“Favelismo” é o lançamento de Gê Coelho. A obra foi criada com a proposta de transformar a maneira como enxergamos a favela, seus moradores e suas potências. Nascido em uma comunidade periférica, o autor começou a estudar mais tarde do que o habitual, mas sempre levou a educação a sério. Hoje, é formado em História e mestre em Filosofia e foi justamente sua dissertação de mestrado que deu origem à obra.
Na publicação, Gê então apresenta o favelismo como um modelo político, social e econômico alternativo, baseado nas vivências e valores das favelas. “O favelismo é uma teoria política que reconhece a favela como um sujeito histórico, coletivo e ativo na produção de conhecimento, cultura e transformação social”, afirma o autor.
O Favelismo
Mais do que uma teoria acadêmica, o favelismo surge assim como uma resposta a séculos de resistência. Desde os quilombos até os movimentos contemporâneos que lutam por dignidade, protagonismo e direitos do povo preto e periférico. Para Gê, é fundamental disputar narrativas e tirar a favela do lugar de carência para então colocá-la como polo de potência e inteligência social.
Ele enfatiza que o favelismo não busca ser uma teoria universal como o liberalismo ou o comunismo. Ao contrário, reconhece a diversidade de formas de organização existentes. O que defende com convicção é que os valores das favelas, como solidariedade, afeto coletivo, autogestão e ajuda mútua, podem inspirar soluções mais humanas e inclusivas para os problemas sociais.
Nesse sentido, “Favelismo” é muito mais que um livro: é um convite à reflexão sobre o que consideramos centro e margem, e sobre como os territórios populares podem guiar novas formas de viver, conviver e governar.
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