Já sentiu a sensação de estar vazio e perdido? Propriedade Privada, filme dirigido por Chadd Harbold e distribuído pela A2 Filmes, apresenta uma trama de suspense onde ter tudo não significa ser feliz e as aparências nem sempre são fiéis à realidade.

No filme, Kathryn (Ashley Benson), é uma jovem atriz casada com um bem-sucedido produtor de filmes e está insatisfeita com a sua vida. Ela se esforça muito para conseguir um papel, enquanto cuida da sua enorme mansão. A vida de Kathryn começa a mudar quando Ben (Shiloh Fernandez), o novo jardineiro, aparece. À medida que ele dá a ela a atenção e a sensibilidade que ela deseja, eles começam a se envolver. Mas Ben não é o que parece.

Uma história um tanto perdida

O roteiro de ‘Propriedade Privada’ está dividido em 3 momentos que correspondem aos 3 dias em que a história se desenvolve. Porém, a apresentação desses momentos não acontecem de uma forma linear e talvez essa escolha seja para realçar o clima de mistério e suspense, mas isso não acontece com tanto impacto.

O filme é baseado em uma obra de mesmo nome, um thriller sensual de 1960. Ele tenta reproduzir atualmente toda a tensão e voyeurismo da obra original, porém, nem o diretor, nem o elenco conseguem fazer com que isso funcione de uma forma natural. Inclusive, a forma como a história acontece acaba focando apenas em uma experiência de reviravoltas, deixando a desejar na construção dessa tensão e desejo entre os personagens.

Propriedade-Privada - Kathryn e Ben
Crédito: Lionsgate

Claramente é possível sentir que a personagem de Benson está perdida e vazia, um prato cheio para o mal-intencionado Bem. Esse personagem que acima da ganância de possuir os bens materiais, se envolve e cria uma certa obsessão em possuir Kathryn. 

Apesar da vida monótona, o jeito como Kathryn se deixa se envolver com o jardineiro, que obviamente é um tanto suspeito, parece forçada. Assim como o seu contato com o parceiro de crime de Ben, Ed, o suposto novo vizinho.

Atuações sem conexão e sem química

Mesmo com a boa atuação de Ashley e Shiloh, ela não é o suficiente para fazer a gente que está assistindo acreditar nessa relação dos personagens. A trama não consegue criar uma atmosfera de calor e desejo, é apenas uma mulher sem perspectivas e um homem que se aproveita da situação.

Os diálogos do filme em muitos momentos soam desconexos e sem emoção. A combinação disso com uma movimentação de câmera e uma trilha sonora que se esforça tanto para criar um clima de suspense, acaba sendo um tanto cômico.

‘Propriedade Privada’ poderia ter explorado mais a questão do voyeurismo no filme e trabalhado com mais atenção a criação do desejo entre Ben e Kathryn. Se houvesse um melhor desenvolvimento desses pontos, talvez o filme oferecesse uma experiência diferente.

Vale a pena assistir ‘Propriedade Privada’?

Mesmo com todos os pontos de atenção, ‘Propriedade Privada’ é um filme que merece ser assistido. Principalmente por aqueles que curtem um suspense e histórias com reviravoltas. 

Por fim, para quem quiser assistir, o filme está disponível na Apple TV.

Redatora em experiência sob supervisão de Giovanna Affonso.