O quadrinista Alan Grant faleceu em casa aos 73 anos nesta quinta-feira (21). A notícia foi divulgada através do perfil no Facebook de sua esposa, Susan Grant. No entanto, a causa da morte não foi divulgada. O autor é reconhecido por sua maestria em combinar sátiras e críticas políticas em suas histórias. Possuindo uma visão única, Grant trouxe ao mundo obras incríveis para a nona arte. 

A carreira de Alan Grant

Grant nasceu em 1949, em Bristol, Inglaterra. Ainda criança, era constantemente agredido por seus professores por ser canhoto. Essa fase do autor teve impacto em sua visão sobre autoridade, estando presente em toda sua trajetória como quadrinista. No entanto, somente em 1970, o autor começaria sua carreira na revista semanal britânica de ficção científica 2000 AD. Na revista, o autor assumiu Juiz Dredd, ao lado de John Wagner. O título que ficaria marcado na sua carreira, uma vez que Dredd era justamente o que Grant mais odiava, uma pessoa autoritária e fascista.

Juiz Dredd, DC Comics.

Grant aterrissou na DC Comics em 1987, estreando o título semanal Outcasts. Entretanto, o título não obteve acesso, mas serviu para abrir caminho para o ano seguinte. Porém, dessa vez o roteirista assumiria um dos maiores personagens da editora, o Batman. Grant ficou responsável pelo homem morcego na revista Detective Comics e no título “Shadow of the Bat”.

Ao lado do desenhista Norm Breyfogle, Grant criou vilões marcantes para o protetor de Gotham. Durante as 82 edições de Shadow of The Bat, surgiram nomes como  Victor Zsasz, Amygala e Jeremias Arkham. O roteirista também criou Anarky, um vilão que transcrevia o lado político de Grant, visto que, o autor declarava-se politicamente como anarquista. Além disso, os crossovers entre Juiz Dredd e Batman, apresentavam uma debate interessante sobre os variados conceitos de justiça. 

Reprodução: DC Comics, “Julgamento em Ghotam”.

Um amor além das páginas

Grant também era credito por mais coisas além de suas histórias e personagens. Foi atribuído a ele a descoberta de outro roteirista, o mago dos quadrinhos Alan Moore. O que se conta é que Grant havia encontrado um roteiro de Moore em uma pilha de novas histórias da 2000 AD. Ao mesmo tempo, ambos fizeram parte da invasão britânica no cenário dos quadrinhos americanos ao lado de Neil Gaiman, Garth Ennis, Dave Gibbons e Grant Morrison.

Ao lado de sua esposa Susan, Grant organizou um festival anual de quadrinhos em Moniaive, um pequeno vilarejo em Dumfries, sudeste da Escócia. O evento tinha como proposta uma renovação da área após uma onda de febre aftosa assolar a região em meados de 2001.