.

Na nova história,”Po” é escolhido para se tornar Líder Espiritual e deve escolher um novo Dragão Guerreiro. Durante a sua jornada, ele se depara com uma nova vilã, a Camaleoa, que deseja obter o Cajado da Sabedoria para poder convocar todos os mestres vilões. Para ajudá-lo nessa aventura, Po encontra a rápida e astuta ladra Zhen, uma raposa-das-estepes que, apesar de o tirar do sério, possui habilidades inestimáveis.

Atenção! É possível que algumas informações aqui possam ser lidas como spoiler (apesar de elas estarem em trailers e pôsteres)

Novo filme tenta passar o bastão para novo protagonista

A história segue a mesma lógica do primeiro, quando um novo dragão guerreiro precisa ser eleito. “Po” não quer que outra pessoa tome seu lugar, já que para ele, sua missão de vida é ser um Dragão Guerreiro. A história dirigida por Mike Mietchell passa por várias etapas, desde o perdão até a resignação.

O grande destaque dessa vez fica por conta de uma nova personagem, a pequena Zhen, uma raposa-das-estepes, que tem um hábito um tanto quanto questionável, ser uma ladra. E é justamente por conta disso que o destino dela e de Po se entrelaçam, nos levando a conhecer a história de vida dela. História essa oposta a de “Po”. Ele, que apesar de ter sido separado de sua família panda quando ainda era um bebê, teve um pai que o amou. Ela, teve que aprender a se virar nas ruas e nas sarjetas.

Durante todo o filme iremos conhecer mais das semelhanças e das diferenças entre os dois, o que nos levará a um questionamento enorme no final. Será que é possível alguém substituir o Dragão Guerreiro?

Na imagem do filme Kung Fu Panda 4 vemos um panda chamado PO e a nova personagem Zhen que é uma raposa, em cima de um telhado
Foto: DreamWorks Animation L.L.C.

Roteiro bagunçado atrapalha experiência de quem espera coerência

O grande risco de lançar uma franquia com tantos filmes é precisar superá-los a cada nova adição. E considerando que Kung Fu Panda 4 teve três bons antecessores, o desafio era enorme. Talvez isso explique a bagunça e lentidão desse roteiro, que acerta em grandes detalhes e peca nos pormenores.

Algumas situações vivenciadas pelos protagonistas ao longo da história se perdem muito facilmente. E outra, não tem nenhuma explicação. Como, por exemplo, porque ambos os pais de “Po” decidem segui-lo em sua jornada, se em nada podem ajudar (e de fato não ajudam). Somente para compor?

Além disso, outro ponto questionável é sobre a Vilã. Nem mesmo uma explicação fácil foi capaz de definir com clareza suas motivações. Além disso, já tivemos vilões muito melhores. Tanto é que decidem ressuscitar eles nesse filme, e nem mesmo assim, foi capaz de dar a mesma potência vilanesca dos filmes dois e três, por exemplo.

E só para finalizar as infelicidades desse roteiro, decidiram não trazer de volta os Cinco Furiosos. Entendo que a intenção é dar protagonismo ao “Po” e não misturar mais ainda a história. Mas eles não aparecem para nada. Simplesmente deram um jeito de sumir com eles da história. E isso sem contar com a falta de continuidade, já que no final do filme três existe um affair entre Po e Tigresa (que é totalmente ignorado aqui).

Vale a pena assistir?

Tenho certeza de que as crianças irão adorar o filme. Mas os jovens e adultos, que acompanham a franquia desde o começo, com certeza sentirão o peso de um filme fraco e sem proposito. Sendo assim, leve todas as crianças para assistir, elas irão amar, mas se você não tem criança para levar, talvez deva esperar sair no streaming.